As cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul devem confirmar um crescimento adicional de 25,25% no seu faturamento em relação à 2017, ultrapassando R$ 25,4 bilhões de movimento econômico. Os números foram anunciados na última quarta-feira, 6 de fevereiro, pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), durante coletiva de imprensa na sede da entidade, em Porto Alegre (RS).
O índice de crescimento apresentou-se acima da média dos últimos anos em razão das condições de preços da soja, milho e trigo que apresentaram preços em níveis superiores em relação a 2017, significativo também pela maior comercialização de soja dos estoques represados da safra de 2017, que teve maior fluidez no ano de 2018. Já as sobras, que consideram as receitas menos as despesas das cooperativas, devem ser de R$ 638,9 milhões, margem de 2,51% em relação à soma dos resultados obtidos no ano de 2017. O levantamento levou em consideração as cooperativas associadas à FecoAgro-RS.
Para o presidente da entidade, Paulo Pires, os preços da soja no mercado influenciaram nestes números. “Em 2016 tínhamos um preço médio de R$ 70,00 no ano, em 2017 o preço passou para R$ 60,00. Quando baixou este valor, o produtor que tinha outros rendimentos não faturou esta soja, ficando represado. Em 2018 o preço médio foi a R$ 72,00 baseado em um dólar de R$ 4,20 e isto influenciou na formação do preço e o produtor vendeu o produto”, destacou.
Entre os desafios para o ano, a FecoAgro-RS destaca o crédito rural como importante instrumento para impulsionar o crescimento do setor. Dos dados organizados pela entidade, com base em números do Banco Central, dos R$ 182,4 bilhões tomados em crédito rural no ano passado, R$ 24,1 bilhões tiveram participação das cooperativas. Além disso, e 14% dos financiamentos tiveram como principais finalidades custeio, investimento e comercialização, modalidades operadas pelas cooperativas e repassadas aos cooperados.
Entre os desafios que a FecoAgro-RS citou para o setor em 2019 estão a garantia da continuidade dos atuais programas de crédito rural, apoio ao incremento da subvenção aos prêmios do seguro rural, assegurar o volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o retorno das atividades, alteração dos percentuais de exigibilidade dos depósitos à vista para 34% e fortalecimento das políticas vinculadas ao cooperativismo no âmbito da agricultura familiar.
Na participação na safra, a FecoAgro-RS estima que em 2018 as cooperativas agropecuárias gaúchas foram responsáveis por 67% do recebimento do trigo, enquanto na soja o percentual foi de 50%. Já no leite, são 45%, enquanto no milho, 25% e no arroz, 10%.
Foto: AgroEffective/Divulgação