Taxa de administração. No Banco do Brasil, há duas taxas de administração: 10% para clientes e 9% para servidores públicos federais. Atualmente a inadimplência está em torno de 2,81%. Segundo Alexandre Luís dos Santos, gerente executivo, o número de consorciados que não conseguem honrar os pagamentos é um dos menores do mercado. “Se considerarmos a carteira de clientes do segmento de veículos pesados e máquinas agrícolas, a média é de 10,63%” argumenta, amparado pelos dados de outubro do Banco Central.
Para José Bittencourt, responsável por treinamento na Valtra Administradora de Consórcios, a responsabilidade com a inadimplência também é da empresa: “Cabe à administradora cuidar bem dos grupos para que, nas assembleias para distribuição de bens, sempre haja saldo em caixa suficiente para atender à expectativa de contemplação dos consorciados.”
O sistema é indicado a pessoas físicas ou jurídicas que não necessitem imediatamente do bem. Para Rossi, o produtor deve avaliar a necessidade, bem como a disponibilidade de recursos para o pagamento das parcelas. Os benefícios, segundo ele, compensam. “O sistema de autofinanciamento possibilita planejar o plantio, aumentar ou renovar a frota, além de formar ou ampliar o patrimônio pessoal, familiar ou empresarial”, destaca. Balzan ressalta que as facilidades – baixo custo e prazos longos – incentivam a “cultura da poupança” e sustentabilidade dos negócios a produtores. Dos 69 mil participantes ativos nos grupos de consórcios de máquinas agrícolas, 73,1% são produtores rurais e 26,9%, pessoas jurídicas. Balzan relata o perfil do cliente: “Noventa porcento são do sexo masculino e 93,5% apresentam renda acima de R$ 5 mil/mês”. Há também um público que recorre a créditos maiores para adquirir carros de luxo.
Bittencourt afirma que a maior procura na Valtra é do “empresário rural” que precisa renovar a frota. “Ele vem sistematicamente buscando o segmento de consórcios, haja vista o volume de cotas comercializadas no ano passado, que chegou perto de 13 mil”. Segundo o gerente do BB Consórcios, o perfil tem “variações”. Ele destaca cinco grupos: pessoas físicas e jurídicas que dependem de alternativas de baixo custo para comprar os bens; empresas ou profissionais que vão ampliar ou modernizar a frota; clientes que praticam atividades econômicas no campo ou indústria de transformação e necessitam transportar matéria-prima ou escoar a produção; micro e pequenas empresas que desejam profissionalizar seus negócios; pessoas jurídicas dispostas a imobilizar parte do patrimônio em veículos, lançando a depreciação do bem como benefício fiscal.