Os desafios e as oportunidades da irrigação no campo

Entre os maiores desafios estão a preservação de água, energia elétrica, reuso de água na agropecuária, desburocratizar o licenciamento ambiental e a outorga, o Plano Nacional de Recursos Hídricos e o Plano Nacional de Irrigação

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou de uma audiência pública sobre o tema “Política Nacional de Irrigação: fixação do homem no campo e desenvolvimento regional”, promovida pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, nesta segunda-feira (12).

A assessora técnica da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, Jordana Girardello, fez uma apresentação sobre os desafios e oportunidades da irrigação no campo. Ela falou sobre a tecnologia no Brasil e o uso da irrigação em culturas como trigo, café, arroz, feijão, hortaliças, olericultura, fruticultura, cevada, algodão, cana-de-açúcar e pecuária.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (Ana), atualmente, no Brasil, 8,2 milhões de hectares estão equipados para irrigação. O País tem potencial efetivo para irrigação de mais 13,7 milhões de hectares, com projeção de crescimento de 250 mil/ha/ano até 2040. Entre as principais atividades irrigadas estão o arroz (15,9%), a cana-de-açúcar (9,1%), café (5,5%) e as culturas irrigadas por pivô central (17,6%).

“O uso da irrigação ainda é pequeno frente ao potencial estimado do País. Não temos dúvida de que a tecnologia é um apoio e uma política de inclusão para melhorar a qualidade de vida e a renda das populações”, afirmou.

Jordana também falou sobre as demandas do setor e a relação entre irrigação e meio ambiente. Segundo ela, a tecnologia é estratégica para promover a segurança alimentar, pois otimiza a produção agropecuária e aumenta a produtividade sem expandir sobre novas áreas, além de garantir alimentos com preços mais acessíveis – aumentando a oferta e a regularidade dos produtos.

Entre os maiores desafios estão a preservação de água, energia elétrica, reuso de água na agropecuária, desburocratizar o licenciamento ambiental e a outorga, o Plano Nacional de Recursos Hídricos e o Plano Nacional de Irrigação. Outro ponto fundamental é fortalecer a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

“Precisamos traçar políticas públicas, principalmente as estruturantes. Tendo uma gestão eficiente da disponibilidade e da demanda de água, poderemos ser um país referência e sem enfrentamento de crise hídrica”, disse a assessora técnica da CNA.

O debate contou com a participação do secretário Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Tiago Pontes; do coordenador geral de Irrigação e Drenagem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Frederico Cintra Belém; do diretor de Planejamento e Articulação de Políticas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Raimundo Gomes de Matos; e do prefeito do município de Pão de Açúcar (AL), Jorge Dantas. O moderador foi o presidente da CDR, senador Fernando Collor (PROS/AL).

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

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