Painéis analisaram produção café, grãos, hortaliças, pecuária de corte, silvicultura e piscicultura
O Projeto Campo Futuro levantou, de segunda (12) a sexta (16), os custos de produção de café, grãos (soja e milho), hortaliças (tomate), pecuária de corte, piscicultura, silvicultura (borracha natural) nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Santa Catarina.
Os levantamentos são realizados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), Labor Rural (Universidade Federal de Viçosa – UFV) e Pecege (Esalq/USP).
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A iniciativa conta com o apoio de sindicatos de produtores rurais; das federações estaduais de agricultura e das Administrações Regionais do Senar.
Confira os destaques para cada cultura:
Grãos (Maracaju – MS): O clima adverso impactou a safra de verão no ciclo 21/22. Como a região está localizada numa região de transição (entre a região Sul, onde foi observado quebras de safra e o cerrado, que obteve boas produtividade). Com isso, os produtores colheram em média 48 sacas de soja/hectare. Por outro lado, os produtores colherem uma boa 2ª safra. Para o milho, 100 sacas foram colhidas em média por hectare. Os produtores relataram altas incidências de cigarrinha-do-milho durante a condução da cultura.
Borracha Natural (Ituberá -BA): A propriedade modal tem 7 hectares e produtividade de 5.000 kg de látex por hectare/ano. A vida útil dos seringais da região é de cerca de 40 anos, com extração a partir do sétimo ano.
A atividade é feita em grande parte de forma manual. Os itens que mais pesam no bolso do produtor são mão de obra (31%); pró-labore (28%) e custos administrativos (23%).
Café Conilon (Rio Bananal – ES): A propriedade modal foi caracterizada com 10 hectares de área produtiva, cultivo irrigado, condução semimecanizada. Os desembolsos com fertilizantes correspondem a 30% do Custo Operacional Efetivo (COE); mão de obra (25%), defensivos (15%), Irrigação (1,8%) e mecanização (1,4%).
Café Arábica (Brejetuba – ES): O painel contou com a presença do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha, cafeicultores e Técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
A propriedade rural modal possui 10 hectares de área produtiva com cultivo em sequeiro, condução e colheita manual.
Se comparado com o painel do Campo Futuro em 2021 foi registrada elevação de 18% em desembolsos para corretivos de solo; 34% de elevação com mão de obra e 93% com fertilizantes.
Já os desembolsos com defensivos recuaram em 22% como resultado da redução do pacote tecnológico utilizado no modal.
Pecuária de Corte (São Félix do Xingu – PA): O objetivo foi levantar os custos de produção de uma propriedade modal de cria (produção de bezerros) na região. Foi considerada uma fazenda com área total de 1.400 hectares, sendo 700 hectares de área útil (pastagem) e 600 matrizes.
A mão de obra foi o item de maior peso nos custos operacionais efetivos (COE), representando 26,20%, seguido pela suplementação mineral, com 21,64%.
Tomate de mesa (Barbacena – MG): A propriedade modal da região possui dois hectares cultivados com produtividade média de 3.000 caixas/hectare e comercialização na roça. O modal da região tem como característica a parceria, ou “meeiro”. Os custos para a condução da lavoura, que incluem aquisição de sementes e mudas, fertilizantes, produtos fitossanitários e outros, representa aproximadamente 60% do Custo Operacional Efetivo (COE).
Piscicultura (Massaranduba – SC): Apesar do alto gasto com ração, que representa 84% do Custo Operacional Efetivo, a criação de tilápia na região é um negócio atrativo financeiramente. O próprio produtor conduz as atividades laborais graças aos bons indicadores técnicos obtidos como a conversão alimentar de 1,5 kg de ração/kg de peixe e a sobrevivência média dos animais ao longo do ciclo produtivo de 80%.