Nova previsão indica um volume de 297,54 milhões de toneladas, representando uma redução de 22,27 milhões de toneladas na colheita
Clarisse Sousa – A produção de grãos no ciclo 2023/2024 está estimada em 297,54 milhões de toneladas. Este volume é 7% menor do que o da temporada anterior, representando uma redução de 22,27 milhões de toneladas. A queda é atribuída às condições climáticas adversas que afetaram as principais regiões produtoras do país. Já os cultivos de segunda safra, cuja colheita já começou, têm apresentado melhores produtividades. Comparando a estimativa divulgada nesta quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com a publicada em maio, observa-se um aumento de 2,1 milhões de toneladas, com destaque para o milho, o algodão em pluma e o feijão.
Principal cultura da 2ª safra, o milho tem uma estimativa de produção de 88,12 milhões de toneladas. A colheita do produto neste ciclo atinge cerca de 7,5% da área semeada, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia. De acordo com o 9º Levantamento, há disparidade das condições climáticas registradas pelo país, mas foi verificado em importantes estados produtores uma melhora na produtividade das lavouras.
Exportação de café deve alcançar recorde na safra 2023/2024
Enquanto que em Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do Paraná, a redução e/ou falta de chuvas durante longos períodos no ciclo do milho 2ª safra provocaram quedas no potencial produtivo, em Mato Grosso, Pará, Tocantins e parte de Goiás, as precipitações bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura e a tecnologia usada pelo produtor têm resultado em boas produtividades nos talhões colhidos e boas perspectivas nas áreas ainda em maturação. Com isso, a estimativa da Conab para a produção total do grão está em 114,14 milhões de toneladas.
O clima também tem favorecido o algodão, cujas lavouras se encontram predominantemente nos estágios de formação de maçãs e maturação. Nesta temporada, a área semeada está estimada em 1,94 milhão de hectares, crescimento de 16,9%, o que influencia na expectativa de incremento de 15,2% na produção da pluma, podendo chegar a 3,66 milhões de toneladas.
Feijão
A produção total de feijão deverá aumentar 9,7% na temporada 2023/24, ultrapassando 3,3 milhões de toneladas. Na segunda safra, a Conab prevê um crescimento de 26,3% no volume colhido, impulsionado pelo cultivo do feijão preto e do caupi, que devem alcançar 589,4 mil toneladas e 462,8 mil toneladas, respectivamente.
Para o feijão preto, o aumento é impulsionado por uma melhoria na produtividade de 8,5% e, principalmente, pela expansão da área de cultivo, com um crescimento de 63,5% para 331 mil hectares. No entanto, para o caupi, a situação é inversa: embora a área destinada ao cultivo cresça 4,9%, a produtividade das lavouras aumenta em 20,6%. Na terceira safra da leguminosa, cerca de 60% da área é irrigada e o plantio está em andamento.
Para o arroz, é esperada uma produção de 10,39 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. De maneira geral, houve aumento na área plantada em comparação ao total semeado na temporada anterior, algo motivado à época da semeadura pela expectativa de bons preços praticados no mercado do cereal. Porém, o rendimento médio deverá ficar comprometido por conta dos danos às lavouras sul-rio-grandenses.
Com a colheita finalizada, a soja tem uma produção estimada em 147,35 milhões de toneladas, redução de 4,7% ou 7,26 milhões de toneladas sobre a safra anterior. No atual ciclo, a área semeada para a oleaginosa foi maior, no entanto as condições climáticas adversas impactaram negativamente a produtividade média no país.
Culturas de inverno
A semeadura já começou e, para o trigo, principal produto cultivado, o plantio atinge 46,8% da área total. No Paraná, o plantio iniciou em abril, porém, no Rio Grande do Sul, maior produtor de trigo no inverno, os trabalhos desta safra estão prejudicados pelas condições climáticas desfavoráveis. O excesso de umidade tem dificultado o manejo das áreas a serem semeadas.