A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que aguarda um crescimento de 9% sobre o PIB do agronegócio em 2020, quando comparado ao ano passado. “Esse movimento demonstra recuperação da atividade agrícola frente às sucessivas quedas apresentadas entre 2017 e 2019. Com os resultados deste ano, recupera-se a renda perdida e garante-se um aumento líquido em relação ao patamar de 2017”, destacou o presidente da CNA, João Martins, durante divulgação do balanço de 2020.
O setor primário (dentro da porteira) deve apresentar crescimento significativo (32,3%), enquanto os setores de insumos e serviços devem crescer 3,5% e 3,2%, respectivamente.
Além do resultado do PIB, o VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) também deve fechar 2020 com expansão de 17,4%. O setor ainda se destacou na geração de empregos, com 102,9 mil postos de trabalho criados no ano.
De acordo com o documento, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 85,5 bilhões até outubro deste ano, um crescimento de 5,7% em relação a 2019. Os cinco principais destinos dos produtos brasileiros foram China, União Europeia, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que juntos representaram 63% do total das exportações brasileiras em 2020.
Além disso, foi constatado um aumento nas exportações para diversos países. A principal expansão se deu nas vendas para a Venezuela, de 190,3%. Logo atrás vem a Tailância, com crescimento de 43,9%, a Turquia, com 41,8% e a China (19,4%).
Expectativas para 2021
Para o próximo ano, a CNA acredita que o PIB do agronegócio deva registrar crescimento de 3% e o VBP de 4,2%. “Um número que não destacamos no balanço é de que a produção de grãos pode chegar a 268 milhões no ano que vem”, apontou ainda o superintendente técnico, Bruno Lucchi.
O executivo destacou, porém, que será necessário que o governo federal cumpra compromissos como a reforma tributária e a reforma administrativa, além de investir em infraestrutura e logística. No documento divulgado, a CNA lembra que as PECs (Propostas de Emenda Constitucional) que tratam da reforma tributária em discussão no Congresso impactam o setor e a sociedade de forma negativa.
A confederação reafirmou que vai continuar atuando para evitar a elevação dos custos de produção da atividade agropecuária, afim de manter a competitividade do Brasil no comércio internacional.
“A meta é atingir rapidamente 300 milhões de toneladas de grãos nos próximos dois anos”, afirmou Martins. Ele diz que esse patamar será possível também porque o produtor rural teve uma sobra de recursos este ano, que ele investiu na próxima safra.