Máquinas e Inovações Agrícolas

Empresas ofertam misturadores automatizados para economia de tempo no preparo de alimentos

O avanço do sistema robotizado que garante uma cuidadosa distribuição dos alimentos dentro do estábulo, com a administração de uma ração idealmente sob medida para cada animal, é uma tendência que não para: dos pequenos equipamentos para a limpeza das grades, até robôs móveis que empurram novamente à manjedoura a ração dispersa pelos animais, para chegar às mais recentes evoluções da ordenha robotizada.

Muitas operações de estábulo já podem ser feitas sem nenhuma intervenção do homem e com inúmeras vantagens: custos reduzidos com mão de obra, mais tempo para um atento controle sanitário do rebanho e, principalmente, melhores desempenhos produtivos. De fato, uma das atividades cotidianas que mais empenha o pecuarista é, sem dúvida, a alimentação do rebanho.

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A técnica “unifeed” (alimentação única) foi um marco no progresso técnico neste sentido, já que em uma única solução é possível distribuir todos os ingredientes da ração. No entanto, os tempos de preparação são longos, especialmente quando envolvem numerosos grupos de animais de necessidades nutricionais particularmente diferenciadas.

A “cozinha” do estábulo. O sistema Automatic Feeding System (sistema automatizado de alimentação), baseia-se em três setores principais: a área de estocagem dos específicos ingredientes, o misturador e o aparelho de distribuição. Em relação às disponibilidades econômicas, também é possível automatizar apenas alguns desses setores. Na verdade, trata- se de um investimento caro, sobretudo, se são necessárias intervenções de requalificação do estábulo ou da disposição interna da empresa.

A situação ideal prevê que a adoção do AFS já esteja inclusa na fase de projetação da construção, dado que é necessário providenciar uma “cozinha”, isto é, um espaço onde sejam estocados os ingredientes utilizados na preparação da ração. Infelizmente, na maioria dos estábulos, é difícil identificar uma área adaptada para tal instalação e, no geral, precisaria construir um espaço expressamente específico para isso. Já nos estábulos do norte da Europa, por exemplo, a situação apresenta-se menos problemática, visto que, também por motivos climáticos, os alimentos são geralmente conservados em um único grande edifício, que também inclui o estábulo.

De acordo com a tipologia de AFS, cada ingrediente pode ser estocado de diversas maneiras: alguns em silos ou tremonhas, enquanto outros ficam no chão simplesmente em cúmulos (mesmo se entre eles bem divididos) de onde o material é retirado mediante conchas que se abrem e fecham. Depois, é obviamente necessário providenciar percursos predefinidos de trânsito do aparelho distribuidor entre a cozinha e o estábulo.

Os principais fabricantes. Atualmente, existem quinze fabricantes de sistemas AFS, situados principalmente no norte da Europa e na América do Norte, onde essa solução é mais difusa. Os principais fornecedores da tecnologia logicamente oferecem a mais completa gama de automatização das operações no estábulo.

A DeLaval propõe a OptiMat, uma solução AFS completamente modulável que se adapta facilmente às reais necessidades da empresa, automatizando o processo somente onde necessário. Em sua versão avançada, a OptiMat Master inclui aparelhos capazes de administrar a carga dos ingredientes, sua mistura e sucessiva distribuição. Os alimentos são pré-carregados dentro de dois tipos diferentes de recipientes: os concentrados, os alimentos líquidos e os sais minerais estocados em silos verticais, dotados de extrator a cóclea comandado pelo painel de controle eletrônico; diferentemente dos alimentos “volumosos”, ou seja, ensilados e fenos, que são depositados em específicas plataformas de carga, cuja capacidade garante uma autonomia operacional de alguns dias.

Sob o controle do painel de comando, a quantidade desejada de produto é depositada em uma esteira transportadora que encaminha para o misturador, inteiramente parecido aos clássicos carros de tipo rebocado ou articulado. Acionados eletricamente (com potências típicas variáveis entre 30 e 40 kW), podem vir com cócleas verticais ou horizontais e com volumes do caixote entre 8 e 24 m³. O caixote de mistura é suportado por células de carga que pesam continuamente os ingredientes inseridos, ativando as diversas estações conforme a receita memorizada no painel de controle. A distribuição no corredor de alimentação conta com pequenos vagões, que se movem em trilho suspenso, cujo percurso deve ser atentamente projetado: onde é necessário transitar com as máquinas é importante reerguer adequadamente o trilho, para evitar danos aos meios ou ao próprio trilho.

A DeLaval também propõe vários tipos de pequenos vagões: o RA135 é carregado eletricamente via cabo, com 2,5 m³ de capacidade (aumentável para 3,7 m³ com bordas realçáveis), vem equipado com um dispositivo de descarga a tapete rolante que providencia a distribuição da quantidade desejada de produto. É possível combinar uma pequena lâmina que desvia a mistura para dentro do corredor de alimentação. Contrariamente, a movimentação do FS1600 (de 1,6 m³) é autônoma, graças ao carregamento a bateria, que garante uma operação para 140 vacas, que sobem para 280 com o pacote “acumuladores” de capacidade dupla. A modularidade desse robô é alta: quando se instala somente o misturador fixo e as várias plataformas dos ingredientes (versão “Optimat Feeding Center”) fica por conta do pecuarista a função da distribuição, enquanto no oposto a aquisição do misturador e do sistema distributivo (“Optimat Standard”) torna necessária apenas a alimentação do misturador.

A Lely oferece o Vector, um pequeno carro misturador automático capaz de seguir os percursos predefinidos. Analogamente à solução da DeLaval, os concentrados e os sais minerais são retirados de silos com tremonha extratora a cóclea, enquanto os ensilados, o feno e outros ingredientes de grande volume são carregados na quantidade correta de específicos cúmulos por meio de uma concha que abre e fecha, munida de sensores de profundidade, que garante a retirada da quantidade certa de produto.

Os cúmulos são criados por um dispositivo específico com lâminas montado em um trator ou em um levantador telescópico, que extrai porções prismáticas de ensilado ou de feno. O pequeno vagão distribuidor do Vector possui tremonha de 2 m³ com cóclea vertical, suportada pelas células de carga. Um conjunto de sensores a ultrassons de proximidade permite ao robô seguir o percurso predeterminado, de qualquer modo, com a capacidade de parar em caso de contato acidental com obstáculos imprevistos, por exemplo, animais que estacionam no trajeto. A mistura é depositada no local mediante um dispositivo que se abre para cima; a quantidade distribuída depende da altura da camada de alimento ainda presente, para evitar desperdícios. Na cobertura dos mecanismos de avanço, sob a tremonha, há uma “saia giratória”, que empurra o alimento para o corredor de alimentação. Portanto, o pequeno vagão também pode ser usado como simples encaminhador do alimento, reduzindo assim o tempo de retorno do investimento. Cada robô, que tem uma massa de aproximadamente 1.300 kg, pode alimentar até 250-300 animais, divididos em até 16 grupos, cada um com uma receita personalizada.

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