Propor uma agenda com ações concretas para atender às principais demandas do agronegócio brasileiro e exigir dos governantes, políticos e até de futuros candidatos, um compromisso de que executarão as medidas propostas pelas lideranças do setor. Essa foi uma das principais conclusões tiradas do 12º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido no dia 05 de agosto, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que reuniu 820 participantes, em São Paulo.
Entre os pontos destacados nas palestras e debates estão a segurança jurídica para cumprir os marcos regulatórios, desenvolver esforços para regularização fundiária, estabelecer uma política de seguro agrícola para mitigar o risco do produtor com relação a pragas, doenças e adversidades climáticas e maior empenho e prioridade na execução de obras, de modo a acabar ou reduzir os gargalos logísticos e de transporte que tanto prejuízo causa ao segmento e que foi o tema principal do evento.
Durante todo o dia, um seleto grupo de economistas, técnicos, além das principais lideranças do setor debateram o assunto. Ao final, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho afirmou que os participantes do Congresso da Abag saíram com uma grande dúvida sobre se as obras de infraestrutura sairão no prazo e com a urgência que o setor e o País necessitam. “O Brasil ganha cada vez mais importância no cenário mundial da produção de alimentos e bioenergia, pois além de ter a tarefa de dar conta de 40% do aumento esperado para a demanda global de alimentos até 2020, também já é hoje um importante formados de preços para várias commodities. Nesse sentido, a precariedade da logística reduz nossa competitividade internacional”, afirmou Carvalho. Há uma expectativa mundial com relação à capacidade do Brasil ofertar alimentos e energia renovável para os próximos anos.
Tanto o presidente da Abag, quanto outros palestrantes apontaram a contradição existente entre a importância crescente do Brasil como um dos maiores produtores mundiais de alimentos e a falta de definição de um projeto nacional para tratar essa relevante questão. “Quando se vai a Brasília, não parece que nós temos uma das agriculturas mais competitivas do mundo. Não parece que somos o setor que vem contribuído, há mais de uma década, para manter um superávit na balança comercial, fator de equilíbrio para o crescimento do Brasil. Não parece também que conseguimos um expressivo aumento na produtividade agrícola sem ampliar a área plantada, atenuando significativamente os impactos ambientais. Pelo contrário, os números mostrados em um dos painéis revelam que a agricultura perde espaço e deve continuar perdendo para outras atividades e também para área de preservação”, lembra Carvalho.