De acordo com levantamento feito pela Conab, é esperada produção de 125,5 milhões de toneladas para a safra de 2022/23
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na safra 2019/2020 produziu 100 milhões de toneladas. O país exportou, em 2020, 38 milhões de toneladas de milho, o que equivale a 19,8% das exportações totais do produto. A produção do cereal cresceu em toda parte devido a importância do milho em diversas cadeias produtivas.
Dados de comércio indicam que a produção de milho no mundo destina-se principalmente ao consumo doméstico. A quantidade comercializada por meio de trocas internacionais é baixa e a maior parte da produção de milho no Brasil é destinada principalmente para formulação de ração para alimentação animal ou para produção de silagem para a pecuária leiteira.
O milho também é utilizado para a produção de etanol, que de acordo com a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), passou de 791,42 milhões de litros na safra 2018/19 para 1.693,3 milhões de litros em 2019/20. Existem estimativas que o consumo de milho para etanol pode chegar a 30 milhões de toneladas na próxima década.
Ainda de acordo com a Conab, para a safra 2021/22 a colheita é estimada em 113,2 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 30% quando comparado com o ciclo anterior. Na primeira safra a produção do cereal se manteve estável e contabilizou 24,9 milhões de toneladas, devido às condições climáticas desfavoráveis.
Já na segunda safra foi retomada a produção em torno de 41,8%, sendo estimada em 86,1 milhões de toneladas. A produção não foi melhor devido a falta de chuvas e da estiagem em alguns estados. Durante o cultivo também teve o registro de ataque de cigarrinhas do milho, praga que ataca as lavouras do cereal.
Cabe destacar que outro segmento importante para a cadeia do milho é o de consumo industrial. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias do Milho, em 2020, o consumo industrial de milho no país em 2018/19 foi de 8,76 milhões de toneladas. Já a projeção para 2019/20 foi de 9,86 milhões de toneladas, o consumo industrial do milho ocorre por meio da moagem via seca e via úmida.
A cadeia produtiva do milho tem grande contribuição para o Valor Bruto de Produção (VPB), uma vez que chega a R$ 64 milhões e esse valor aumenta consideravelmente se somado às principais cadeias como: aves de corte, bovinocultura, suinocultura, indústria de alimentos, entre outras.
Safra 2022/23
De acordo com levantamento feito pela Conab, é esperada para o milho uma produção de 125,5 milhões de toneladas. Na primeira safra, contando com uma possível recuperação na produtividade, após a escassez hídrica em importantes regiões produtoras na temporada 2021/22, a produção pode chegar a 28,98 milhões de toneladas. Já na segunda safra do grão, é projetado um aumento tanto da área como da produtividade, o que pode resultar em uma colheita de 94,53 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra 2021/22.
Sustentabilidade
Destaca-se que 80% da produção brasileira de milho se dá na 2ª Safra, após a colheita da soja. Sendo assim, 16 milhões de hectares produzem tanto soja quanto milho na mesma safra. O plantio do milho em seguida da soja pode reduzir em até 50% a necessidade da utilização de fertilizantes nitrogenados.
Para o cultivo do cereal, o produtor também poderá optar pelo plantio direto que é baseado em três princípios: não revolver a terra; fazer a rotação de culturas e manter a cobertura viva ou morta do solo. Ao optar por este tipo de plantio, o agricultor tem várias vantagens ambientais, como: redução da erosão e estabilização da estrutura do solo, aumenta a atividade biológica e matéria orgânica, diminui o uso de defensivos, entre outros.