Exportações do agronegócio tiveram alta de 6% no acumulado do ano
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a Carta de Conjuntura Agro, com projeções do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário para 2020 e 2021. Com base nos dados mais recentes do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de dados atualizados de produção pecuária e outros, o Grupo de Conjuntura estima aumento para o PIB do setor agropecuário de 2020 de 1,9% no mês de outubro, para 1,5% em novembro. O valor adicionado da lavoura teve seu crescimento revisado de 3,9% para 3,8%, enquanto o da pecuária caiu de -1,5% para -2,0%. Para o componente “outros”, que inclui exploração florestal, pesca e aquicultura, a queda projetada também se intensificou, de -6,4% para -9,4%.
Para 2021, o PIB agropecuário deve ficar em 1,2%, um crescimento menor que os 2% que haviam sido projetados em outubro. A atualização foi feita com base no primeiro prognóstico de safra do IBGE, complementados por projeções da Conab, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do próprio Ipea. A previsão para o valor agregado da lavoura teve revisão de crescimento de 1,8% para 0,4%. Esta queda se deve principalmente à substituição de parte das estimativas da Conab pelas do IBGE. Apesar do IBGE também considerar safras recordes de soja (4,6%) e milho (2,6%) no próximo ano, a queda de outras culturas deve compensar parte da contribuição positiva desses dois grãos. Para a pecuária, houve revisão da expectativa de alta de 3,9% para 4,4%. Em relação ao componente “outros”, a perspectiva é que a queda passe de -2,5% para -3,5%.
As exportações brasileiras registraram crescimento de 6% de janeiro a outubro de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019, impulsionadas pelo açúcar (63%) e carne suína (49%), soja (21%), algodão (21%) e carne bovina (20%). No caso das importações, houve queda de 5% nos dez principais produtos importados, entre eles o salmão (-34%), o malte (-10%), os produtos hortícolas (-8%) e o trigo (-5%).
As contratações de crédito rural apresentaram bom desempenho nos quatro primeiros meses do ano-safra 2020-2021, com a concessão de R$ 92,3 bilhões de crédito entre julho e outubro, uma alta de 20,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo com a expansão do crédito, a inadimplência segue em níveis baixos.