Um levantamento realizado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul fez um comparativo da rentabilidade das safras de 2016 e 2017. O estudo considerou os custos de produção e lucratividade das culturas de soja (RR e Intacta), milho (OGM e Convencional) e arroz irrigado. Em quase todas há queda na margem de ganho do produtor. Para o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, o resultado não é surpresa. “Podemos ter, e ocorre seguidamente, safras ruins, mas lucrativas, assim como safras boas com margens menores”, comenta.
A soja, que vem sendo o principal produto do estado, é a que apresenta a menor queda de rentabilidade, mas de valores expressivos. Na comparação entre 2016 e 2017, o grão apresenta uma retração de -20% na RR e -22% na Intacta. O milho teve resultado ainda pior. O OGM teve queda de -59%, enquanto o Convencional, que já havia registrado perda em 2016, ampliou -25%. Mas a pior situação é a do arroz irrigado, ele vem registrando prejuízo nos últimos anos e somente na comparação com o ano passado atingiu -395% na rentabilidade.
Luz explica que as safras cheias são sempre excelentes para a economia. Com mais produção, o setor cria um maior número de atividades que geram empregos, impostos e demais itens para o crescimento econômico, beneficiando o PIB. “Lucratividade é algo bem diferente. Enquanto PIB é uma medida de produção, a lucratividade mede a diferença entre receita e custos, logo são coisas completamente distintas”, compara.
A perda da lucratividade se deve a dois fatores. O primeiro é o preço de mercado. A entrada de mais produto pode pressionar os preços para baixo, principalmente no mercado internacional. A situação pode ser agravada considerando o segundo ponto que é o da estrutura logística do país. A dificuldade de armazenagem e o alto custo para o escoamento da safra afetam diretamente na renda do produtor. (Farsul)