O surgimento diário de diversas tecnologias ainda esbarra nos problemas de conectividade no campo, especialista orienta produtores quanto a aplicação de novas soluções e ferramentas nas fazendas e dá dicas de como encurtar esse caminho
A agricultura 4.0 tão falada nos últimos tempos, continua caminhando para ser uma grande revolução tecnológica no campo. A presença cada vez maior de máquinas agrícolas como semeadoras, tratores, arados, entre outros implementos totalmente autônomos que podem ser comandados a distância, já são uma realidade. Essas máquinas contam com sistemas inteligentes, controlados por tablets e smartphones onde quer que o produtor esteja.
Todas essas tecnologias possibilitam diversas oportunidades, como por exemplo: ter agilidade nas tomadas de decisão devido a captação dos dados em tempo real e o aprimoramento na gestão da sua propriedade possibilitando otimizar a produção em todas suas etapas do processo. Uma vez que o gestor pode interromper a atividade no mesmo instante que ele identificar uma inconformidade com o processo antes pré-estabelecido.
Deste modo e com essa praticidade na tomada de decisão é possível deliberar medidas que visam a redução de custos operacionais e a identificação de oportunidades de melhorias. Entretanto, toda essa tecnologia que pode levar a agricultura brasileira a um outro patamar, ainda esbarra em problemas que têm limitado esse crescimento, que poderia ser mais acelerado.
Um dos gargalos é a conectividade ainda precária ou inexistente em grandes e importantes regiões produtoras do País. Estudos divulgados pelo último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que é precária a infraestrutura de conexão em terras agricultáveis. A pesquisa indicou que apenas 5% das áreas estão conectadas à internet. “Ou seja, isso demonstra que está é uma grande frente que requer atenção para que possamos intensificar o avanço da agricultura 4.0”, diz Caio Peccin, Engenheiro Agrícola frente ao time de inovação da Piccin Máquinas Agrícolas de São Carlos-SP.
Implantação na fazenda
O produtor que deseja implantar ou adquirir tecnologias presentes na era da agricultura 4.0 para sua fazenda, primeiramente precisa estar ciente que a agricultura 4.0 não é um produto, é um conjunto de tecnologias digitais de variadas funções que geram um aperfeiçoamento do manejo no campo.
De acordo com o engenheiro agrícola da Piccin, tendo como base esse conceito, para adquirir ou implantar uma nova tecnologia é preciso definir prioridades. “Pondere a capacidade tecnológica de infraestrutura instalada que sua fazenda possui hoje junto com suas reais necessidades e gargalos que impedem de avançar para seu objetivo traçado”, destaca.
Ainda segundo o profissional, também é importante que o produtor compreenda sua capacidade financeira e o quanto pretende destinar para os investimentos em tecnologias. “Busque conhecer as tecnologias disponíveis no mercado hoje, a sua facilidade de obtenção e preços. Entenda se você possui pessoas qualificadas na sua equipe que consigam executar esse projeto, caso contrário investir em capacitação é uma ótima saída”, ressalta o engenheiro.
Feito isso, compreendendo as reais necessidades da fazenda, sua capacidade de investimento, as tecnologias disponíveis no mercado e o nível de capacitação da sua equipe de trabalho, o próximo passo é traçar um plano de execução. Essa é uma ótima forma que pode orientar e encurtar o período de implantação das suas tecnologias. “Também destaco que é importante termos em mente que essas mudanças, depois de implantada, terão que vir para facilitar o nosso trabalho e que os benefícios e demandas podem variar de acordo com o propósito e realidade de cada propriedade”, diz Peccin.
Tecnologias já disponíveis
Um dos pontos cruciais para uma safra farta e de bons resultados é realizar aplicação de fertilizantes e corretivos. Focados em desenvolver soluções compatíveis com a agricultura 4.0, a Piccin hoje já disponibiliza aos agricultores o modelo Master 15000 Full tech, que é um exemplo de produto com um pacote tecnológico.
O equipamento entrega ao produtor o que há de mais moderno na aplicação de fertilizantes e corretivos. “Com seus sistemas de controle eletrônico, desligamento de seção e células de carga, o distribuidor Master 15000 FULL TECH irá realizar uma aplicação com alta acurácia e precisão resultando assim em confiabilidade aos dados que servirão para gestão e tomadas de decisão do produtor rural. Tudo isso aliado à conectividade ISOBUS que proporciona a capacidade de comunicar e ser utilizado com os Displays GPS mais conhecidos do mercado”, salienta o engenheiro.
Também com foco na agricultura 4.0, o portfólio de produtos da empresa conta também com o Display GPS InCommand 1200 que entrega ao produtor uma solução completa em tecnologia. A ferramenta conta com funcionalidades como: comunicação de informações em tempo real entre máquinas, transferência e armazenamento dos dados da operação em nuvem através da plataforma Agfiniti e também o acompanhamento de informações sobre a operação em tempo real.
Futuro
Nos próximos 10 anos a tendência é que a agricultura 4.0 se intensifique ainda mais com mais tecnologias e soluções. O engenheiro agrícola acredita que teremos significativo aprimoramento caminhando a passos largos na digitalização do campo, com melhorias contínuas em questões já abordadas despontando o Brasil ainda mais como referência mundial no desenvolvimento do agronegócio. “Teremos ecossistemas mais integrados, bancos de dados mais estruturados, rapidez na tomada de decisão potencializada com automação das máquinas e independência na tomada de decisão, desenvolvimento da área de inteligência artificial e aprendizado de máquinas”, finaliza.