Máquinas e Inovações Agrícolas

Fabricante de motores completa 60 anos com recordes e previsão de crescimento

No momento em que completa seis décadas de atuação no Brasil, a MWM International, fabricante de motores a diesel, tem motivos de sobra para comemorar. Recentemente, atingiu a marca de 4 milhões de motores produzidos no país e, até o final do ano, mais 140 mil unidades serão manufaturadas, o que representa crescimento de 25% em relação a 2012.

José Eduardo Luzzi, presidente da MWM International

Os bons resultados estimulam novos investimentos. Segundo o presidente da empresa, José Eduardo Luzzi, a companhia está direcionando recursos ao longo deste ano para adequar a capacidade produtiva, melhorar linhas de montagem e de usinagem de peças e desenvolver produtos, além de retomar a produção na Argentina, para suprir demandas do mercado local.

A companhia também espera se beneficiar das demandas produzidas por licitações conquistadas recentemente por seus clientes. A expectativa é de que responda pelo fornecimento dos motores a 60% das 3.200 retroescavadeiras relacionadas ao PAC 2, a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal. “Precisamos atender à demanda do mercado, que está em crescimento”, contextualiza Luzzi.

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Trajetória. Os frutos que agora estão sendo colhidos resultam de uma extensa caminhada, iniciada em 1953, com instalações em Santo Amaro, na Zona Sul da capital paulista, onde até hoje mantém a sua sede. De lá para cá, no entanto, a empresa não parou de expandir as operações, com a criação de um Centro de Desenvolvimento – que atualmente ocupa um amplo terreno no bairro paulistano – e a inauguração de uma fábrica em São Bernardo do Campo (SP), no final dos anos 1950, mais tarde transferida para Canoas (RS), que segue em plena atividade.

Alguns momentos foram marcantes na história da companhia. Em meio à forte recessão econômica brasileira dos anos 1960, que atingiu fortemente o setor agrícola, a MWM introduzia os motores D-222, destinados a tratores de roda. Na década seguinte, iniciava a produção de motores para caminhões leves, que viria a ser um dos principais negócios. Nos anos 1990, enquanto o Brasil tentava se adaptar aos choques econômicos e muitas empresas se desdobravam para manter o equilíbrio, percebeu a necessidade de desenvolver novos motores, melhorar a qualidade dos produtos, expandir exportações e internacionalizar a companhia.

Foi nesta mesma época que ocorreu a inauguração da planta da Argentina, em Jesús Maria, na província de Córdoba. Com a perda de competitividade industrial no país, a fábrica ficou parada durante uma década, realizando apenas trabalhos de usinagem de componentes. Agora, terá sua produção retomada. A unidade passará a produzir os modelos série 229, NGD 9.3 e MaxxForce 4.8/7.2 para abastecimento do mercado local, entre eles a Agrale, de Buenos Aires, e a fabricante local de tratores Pauny, que estão entre os primeiros a serem atendidos. Inicialmente, a fábrica terá capacidade para produzir 5 mil motores.

As atividades no Brasil devem continuar fortes, de acordo com o executivo. “Historicamente, desenvolvemos tecnologias no Brasil e as exportamos para os demais países, inclusive para a sede da Navistar [grupo norte-americano do qual a MWM faz parte], nos Estados Unidos.

Tecnologia. O trunfo para se manter competitiva é a busca constante pela inovação, objetivo perseguido por todas as companhias que pretendem seguir crescendo. A equipe de engenharia da MWM está desenvolvendo, por exemplo, a tecnologia Euro VI. O motor é dotado de sistema de combustão com tecnologia mais limpa, com menor emissão de poluentes.

Comparado ao Euro V, o propulsor Euro VI reduz em cinco vezes a emissão de NOx e em duas vezes o material particulado.

Segundo informações da empresa, os testes com o novo produto apontam para redução no consumo de combustível e no abastecimento de ureia, entre outros ganhos. A produção destinada ao mercado externo deve começar em 2016, e a comercialização no Brasil, entre 2018 e 2020. O Centro de Desenvolvimento conta com 220 colaboradores, entre engenheiros e técnicos, responsáveis por plataformas de motores exportadas para países como Estados Unidos, México, Turquia e Coreia do Sul.

 

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