Segundo Durval Dourado Neto, diretor da ESALQ/USP, agro brasileiro tem potencial para alimentar mais de um bilhão de pessoas, sem desmatar
“É possível estruturar modelos de governança de políticas públicas e privadas que permitam ao Brasil alimentar mais 1 bilhão de pessoas sem desmatar. Para isso, é indispensável racionalizar o uso dos recursos naturais, obedecendo à filosofia do impacto mínimo da produção de alimentos sobre a natureza. A intensificação do sistema produtivo (fazer mais em um espaço de terra menor) é o grande segredo, sendo que o foco seria organizar essa proposição numa visão de Estado”, assim Durval Dourado Neto, diretor da ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, se posicionou em debate realizado nesta terça-feira (27) promovido pelo Instituto Fórum do Futuro e Sebrae com as principais universidades do agronegócio.
A ideia central é fazer um plano de ação de política pública para atender a demanda mundial no que diz respeito à segurança alimentar. “Basicamente, hoje, o Brasil alimenta cerca de um bilhão de pessoas. E até 2050, nós devemos prover alimentos para mais um bilhão, totalizando dois bilhões de pessoas. Aproximadamente 40% do aumento da população deve ser atendido pelo Brasil”, observa Durval.
Para a inserção desse modelo de agricultura, Durval apresentou um Plano de Ação Imediata de Agricultura Irrigada no Brasil para o decanato 2020-2030. “A proposta é fazer adição à área irrigada em áreas, hoje, antropizadas, com pastagem e com agricultura”, explica o diretor.
De acordo com Durval, o Brasil tem 74 milhões de hectares com área de agricultura e 164 milhões com área de pecuária. “Nessas áreas que fizemos o estudo, ou seja, não precisa desmatar nenhum hectare para atender essa demanda do mundo”, ressalta o representante da USP.