Máquinas e Inovações Agrícolas

Máquinas polivalentes para uma gestão econômica da fenação

A mecanização da fenação comporta o uso de inúmeros equipamentos (ceifadeiras ou ceifadeiras condicionadoras, ancinhos giratórios para o feno, colheitadeiras, enfardadeiras coletoras, reboques, geralmente autocarregadores etc.) que geram um custo operacional muito alto. Por isso, para uma melhor gestão empresarial, é indispensável identificar os modelos de máquinas que apresentem características técnicas de vanguarda, sejam capazes de trabalhar com mais produtos e demonstrem a melhor relação preço/qualidade.

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As ceifadeiras condicionadoras. No lugar das tradicionais ceifadeiras (com lâminas oscilantes ou rotatórias) ganham cada vez mais destaque as ceifadeiras condicionadoras, que proporcionam uma redução substancial dos tempos de secagem. Elas são caracterizadas por uma engrenagem de rolos contrarrotativos fora dos eixos, dos quais o superior é, no geral, levemente avançado em relação ao outro, colocado abaixo, para melhorar o trânsito do fluxo da forragem tanto na entrada quanto na saída.

Tal particularidade foi adotada na série Rotex R, de ceifadeiras condicionadoras do fabricante BCS, cujos modelos contam com rolos de diversos materiais e moldes; por exemplo, se o rolo superior for semirrígido em encaixes de borracha (para se adaptar melhor à variabilidade da quantidade de produto a ser condicionado), aquele inferior deverá ser de aço e munido de aletas, para favorecer a expulsão da forragem. Em alternativa, são oferecidos os rolos Chevron, ambos de borracha com profundos reforços de formato helicoidal que trabalham encaixados, para garantir um esmagamento eficaz das hastes, também muito resistentes e tenazes. Essa combinação é indicada para o condicionamento das pastagens de azevém, caracterizadas por hastes longas e alta massa. A distância entre os rolos (que giram a 1.300 rotações/min.) pode ser regulada em até 40 mm, com um comando específico de alavanca.

Duas mesas alinhadoras de chapa, encaixadas com dobradiças na parte posterior da estrutura portante, permitem a regulagem entre 80 e 175 cm da largura da fileira que se forma com o produto na saída. Em função do modelo, o aparelho ceifador inclui 5-6-7 discos (de forma oval para favorecer o defluxo do produto para o aparelho condicionador), dotados, cada um, de duas lâminas cortantes de aço, aptas a assegurar um corte nítido sem esgarçar as hastes. As larguras de trabalho variam entre 210 e 285 cm; a barra ceifadora pousa no solo apoiada sobre patins laterais de aço ou boro/manganês. Dois cones montados em discos colocados atrás das duas extremidades da barra encaminham o produto ao grupo que ceifa e condiciona, reduzindo a largura do fluxo de produto a 140- 180 cm. Um cilindro hidráulico específico levanta esse grupo na posição vertical, para o transporte, mas também pode incliná-lo em até 35° para baixo, para trabalhar em zonas de declives em relação ao plano horizontal.

O movimento é transmitido pela tomada de potência (tdp) de 540 rotações/min. e pelo conjunto de correias alojadas dentro de um cárter protegido por chapa. Os modelos Rotex da BCS trabalham na posição láteroposterior em relação ao trator: trata-se de uma solução que garante boa visibilidade ao operador e estabilidade ao equipamento. A série Rotex requer uma potência à tdp variável entre 55 e 75 CV (40-55 kW), aproximadamente.

Gestão da forragem ceifada. Não somente a ceifa, mas também o espalhamento, a virada e o arejamento do capim devem ser feitos com cuidado, para atingir o correto nível de secagem. Isso preserva ao máximo o valor nutritivo do produto, garantindo a ele uma correta conservação no tempo, evitando a formação de mofos e ácidos que prejudicariam a digestibilidade, o valor nutritivo e a conservação do feno, com possíveis distúrbios e patologias que afetariam o gado. Normalmente, as operações de espalhamento, virada e arejamento são realizadas com a ajuda de um equipamento denominado ancinho giratório do feno, composto por uma estrutura tubular (completada com castelo para a fixação ao encaixe de três pontos do trator) à qual estão conectados os piões movidos pela tdp do trator e constituídos por braços metálicos, onde estão aplicados dentes flexíveis de tondinho de aço que levantam o feno da terra e o lançam no ar, permitindo o viramento, assim como ocorria há um tempo manualmente, com a forca.

Infelizmente, no geral, é subestimada a oportunidade de realizar a virada e a preparação da fileira com um equipamento polivalente, que tenha eficiência e economia, também graças à possibilidade de deixar a operadora atada a um único trator, sem ter que empenhar tempo para o encaixe/desencaixe de máquinas diferentes. Quando o ancinho giratório do feno atua também como preparador da fileira, ele vem equipado com forcas encaixadas com dobradiças na parte de trás da estrutura, reunindo a forragem em cúmulos lineares. Para poder interceptar todo o material, as forcas ficam a poucos cm da terra, enquanto quando é necessário executar o arejamento, o espalhamento e a virada estão completamente abertos e relativamente distantes do solo. Os ancinhos giratórios do feno (que também preparam as fileiras), geralmente, são conduzidos pelo encaixe de três pontos e acionados pela tdp de 540 rotações/min. Estruturalmente, apresentam dois piões rotatórios com dentes flexíveis de tondinho de aço inseridos em paralelo em um único eixo portante, que têm a possibilidade de oscilar em relação à armação principal e estão montados em rodas de borracha (geralmente colocadas paralelamente, para seguir o perfil do terreno e garantir o equilíbrio da máquina). Cada pião é composto por 4-6 braços, onde estão inseridas as forcas: com a variação da orientação do braço porta-forca (de horizontal a oblíquo para o alto), é possível realizar respectivamente a preparação da fileira ou a virada e o espalhamento da forragem. A altura das forcas também pode ser regulada agindo com uma manivela em um parafuso sem fim, que ata o suporte das rodas à caixa das engrenagens do pião. É possível formar uma fila central ou lateral, mediante o deslocamento da estrutura transportadora dos dois piões que estão na posição transversal e oblíqua em relação à direção de avanço. Um ancinho giratório do feno que apresenta interessantes soluções técnicas é o Haybob da Kuhn; os mecanismos operantes são dois piões com braços a raio recurvos para baixo, que convergem numa “coroa” onde, mediante meões, estão fixados os dentes que podem flutuar, assumindo uma posição levemente inclinada em relação ao terreno. Desse modo, o movimento da forragem é mantido raso na terra, limitando muito os efeitos do vento e da corrente de ar originada pela rotação dos piões. Na virada, estes trabalham transversalmente, mas podem ser posicionados obliquamente, para evitar o lançamento do produto em eventuais valas adjacentes ou na borda do campo. Na verdade, entre o castelo de acoplamento ao encaixe de três pontos e a estrutura portante está inserida uma dobradiça que permite ao equipamento seguir a trajetória do trator mesmo quando curva. Graças a essa junção, o Haybob 360 pode ser colocado em uma posição transversal oblíqua, formando uma fileira no lado esquerdo da máquina. O feno é empurrado pelos dois piões para uma parede vertical de PVC que, em conjunto com uma forca de dentes de aço, forma uma fileira bem composta e arejada. Inversamente, o Haybob 300 compõe uma fileira central, graças às forcas que se fecham posteriormente à máquina. A largura de trabalho é respectivamente de 3,6 e 3,0 m para os dois modelos, requerendo potência da tdp (de 540 rotações/min.) de pelo menos 15 CV (11 kW).

O fabricante italiano Da Ros Green oferece a Universal, linha de ancinhos giratórios do feno capazes de espalhar, virar e colher a forragem em fileiras. A gama articula-se em dois modelos: o T360 possui um simples câmbio para a inversão do sentido de rotação dos piões e, por meio de um cilindro hidráulico específico, pode ser posicionado de modo oblíquo transversalmente na direção de marcha para formar uma fileira lateral, ou deixado perpendicular ao trator para criar a fileira no centro. Já o modelo S360 pode formar apenas a fileira central. Ambos possuem largura de trabalho de 3,30 m, enquanto o volume para o transporte na estrada é de 2,40 m. As forcas são constituídas por seis dentes de aço para molas de 6 mm de diâmetro inseridos em cada um dos seis braços porta-dentes, por sua vez, articulados no pião. Este último apoia-se no terreno graças a dois pneus dispostos paralelamente. A altura dos dentes do solo pode ser regulada mediante uma manivela que age em um parafuso sem fim ligado à caixa das engrenagens e à estrutura do pião. Os braços porta-dentes podem ser movidos manualmente e posicionados obliquamente no lugar de acoplamento ao pião, para executar o espalhamento e a virada da forragem. Requer combinação conduzida a tratores com potência motor de pelo menos 33 kW (45 CV), dotados de tdp padrão de 540 rotações/min.

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