Máquinas e Inovações Agrícolas

Fabricantes desenvolvem tecnologias capazes de pinçar, pilhar e movimentar madeiras

O uso do processador não é mais uma novidade. Até as empresas florestais mais conservadoras reconhecem as vantagens de uma mecanização evoluída, principalmente em terrenos onde as condições orográficas são difíceis ou até restritivas. Diferentemente do que acontece no norte da Europa, nos países da Áustria, Itália, França e Alemanha, o processador é usado principalmente na obra, dada as notáveis dificuldades de acesso a bosques e os tipos de cortes de utilização praticados.

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Nesse contexto, os processadores que tiveram sucesso na Europa foram aqueles que, além de garantir uma boa rede distributiva e de assistência, proporcionaram a movimentação mais ágil dos troncos. De fato, além da verdadeira preparação da madeira totalmente desflorestada (isto é, desramada e cortada), o trabalho na obra também confere a movimentação da madeira, a formação das pilhas, o acúmulo das ramagens e o carregamento nos meios de transporte.

Para tornar mais fácil e rápida a pegada dos troncos, o fabricante Konrad desenvolveu o Woody 50, um processador cujos rolos de avanço recuam para que não se tornem obstáculos no trabalho das lâminas desramadoras, usadas como pinça. De fato, os dois elementos citados estão ligados mediante uma articulação acionada por um cilindro hidráulico; em particular, acima estão colocadas as lâminas desramadoras, e, abaixo, os rolos de avanço. Sem dúvida, a movimentação dos troncos é facilitada, mas as dimensões reduzidas e a conformação curva das lâminas, embora adaptadas para desramar o tronco, não se revelam favoráveis para a típica operação da pinça.

Uma solução inovadora e funcional foi apresentada pela fabricante austríaca Zöggeler, a Gama ZBH, que compõe uma série de processadores munidos com uma verdadeira pinça coaxial de grandes dimensões, montada na posição central e especificamente dedicada à movimentação dos troncos. A carga torna-se mais rápida e fácil, a ponto que, simultaneamente, podem ser movimentados mais troncos, justamente como ocorre com um clássico carregador florestal.

Por dentro da tecnologia do ZBH. A fabricante Zöggeler produz três modelos de processadores (ZBH 58, ZBH 70 e ZBH 75), que também podem ser utilizados como cabeçote abatedor. Nesse caso, um cilindro hidráulico age para posicionar o cabeçote contra a planta na posição vertical, para depois efetuar o corte de derrubamento. As cinco lâminas existentes (das quais uma é fixa) adaptam-se ao formato do tronco, providenciando uma desrama sem “arrancos” excessivos no tronco.

O avanço do tronco é atribuído a três rolos, dois externos e um colocado dentro do processador. No modelo ZBH 58 aumenta para quatro rolos, cuja pressão no tronco é controlada eletronicamente, para adaptá-la ao diâmetro do pedaço em processo, assegurando, dessa maneira, uma boa desrama em todo o comprimento da intervenção. A velocidade de avanço dos rolos é alta, de 4-5 m/s, para garantir mais qualidade da desrama e minimizar os danos, sobretudo, no período quando o córtex se destaca mais facilmente.

Os modelos ZBH 70 e ZBH 75 dispõem de duas velocidades diferentes. O conjunto da máquina parece bem dimensionado, e não existem componentes, nem de tipo eletrônico, descobertos e sujeitos a eventual avaria. Com exceção dos carters de proteção das lâminas, tanto a pinça, quanto a estrutura portante do processador são feitas de Hardox 450, um aço antidesgaste que garante uma ótima resistência mecânica, diante de uma espessura contida dos perfilados e dos laminados e de ótima maleabilidade de trabalho.

O processador de maior capacidade operacional está equipado com duas motosserras de acionamento hidráulico: a maior está colocada na base do cabeçote, enquanto a menor está posicionada na extremidade oposta e é muito útil para o corte dos cumes. A abertura máxima da pinça é de 1.500 a 1.600 mm, conforme a versão. Em consideração ao diâmetro dos troncos que podem ser trabalhados (60-70 cm), a massa do processador é configurada entre 1.480 kg e 1.750 kg, com valores de qualquer modo alinhados aos modelos comparáveis.

Para garantir uma boa estabilidade e trabalhar com eficiência, é necessário o acoplamento a um escavador de b23-25 t, com um mecanismo hidráulico potente. A fabricante austríaca pretende disponibilizar, em breve, uma versão menor e mais leve, o ZBH 55, com a opção de vir equipado também com o cabeçote abatedor.

No trabalho. O processador Zöggeler opera bem como pinça florestal, deixando o operador à vontade na movimentação dos troncos. Além disso, com uma atenta regulagem da pressão dos rolos e da velocidade de alimentação, é possível obter uma boa desrama, sem danos ao tronco e sem deixar tocos. Por outro lado, com a redução progressiva do diâmetro da planta, as lâminas desramadoras principais não aderem mais perfeitamente à superfície do tronco, nesse caso, foram montadas duas lâminas menores na extremidade do cabeçote, que intervêm apenas em pequenos diâmetros da madeira a desramar.

Uma máquina assim constituída é capaz de substituir notavelmente um carregador florestal específico, ou seja, a utilização de guindastes a cabo necessita somente de um funcionário com um único meio para se ocupar do descarregamento, da preparação da madeira desflorestada e da formação das pilhas e dos empilhamentos da ramagem, ou da carga imediata dos troncos nos caminhões.

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