Setor teve em janeiro aumento de 0,5% no número de contratações
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve queda de 7,8% em fevereiro na receita líquida de vendas em relação ao mesmo mês do ano passado, com R$ 21,76 bilhões de venda, informa a “Agência Brasil”. É a nona queda consecutiva no faturamento da indústria de máquinas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (27) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Com isso, no primeiro bimestre do ano, o setor acumulou queda de 7,1%. Na comparação com o mês anterior, porém, houve alta de 7%.
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Segundo a Abimaq, após cair 2%, em janeiro, no mês seguinte, o setor teve recuperação de 2,7% na ocupação da capacidade instalada, atingindo 77,6% de seu nível. Apesar da recuperação, a capacidade do setor ficou 2% abaixo do nível de 2022 (79,2%).
Para o ano de 2023, o quadro é incerto. Setores produtores de bens, cujo consumo depende menos de crédito — como é o caso dos produtores de bens de consumo não duráveis e de infraestrutura — deverão registrar melhores resultados; enquanto setores mais dependentes da taxa de juros — como o de máquinas para agricultura e máquinas para a indústria de transformação — resultados piores.
“Algumas medidas previstas pelo governo federal, visando fomentar o processo de reindustrialização, a agenda de competitividade baseada na reforma tributária e redução do custo de créditos aos investimentos, poderão, por outro lado, resultar em melhora da confiança nos setores produtivos, em especial no segundo semestre”, destaca Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq.
Emprego
A Abimaq informou que, mesmo com a queda no faturamento no primeiro bimestre, o setor aumentou o número de pessoas contratadas para pouco mais de 4 mil. O quadro de pessoal cresceu 0,5%, quando comparado ao número de trabalhadores de janeiro, chegando a um total de 394 mil pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos.
Segundo a Abimaq, foi o segundo mês de recuperação das contratações, após queda no último trimestre do ano passado. “Contribuíram para o aumento das contratações as indústrias de máquinas fornecedoras ao setor de bens de consumo duráveis e semiduráveis, construção civil e infraestrutura”, diz a associação.
Exportações
O ano de 2023 começou com aumento das exportações de quase todos os tipos de máquinas, no comparativo interanual, com exceção de máquinas para bens de consumo, cujas vendas externas caíram 0,9%. O setor de máquinas para a agricultura cresceu 8,2% em fevereiro, na comparação com o mês anterior.
O destaque foi o setor de máquinas para logística e construção civil que cresceu 39,2% no período – este setor participou com 30% no total das exportações de máquinas no período. O setor exportador de componentes para a indústria de bens de capital também se destacou, respondendo por 24,2% do total e registrando crescimento de 33,5%.
Por outro lado, as importações de máquinas e equipamentos apresentaram déficit de 4,2%, comparado com o mesmo período do ano anterior, e 11,9% abaixo do valor das importações de janeiro de 2023. “De forma geral, se observa, também pelo lado das importações, desaceleração dos investimentos em máquinas e equipamentos neste início de ano”, observa Cristina.