Após uma primeira e tímida aparição, os sistemas de ordenha robotizados estão progressivamente firmando-se pelo mundo. O nível tecnológico melhorou muito, ao mesmo tempo em que trouxe um tangível corte dos custos de instalação e manutenção. A adoção do AMS (Automatic Milking System, também chamado de robô de ordenha) traz vantagens indiscutíveis, como a drástica redução do tempo de trabalho e do empenho físico exigido dos funcionários, com a possibilidade de prevenir, com eficácia, a cada vez mais acentuada escassez de mão de obra qualificada. Mas, para o pleno sucesso dessa solução, é essencial que o fluxo das vacas na direção do robô seja fácil e, principalmente, contínuo. Algumas experimentações recentes mostraram que uma correta estratégia alimentar durante a ordenha é de grande ajuda nesse sentido.
Filosofia básica e meta de gestão. A filosofia básica dos AMS é “a autogestão dos animais” que estão livres ao acesso à sala de ordenha. Tais sistemas também são definidos como VMS (Voluntary Milking System, ou Sistemas de Ordenha Voluntária). Para atrair as vacas, durante a ordenha lhes é dada certa quantidade de concentrado. Em relação à solução tradicional, isso comporta uma mudança radical na gestão organizacional do estábulo, para assegurar um fluxo livre, fácil e contínuo (e, possivelmente, ordenado) dos animais ao robô de ordenha. Tudo isso melhora o nível de bem estar do rebanho, assim como o rendimento das vacas, graças ao aumento do número de ordenhas diárias, reduzindo os tempos de espera e distribuindo o concentrado de maneira mais uniforme no decorrer do dia.
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Causas de insucesso. Na dinâmica normal do rebanho, muitas vezes ocorre que, apesar dos esforços para garantir um fluxo constante dos animais rumo ao AMS, existem os “preguiçosos”, que precisam ser acompanhados forçadamente para a sala de ordenha. Se, porém, os animais teimosos são muitos, o problema torna-se grave. Algumas causas concomitantes contribuem para isso, como a falta de costume das cabeças de se apresentarem à estação de ordenha (isso refere-se principalmente às primíparas), um número excessivo de animais presentes no estábulo, vacas de reduzida capacidade de movimento ou em precário estado de saúde e uma colocação inadequada do robô ou a falta de atração aos autoalimentadores.
Estratégias vencedoras. Portanto, é necessário criar uma forte atração para que o animal dirija-se até o local da ordenha. A distribuição de concentrado revelou-se a escolha mais adequada, dado que gratifica o animal que se aproxima espontaneamente da sala e que, ao mesmo tempo, pode desfrutar de uma administração do alimento em função da sua produtividade. Na Europa, foi realizada uma série de experimentações em mérito, avaliando as vantagens obtidas com a adição de apropriadas doses de substâncias aromatizantes e/ou adoçantes ao concentrado, por exemplo, o Covotek Fenugreek e o Sucram N250. O número de visitas à manjedoura aumentou significativamente, levando os intervalos médios de ordenha para menos de 11 horas, evitando, dessa maneira, a redução da secreção láctea, causada essencialmente por intervalos longos demais entre as ordenhas. Nesses experimentos também ficou evidenciado que, de qualquer modo, convém prevenir a dependência desses aditivos, evitando administrá-los por períodos prolongados.
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