Máquinas e Inovações Agrícolas

Máquinas preparadoras de fileiras para adequação do solo

A contínua expansão de áreas dedicadas a espécies hortícolas resultou na consideração de seu cultivo em terrenos tradicionalmente não indicados para esse propósito, por causa de uma alta concentração de esqueletos. Na verdade, embora não represente em si um impedimento absoluto, a presença de pedras é geralmente um obstáculo para o crescimento correto de determinadas espécies vegetais, entre as quais muitas do setor hortícola.

A mecanização ofereceu uma solução para este problema, com o desenvolvimento de máquinas que enterram pedras e conseguem entrar profundamente na camada abaixo do esqueleto, interceptado em 10-20 cm superficiais de terra e, ao mesmo tempo, preparando a fina terra. Além disso, os cultivos hortícolas preveem tipicamente o uso de máquinas aptas a formar uma ou mais fileiras.

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Para satisfazer juntamente a ambas as exigências, apareceram no mercado os preparadores de fileiras enterra-pedras, equipamentos que, em uma única passada, preparam um leito de semeadura bem refinado e sem esqueleto. Esse tipo de máquina é indicado também para espécies de semente miúda, pois garante a drenagem ideal das águas, evitando eventuais estagnações hídricas que causam asfixia e apodrecimento da raiz.

Estrutura e funcionamento. Trata-se de máquinas geralmente conduzidas pelo encaixe de três pontos e equipadas com rotor e grade de contraste a pentes (ou, em alternativa, um par de rotores) envoltos por um robusto carter de chapa de ferro apto a melhorar a esmagação dos torrões interceptados e evitar a sua projeção para fora, criando ao mesmo tempo uma correta estratificação da terra fina produzida.

A largura de trabalho dessas máquinas pode chegar a quase 8 m. Neste caso, a parte de transporte da estrutura da máquina é dobrável, ou constituída por 2 ou 3 elementos independentes, fixados numa barra portante de aço de seção quadrada, dobrável graças a cilindros hidráulicos.

A transmissão de movimento aos aparelhos operantes é realizada pela tomada de potência (tdp) do trator, de geralmente 1.000 rotações por minuto (rpm), mediante o eixo cardan principal numa caixa de transferência, e, depois desta, por meio de transmissões, sempre do tipo cardan, às caixas de engrenagens de cada elemento. O rotor principal, que gira em direção oposta ao avanço, possui lâminas que assumem conformação variada de acordo com o tipo de terreno e o grau de refinamento desejado. A forma em L desenvolve uma ação muito eficaz, mas é sempre contraindicada em terrenos plásticos e tenazes, já que cria uma consistente sola de preparação devido à ampla superfície de contato do utensílio com o solo. Ao contrário, se a lâmina está apenas levemente encurvada, a superfície em contato é menor, resolvendo parcialmente o problema. Já a grade a pentes age como uma peneira: o material terroso cai no sulco criado pelas lâminas do rotor e é recoberto pela terra fina, para formar uma camada macia e bem esmigalhada. No lugar da grade a pentes, alguns modelos vêm montados com um segundo rotor de dimensões menores, que, girando no sentido contrário ao primeiro, intercepta os torrões, rompendo-os e deixando cair no sulco as pedras, que depois são cobertas com terra fina. Ao mesmo tempo, rolos niveladores traseiros (em ponto morto ou de acionamento hidráulico) lisos, com gaiola ou de outra conformação criam as fileiras. Os rolos possuem seção cônica em ambos os lados, para formar um canteiro mais compacto nas suas extremidades, evitando desmoronamentos em caso de fortes precipitações atmosféricas, e garantir drenos de adequada seção para um escoamento eficaz da água da chuva.

Para a naturalidade da preparação realizada, tais máquinas contam com transmissões do movimento especialmente robustas, baseadas em engrenagens ou pinhões em banho de óleo. Obviamente, também é sempre instalada uma embreagem de segurança (integrada em uma das extremidades do eixo cardan) capaz de desligar temporariamente o movimento dos utensílios se esses encontram uma resistência além de um limite prefixado. A velocidade típica de trabalho é baixa, de 2-3 km/h; trata-se de equipamentos que no geral requerem uma potência específica de 35-45 CV/m (25-33 kW/m) de largura de trabalho.

Direto do mercado. A gama de máquinas preparadoras de fileiras enterra-pedras produzidas pelo fabricante italiano Forigo Roteritalia possui rotor duplo que gira no sentido oposto. As séries de capacidade maior de trabalho são a TD 35 (de 3,90 m de largura de trabalho) e a TD 45 (de 5,55 m); em uma barra de aço de seção quadrada dobrável hidraulicamente estão montados três elementos da série básica D35 ou D45. A formação da fileira é executada por robustos carters de chapa de ferro moldada “a corcunda” seguidos por rolos packers, a gaiola ou lisos com bordas cônicas, de ponto morto ou de acionamento hidráulico. Cada elemento das séries TD possui macho estriado passante, para transmitir o movimento a outras operadoras eventualmente acopladas, como uma semeadora pneumática. Para obter controle apurado da profundidade de trabalho, cada componente específico se apoia em um carrinho traseiro dotado de um pneu. As séries TD 35 e TD 45 requerem o acoplamento a tratores de 200-260 CV (147-191 kW) e tdp de 1.000 rpm.

Na gama de preparadores de fileiras enterra- pedras produzidos pela também italiana Ortiflor Group se destaca pela robustez a série TSP, cujos modelos possuem rotor que gira ao contrário e que trabalha a uma profundidade de 20-23 cm e lança o material remexido contra uma grade separadora a pentes. A formação das fileiras é feita mediante um capô nivelador com molde corcunda e um rolo cônico em ambos os lados, que gira a ponto morto ou por meio de um motor hidráulico. A transmissão é particularmente robusta, tendo sido projetada para um serviço de até 350 CV. A máquina está disponível para larguras de trabalho de 3, 3,5 ou 4 m e requer o acoplamento com a tdp a 1.000 rpm de tratores de 120-160 CV (88-117 kW).

Para permitir o transporte “no molde” da preparadora de fileiras enterra-pedras, a Valentini Antonio propõe a série Ercules, caracterizada por uma estrutura dobrável com quatro cilindros hidráulicos. O rotor é de tipo contra- rotatório, enquanto a grade peneiradora a pentes determina a queda de pedras no sulco criado pelo rotor. O carter posterior favorece a desintegração por impacto dos torrões remexidos; quem providencia a formação das fileiras são três capôs de chapa de ferro munidos de arados laterais, reguláveis mecanicamente mediante macacos a parafusos. A largura de trabalho é de 6 ou 7,7 m, conforme o modelo; requer o acoplamento com tratores de pelo menos 260 CV (191 kW) e tdp a 1.000 rpm.

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