Manejo do cultivo da mandioca de mesa com cobertura plástica aumenta a produtividade em 13% e a lucratividade da atividade agrícola
Pesquisadores da Embrapa divulgaram uma pesquisa recente sobre o desenvolvimento de uma tecnologia focada no manejo da mandioca, que visa simplificar o cultivo dessa cultura no Cerrado, enquanto potencializa a produtividade e a rentabilidade da atividade.
Trata-se de uma cobertura plástica do solo no cultivo de mandioca de mesa. Ela atende diretamente a uma demanda do setor produtivo, que busca maneiras de maximizar a lucratividade e a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores.
Embrapa desenvolve tecnologia que facilita o manejo da mandioca
A tecnologia de “Cobertura plástica do solo no cultivo de mandioca de mesa no Cerrado” foi lançada em 25 de maio, em um Dia de Campo realizado na Agrobrasília e chamou atenção dos produtores.
Como fazer cobertura plástica no manejo da mandioca
Um material produzido pela Embrapa Cerrados, coordenado pelo pesquisador Eduardo Alano, explica como o produtor pode fazer a cobertura plástica. O uso da cobertura plástica do solo no manejo da mandioca proporciona aumentos de pelo menos 13% na produtividade de raízes. Quando a tecnologia é utilizada juntamente com a irrigação, a produtividade de raízes é ampliada em ao menos 89%.
É recomendada a aplicação de cobertura plástica (plástico opaco de polietileno preto de 50 µm de espessura) sobre os canteiros onde será implantada a lavoura. A tecnologia pode ou não ser aplicada juntamente com a tecnologia da irrigação.
- Lembrete: a mandioca pode ser cultivada sob cobertura previamente utilizada em ciclo(s) de cultivo de pimentão, morango, alface, cenoura, brócolis, entre outros.
O plantio deve ser realizado em canteiros de 1,10 m de largura de terraço com as manivas-sementes dispostas na posição vertical (Figuras 1 e 2).
Figura 1. Exemplo de arranjo de plantas em fileiras simples, sobre canteiro com cobertura plástica:
- As plantas podem ser arranjadas em filas simples, em espaçamento de 1,60 m entre fileiras e 0,70 m entre plantas, com o espaçamento entre canteiros de 0,50 m (Figura 1);
Figura 2. Exemplo de arranjo de plantas em fileiras duplas, sobre canteiro com cobertura plástica:
- ou em filas duplas divergentes, com espaçamento de 0,60 m entre fileiras simples, 1,90 m entre fileiras duplas e 0,80 m entre plantas, com o espaçamento entre os canteiros de 1,40 m (Figura 2).
É possível a utilização de uma mesma cobertura plástica do solo para mais de um cultivo. Por exemplo, uma mesma cobertura pode servir para a produção de brócolis, pimentões, morango ou alface e, depois, para uma safra de mandioca. Com isso, há uma redução dos custos de implantação da cobertura plástica, inclusive com a utilização da fertilidade residual do primeiro cultivo.
A mandioca entra nesses sistemas de produção como uma cultura estratégica, que permite a ampliação da rentabilidade da lavoura e, ao mesmo tempo, a quebra de ciclos de pragas e doenças por meio da sucessão e/ou rotação de cultura.
Biomonitoramento do solo é primeiro passo para agricultura regenerativa
Outro aspecto importante é a possibilidade de utilização da consorciação com outras culturas entre as fileiras duplas de mandioca – por exemplo, com batata-doce, amendoim, feijão, feijão-de-corda, abacaxi ou uma fileira de milho, entre outras.
Também com leguminosas para adubação verde como as crotalárias ou feijão-de-porco, que irão contribuir para o enriquecimento, a preservação e a intensificação do uso do solo, bem como para o aumento da diversificação da renda familiar.
➜ Siga a Máquinas & Inovações Agrícolas no Instagram e no Linkedin!
