Chuvas impactam o ritmo de colheita de cana na primeira quinzena de julho

No acumulado da safra, volume de moagem registra crescimento de 8,71%

Chuvas impactam o ritmo de colheita de cana na primeira quinzena de julho

Na primeira quinzena de julho, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 43,17 milhões de toneladas de cana, uma redução de 11,07% em comparação com as 48,54 milhões de toneladas da safra 2023/2024, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (25) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

No acumulado da safra 2024/2025 até 16 de julho, a moagem alcançou 281,58 milhões de toneladas, comparado às 259,03 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ciclo anterior, representando um crescimento de 8,71%.

O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, explica que a retração constatada no processamento de cana nos primeiros quinze dias de julho se deve à condição climática desfavorável para colheita, com chuvas leves que impactaram o ritmo de moagem no Paraná, Mato Grosso do Sul e nas regiões de Assis, São Carlos e Piracicaba em São Paulo, especialmente.

Ao término da quinzena, permanecem em operação 256 unidades no Centro-Sul, sendo 238 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na primeira quinzena de julho totalizou 2,94 milhões de toneladas, registrando queda de 9,70% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (3,25 milhões de toneladas).

Desde o início da safra até 16 de julho, a fabricação de adoçantes totalizou 17,14 milhões de toneladas, em comparação com 15,53 milhões de toneladas no mesmo período do ciclo anterior, um aumento de 10,37%.

Rodrigues esclarece que “até o momento, o crescimento na quantidade de açúcar fabricado atingiu 1,61 milhão de toneladas, sendo 1,35 milhão decorrente do avanço na moagem de cana-de-açúcar e apenas 259 mil toneladas associada à mudança no mix de produção das unidades produtoras”.

A produção de açúcar por tonelada de matéria-prima avançou aquém da expectativa de mercado, saindo de 59,95 quilos de açúcar por tonelada de cana no ciclo 2023/2024 para 60,87 quilos, no acumulado da safra atual.

Com efeito, na última quinzena apenas 49,87% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar, ante 50,03% observados no mesmo período da safra 2023/2024.

O executivo da Unica explica que nesses três primeiros meses de safra foi possível observar uma redução no nível da pureza na comparação com o índice registrado no ano anterior. Considerando apenas as unidades anexas de Centro-Sul, houve queda próxima de 1% na quantidade de sacarose por tonelada de cana e um aumento de 6% na quantidade de açúcares redutores. Essa condição impacta a recuperação e eficiência do processo industrial, dificultando a produção do adoçante para um mesmo teor de ATR. 

“A condição climática desfavorável que tem afetado a produtividade agrícola da lavoura também altera a dinâmica fisiológica da planta”, acrescentou Rodrigues.

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Na primeira metade de julho, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,13 bilhões de litros, dos quais 1,29 bilhão de litros foram de etanol hidratado, uma queda de 1,02%, e 835,53 milhões de litros de etanol anidro, uma redução de 13,39%.

No acumulado do atual ciclo agrícola, a produção de biocombustível totalizou 13,14 bilhões de litros, um aumento de 9,73%. Desse total, 8,35 bilhões de litros foram de etanol hidratado, um crescimento de 21,83%, enquanto 4,79 bilhões de litros foram de etanol anidro, uma queda de 6,44%.

Do total de etanol obtido na primeira quinzena de julho, 14,5% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 308,10 milhões de litros neste ano, contra 268,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 14,67%.

Desde o início da safra, a produção de etanol de milho alcançou 2,11 bilhões de litros, representando um avanço de 24,16% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Vendas de etanol 

Nos primeiros quinze dias de julho, as vendas de etanol totalizaram 1,39 bilhão de litros, o que representa uma variação positiva de 21,23% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 869,52 milhões de litros, representando um aumento de 52,54% em relação ao mesmo período da safra anterior. Em contrapartida, a venda de etanol anidro atingiu 477,58 milhões de litros, uma retração de 3,57%.

No acumulado da safra 24/25, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 10,55 bilhões de litros, registrando crescimento de 22,08%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 6,56 bilhões de litros (+43,80%), enquanto o de anidro alcançou 3,49 bilhões de litros (-4,93%).

 

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