Máquinas e Inovações Agrícolas

10 momentos marcantes para o agro

Série MIA 10 Anos

Em comemoração aos seus 10 anos, a Revista Máquinas & Inovações Agrícolas preparou uma série de matérias especiais, dentre elas uma que destaca os 10 momentos marcantes para o setor agropecuário. Acompanhe!

 


Evolução do etanol

No início da década, o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar era a estrela da vez. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) havia classificado o produto como biocombustível avançado, capaz de reduzir em pelo menos 50% as emissões de gases de efeito estufa (GEE), em comparação à gasolina e a Braskem, braço da Odebrecht, anunciava que, do etanol, era possível produzir polietileno de alta densidade (PEAD) para embalagens.

Mas a partir da safra 2011/2012, a falta de políticas públicas e de preços, o clima muito seco e os resquícios da crise econômica de 2008 culminaram em uma crise enorme: em seis anos, pelos menos 83 usinas paralisaram suas atividades e, atualmente, 25% das cerca de 350 unidades em operação, podem fechar, segundo estudo realizado pela consultoria Datagro.

 

Legislação ambiental

Em 25 de maio de 2012, depois de longa discussão, foi aprovado o Novo Código Florestal brasileiro (Lei 12.651). A legislação, que substitui a de 1965, instituiu novas regras como a obrigatoriedade da Área de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL) em todas as propriedades rurais brasileiras, que variam de acordo com cada bioma, e também, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um tipo de diagnóstico ambiental de cada imóvel rural com o objetivo de inserir as fazendas no Programa de Regularização Ambiental (PRA).

Previsto para ser finalizado em 2013, o CAR se estende, até hoje, em aberto, com sanções do governo federal. O novo prazo estabelecido para que os proprietários de imóveis rurais entreguem o CAR é 31 de dezembro de 2020.

 

De olho na China


Os laços comerciais entre Brasil e China foram apertados nos últimos dez anos e, hoje, o país asiático é o principal parceiro comercial brasileiro, puxado pelo agronegócio. Em 2019, 28,1% das exportações brasileiras tiveram como destino a China, um valor total de US$ 62,87 bilhões, e a soja foi o produto mais exportado. Com a crise global desencadeada pela pandemia do novo coronavírus, só no primeiro semestre deste ano, essa fatia subiu para 33,8%, algo em torno de US$ 34 bilhões.

 

Riqueza no campo


O salto que a agropecuária nacional teve na última década fez com que as tradicionais feiras agropecuárias deixassem de ser simples eventos para se tornar os principais polos de negociação. O faturamento da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, saltou de R$ 860 milhões em 2010 para R$ 2,9 bilhões em 2019. No ano passado, as principais feiras faturaram algo em torno de R$ 17 bilhões.

 

Escândalo da carne

O crescimento da agroindústria brasileira na última década alçou companhias pequenas a postos de maiores do mundo. A JBS, por exemplo, nasceu como um açougue em 1953 e, em meados 2013, se tornou a maior companhia de processamento e distribuição de carnes do mundo. Só que também foi protagonista de um escândalo que colocou o Brasil nos holofotes: os frigoríficos brasileiros colocam papelão na carne? Tudo começou com um vídeo, divulgado nas redes sociais, onde pessoas, supostamente funcionários de frigoríficos localizados no Paraná, manipulavam carnes preparadas com papelão. A denúncia desencadeou uma das maiores operações da Polícia Federal, que ganhou o nome de Carne Fraca: 38 indústrias foram investigadas, inclusive a JBS. Ao final da investigação, o processo de 356 páginas indicava: não tinha papelão. O que foi descoberto é que havia um esquema de enriquecimento ilícito de fiscais. Muitos países suspenderam contratos de compras até que o processo fosse encerrado, mas o setor se recuperou nos anos seguintes e, em 2019, as exportações (só de carne bovina) totalizaram 1,8 milhão de toneladas (12,4% a mais que em 2018), com receitas de US$ 7,5 bilhões, 15,5% a mais que no ano anterior.

 

O “pibão” do agro

 


No ano de 2010, o Valor Bruto da Produção (VPB), que é uma estimativa da geração de renda do agronegócio, foi de R$ 160,7 bilhões. Em 2019, esse valor foi de R$ 630,9 bilhões, o maior da história, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura.

Detalhadamente, a pasta indicou que as lavouras geraram ao País um valor de R$ 411,1 bilhões e a pecuária, R$ 219,8 bilhões. A previsão é que, em 2020, o valor atinja R$ 674,8 bilhões (7% de crescimento). O agronegócio vem alavancando a economia brasileira, pelo menos nos cinco últimos anos. Em 2017, o PIB Brasileiro, segundo dados do IBGE, cresceu 1%, enquanto o PIB-volume do Agronegócio, 7,2% – impulsionado pela produção recorde, pela importante recuperação agroindustrial e pelo consequente “transbordamento” desses crescimentos sobre o setor de serviços. Em 2019, o PIB do agronegócio cresceu 3,81%, em comparação com 2018, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Brasil à frente

Pela primeira vez na História, foi nesta década que o Brasil passou à frente dos Estados Unidos e se tornou líder global na produção e exportação de soja. O primeiro grande passo ocorreu na safra 2012/2013, devido à forte estiagem que atingiu os Estados Unidos, em 2012.Mas foi só em 2018, que o Departamento de Agricultura americano sinalizou que, com ou sem seca, o Brasil os ultrapassaria, ocupando o posto de maior produtor e maior exportador do grão no mundo. Na safra 2019/2020, mais de 120 milhões de toneladas de soja foram colhidas em 36 milhões de hectares no Brasil, enquanto as lavouras do Tio Sam produziram 96 milhões de toneladas em cerca de 33 milhões de hectares. Especialistas apontam que a liderança veio para ficar, principalmente porque a demanda chinesa só cresce e o Brasil se 27 tornou seu principal fornecedor.

Digitalização do agronegócio

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Os negócios digitais avançaram nos últimos anos em todos os setores, mas em 2020, impulsionado pela pandemia, o agronegócio se tornou, de fato, digitalizado. Eventos, reuniões, negócios, leilões, vendas, assistência rural. Tudo foi parar na tela do computador.

Desde março, os negócios realizados no agronegócio só aumentaram, como nos casos dos leilões de bovinos e equinos, um setor que de tempos e tempos se reinventa. “Na década de 1990, saímos das feiras e dos eventos presenciais para a televisão. Nos últimos anos, já estávamos na internet, mas em 2020, tudo foi digitalizado”, explicou o leiloeiro Leonardo Beraldo, da Embral Leilões.

Ascensão feminina no campo

 

Ministra da Agricultura, Teresa Cristina

Um setor dominado por homens: esse era o cenário secular do agronegócio até poucos anos. Mas nos últimos cinco anos, a ascensão das novas gerações no comando das propriedades rurais e empresas agro está mudando a cara da agropecuária brasileira. Uma das expoentes deste movimento é a Bayer, que tem no Brasil um de seus principais mercados no setor. Em agosto, a companhia anunciou a engenheira agrônoma Malu Nascheiner, para a diretoria da divisão agrícola, responsável por 80% do faturamento da empresa. Antes disso, Ana Paula Losi assumiu a diretoria executiva da Associação das Indústrias Produtoras de Cacau, Liége Vergili, a diretoria executiva da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Teresa Vendramini, a primeira mulher a assumir a Sociedade Rural Brasileira em 100 anos e a ministra, Teresa Cristina, à frente do Ministério da Agricultura, a segunda a assumir o posto, que já havia sido ocupado pela Senadora Katia Abreu.

A maior safra da História


A produtividade das lavouras nacionais é um dos trunfos do Brasil e a sua colocação, nos últimos anos, como um dos principais players do agronegócio global. Há 10 anos (safra 2010/2011), o País produziu 161 milhões de toneladas de grãos. Soja, milho, algodão, arroz e feijão foram os grandes destaques da produção. No mesmo ano, a safrinha de milho começava a crescer: 18,6 mil toneladas. Na temporada 2019/2020, o Brasil As exportações para a China representaram 28,1% das exportações totais brasileiras em 2019: 33% soja triturada 52% celulose 4,3% carne bovina congelada, resfriada e fresca Soja US$ 20,5 bilhões (valor FOB) Celulose US$ 3,3 bilhões Carne bovina US$ 2,68 bilhões Carne de Frango US$ 1,23 bilhões Algodão US$ 816,3 milhões Carne de Suíno US$ 611,7 milhões DRAGÃO CHINÊS 20% do total de área da propriedade 35% nos estados que compõem a Amazônia Legal Demais biomas Cerrado 80% em áreas de ¬florestas Amazônico área a ser preservada dentro da propriedade Bioma Preservação registrou mais um volume inédito: 257,8 milhões de toneladas de grãos, com destaque para a soja, milho e o algodão produzidos em 36.9 milhões de hectares.

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