Máquinas e Inovações Agrícolas

Congresso aeroagrícola ocorre de 20 a 22 de julho

Seguem as inscrições gratuitas para o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil, assim como os preparativos para os debates, palestras e mostra de tecnologias e serviços em plataforma virtual

A duas semanas do maior evento da aviação agrícola no Brasil (e um dos maiores do mundo no setor) a edição web do Congresso da Aviação Agrícola do Brasil faz os últimos ajustes para a programação de 20 a 22 de julho. Este ano, com o mundo ainda sob as restrições da pandemia da Covid-19, o desfile de tecnologias em drones, aviões e equipamentos embarcados será em uma plataforma virtual, assim como os debates sobre cenários, perspectivas de mercado e políticas para o setor. Tudo com inscrições gratuitas, que podem ser feitas no site www.congressoavag.org.br .

Conforme o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, Thiago Magalhães Silva, mais de mil participantes já garantiram sua inscrição. “O evento é dirigido a um público desde empresários até estudantes, passando por pilotos, técnicos, agrônomos, pesquisadores, produtores rurais ou entusiastas do setor. Mesmo quem quiser apenas conhecer mais sobre a aviação agrícola também pode se inscrever”, destaca o dirigente.

A promoção é do Sindag e do Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e a semana está sendo de treinamento dos expositores para atendimento nos estandes virtuais e preparação do material a ser apresentado aos visitantes. O Congresso reunirá desde fabricantes do Brasil, Estados Unidos e outras partes do mundo até instituições de ensino, além de pesquisadores e prestadores de serviços em manutenção e outros segmentos. Sem falar nas autoridades governamentais e do agro.

Thiago Magalhães também lembra que o evento deste ano será denso na agenda internacional, já que abrange ainda a programação do XXIX Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola – segundo o revezamento que a cada ano ocorre entre as entidades aeroagrícolas do Brasil, Argentina e Uruguai. Além disso, a programação é comemorativa ao centenário da aviação agrícola no mundo e seus 74 anos no Brasil – antecipando as datas festejadas, respectivamente, em 3 e 19 de agosto.

Ambiente gamificado

As atrações do Congresso AvAg serão ao vivo nos três dias de evento, sempre das 9 às 18 horas. “Por isso, é importante que os participantes reservem essas datas para realmente aproveitarem tudo o que a programação oferece”, explica a coordenadora de eventos do Sindag, Marília Güenter. Ela ressalta que o ambiente virtual funcionará em uma plataforma gamificada.

“O visitante poderá circular não só pelos estandes (cada um com atendimento em tempo real, além de acesso a vídeos e outros materiais sobre a empresa e seus produtos), como acompanhar as palestras e debates nos palcos virtuais. Ou ainda participar das discussões na Cafeteria do Congresso – nesse caso, com as ‘mesas’ divididas por temas de conversa a cada momento”, destaca Marília.

Outro destaque ficará por conta das rodadas de negócios, com os principais expositores do evento apresentando ofertas especiais, treinamentos ou anunciando lançamentos. Serão seis encontros: às 10h30 e 15 horas em cada um dos três dias. Neste caso, com inscrições (também gratuitas) mais próximas do evento, mas em salas limitadas a 50 participantes.

Selo e pesquisas

Um dos destaques na programação do Congresso AvAg será o lançamento do programa Boas Práticas Aviação Agrícola (BPAA). A iniciativa é uma cooperação técnica entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e tem como objetivo o incremento na gestão e boas práticas operacionais das micro e pequenas empresas do setor aeroagrícola. O foco são os gestores, pilotos, técnicos agrônomos e outros profissionais do setor, resultando em um novo selo de qualidade para o setor aeroagrícola.

Sem esquecer o Congresso Científico da Aviação Agrícola, que deve anunciar seu resultado no último dia do evento. Até lá, as oito pesquisas acadêmicas inscritas até junho na disputa concorrem aos prêmios de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil, do primeiro ao terceiro lugar, além da Menção Honrosa por Inovação. Os trabalhos estão sendo avaliados por uma equipe composta por doutores e especialistas em agronomia e veterinária, além de dirigentes do Sindag e Ibravag. O foco do Congresso Científico é garantir inovações que tenham aplicação prática na lavoura para aprimorar ou comprovar a eficiência e segurança do setor.

Crescimento do setor

O Brasil tem a segunda maior e uma das maiores aviações agrícolas do mundo, com mais de 2,3 mil aeronaves operando no campo. Atrás apenas dos Estados Unidos e à frente de países como a Argentina, Uruguai, México, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. No ano passado, a frota brasileira teve um crescimento de 3,16%, com o acréscimo de 72 aeronaves em sua frota.

Este ano, só a brasileira Embraer já anunciou a venda de mais 37 aviões agrícolas Ipanema (contra 25 comercializados em todo o ano passado) – modelo que desde 2004 sai de fábrica movido a etanol e representa quase 60% da frota brasileira. Além disso, as norte-americanas Air Tractor e Thrush devem colocar no Brasil outros em torno de 60 aviões. Lembrando que o País também é o segundo maior mercado mundial das fabricantes internacionais.

“O Sindag e o Ibravag têm trabalhado forte na qualificação dos profissionais e gestores do setor e na desmistificação da ferramenta aérea”, acrescenta o presidente do sindicato aeroagrícola. “Renovamos em fevereiro o convênio com a Embrapa para as pesquisas sobre eficiência e segurança da aviação em campo – que teve trabalhos entre 2013 e 2017 no Centro Oeste, Sudeste e Sul do País; criamos seminários de segurança, um índice de inflação específico para o setor e até uma pós-graduação em MBA sobre gestão, inovação e sustentabilidade na aviação agrícola. Isso para citar alguns exemplos”, destaca Thiago Magalhães.

Conforme o secretário-executivo do Sindag, Gabriel Colle, além da melhoria contínua da eficiência e segurança em campo, um dos principais objetivos do setor é eliminar a falsa imagem de ferramenta poluidora, quando a discussão é sobre uso de agrotóxicos na lavoura. Ele lembra que, na verdade, a aviação acabou sendo vítima de sua própria transparência: nunca trabalha escondido, já que pode ser vista e ouvida de longe. “Ao mesmo tempo, por ter suas rotinas e regulamentação pouco conhecidas da maioria das pessoas, a compreensão de seu universo acabou dando lugar a mitos que, na verdade prejudicam o próprio debate sobre o tema.”

No Brasil, a aviação é a única ferramenta para o trato de lavouras com regulamentação específica. Que exige, por exemplo, equipe quase totalmente formada por técnicos em campo (desde o piloto com formação específica, até o agrônomo coordenador das operações e pelo menos um técnico agrícola com especialização em operações áreas).

Sem falar na estrutura com sistema de tratamento para descontaminação das aeronaves e relatórios técnicos minuciosos de cada operação. “É a ferramenta mais facilmente controlada, fiscalizada, de maior tecnologia embarcada e, por isso mesmo, a mais eficiente e segura”, resume Colle.

O diretor ressalta ainda que, no Brasil, as aeronaves agrícolas também atuam na aplicação de fertilizantes, na semeadura de pastagens e, cada vez mais, no combate a incêndios em áreas de vegetação, tanto em lavouras como em reservas naturais. Aliás, também conforme dados do Sindag, em 2020 a aviação agrícola lançou quase 11 milhões de litros de água contra incêndios florestais no Pantanal, no Cerrado Nordestino, em outras reservas e lavouras no Centro-Oeste e Sudeste e até em áreas de campo nativo no Rio Grande do Sul.

Fonte: SINDAG – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
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