Fabricantes discutem perspectivas para o mercado

 

As “Perspectivas de mercado de máquinas agrícolas – A visão do fabricante”, foi tema de debate no , realizado em formato digital, que contou com a participação de Marcelo Borges Lopes, diretor de Vendas da John Deere Brasil; Rodrigo Paez Junqueira, vice-presidente de Vendas na América Latina da AGCO; Eduardo Kerbauy de Freitas Luis, diretor Mercado Brasil da New Holland; e Eduardo Penha, diretor de Marketing Comercial da Case IH.

O diretor da John Deere lembrou que, em 30 anos de carreira, nunca tinha vivido uma situação de volatilidade como foi em 2020. Ele comenta que, no final de 2019 havia uma perspectiva muito grande para o próximo ano, que foi derrubada em março, com o início da pandemia.

Lopes diz que a empresa chegou a fechar as fábricas, por duas, três semanas, dependendo da localização. E que, a partir de agosto, registrou uma nova reversão de expectativas. “Estamos todos envolvidos para manter não só o volume de produção, mas os investimentos das fábricas e concessionárias para fazer frente ao mercado brasileiro”, aponta.

O ponto positivo da pandemia, conforme o executivo, foi a aceleração que ela promoveu no campo digital. “Essa é uma realidade que veio para ficar. As próprias feiras são exemplo disso”, afirma.

Lição

O vice-presidente de Vendas na América Latina da AGCO, afirmou que lição que fica pós-pandemia é o fortalecimento das relações com clientes, fornecedores e concessionários. “A digitalização nos surpreendeu. Ela trouxe um aprendizado na forma de interagir com o cliente, entendendo mais suas necessidades. Esse é o principal legado: a conexão”, acredita.

Ele ressalta que foi o momento de fabricante e concessionários deixar de lado diferenças e se unir para manter as operações dos clientes, com máquinas rodando no campo com segurança e garantindo a comida na mesa de brasileiros.

“Foi um momento único na história. Agora nos preparamos para o que vem daqui para frente. O aprendizado não para. Vamos ter que estar muito flexível a tudo de novo que vem pela frente. Temos uma nova realidade e temos que nos ajustar, com uma visão muito moderna do que vai ser daqui para frente”, avalia.

Lançamentos

O diretor de Marketing Comercial da Case IH, destacou que, apesar da pandemia, a empresa teve o maior ano de sua história em lançamentos. Ele conta que essa programação já havia sido definida em setembro de 2019 e que, quando os primeiros casos de coronavírus surgiram, apesar de serem pegos de surpresa, a decisão foi por manter o cronograma.

“Em primeiro lugar pensamos na saúde de clientes, colaboradores, fornecedores e concessionários. Paramos as fábricas para poder se preparar para essa contenção. O segundo ponto foi garantir a produtividade no campo”, conta. Penha diz que a empresa se preparou em relação à produção, para que os lançamentos não fossem impactados, além de traçar um plano para apresentar esses produtos aos clientes de forma digital.

Ele citou os números divulgados pelo Anfavea, de um avanço de quase 9% nas vendas de máquinas em setembro, como um reflexo da atuação dos fabricantes para não deixar faltar produtos. “As vendas dos fabricantes para concessionários se mantiveram estáveis, porque eles tinham estoque para atender a essa demanda do produtor. O produtor não foi afetado pela paralização na produção”, afirma.

O diretor Mercado Brasil da New Holland também conta que a empresa teve que se reinventar em 2020. “Aproveitamos muito o digital, aprendemos muita coisa”, aponta.

Luis diz que o ano teve altos e baixos, com março e abril lançando uma cortina de fumaça sobre como o agronegócio iria reagir. “Sempre soubemos que o agro não para”, afirma. O executivo diz que 2020 foi um ano de manter a produção e de atender aos desafios impostos. Ele também destacou o estoque de fabricantes e concessionários como um grande colchão que ajudou a vencer toda essa volatilidade.

Digitalização e novas tecnologias

Os avanços e os desafios em agricultura digital também fizeram parte dos debates do 12 Simpósio SAE Brasil de Máquinas Agrícolas. O painel contou com a presença Gregory Riordan, diretor de Tecnologias Digitais da CNH América do Sul; Felipe Santos, gerente de Marketing da John Deere; Alfredo Jobke, diretor de Marketing América do Sul da AGCO, com mediação de Lucas Rios do Amaral, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola na Universidade Estadual de Campinas. No final, houve um debate abordando a aplicação de máquinas e implementos agrícolas no cultivo de cana-de-açúcar, grãos, fruticultura e pecuária. O Simpósio contou ainda com uma mostra virtual tecnológica, com possibilidades digitais de interação com os expositores.

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