Moagem de cana cai 6,9% no acumulado da safra 2022/23

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), moagem de cana cai 6,9% no acumulado da safra 2022/23, volume processado totaliza até o momento 366,29 milhões de toneladas

Moagem de cana cai 6,9% no acumulado da safra 2022/23A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de agosto na região Centro-Sul atingiu 44,03 milhões de toneladas, registrando aumento de 1,79% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando foram processadas 43,25 milhões de toneladas, aponta balanço da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). No acumulado da safra 2022/23, a moagem totalizou 366,29 milhões de toneladas ante 393,47 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 6,91%.

Tratores pequenos: aliados leves e compactos do produtor rural

O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, comenta que “ao contrário do que foi observado na primeira quinzena de agosto, o clima mais seco na segunda metade do mês possibilitou o avanço da colheita que, somada à maior produtividade agrícola, ocasionou um aumento da matéria-prima processada no período. Em especial, a maior recuperação ocorreu em São Paulo, principal estado produtor da região Centro-Sul, com aumento de 2,61% na moagem”.

Até o dia 1º de setembro, 256 unidades estavam em operação no Centro-Sul frente às 259 na safra 2021/2022. Na segunda quinzena de agosto, 2 unidades produtoras encerram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo.

A qualidade da matéria-prima colhida na segunda quinzena de agosto, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, retraiu 0,33% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 154,46 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 1,65% com o indicador marcando 138,01 kg de ATR por tonelada.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda metade de agosto totalizou 3,14 milhões de toneladas (+5,77%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 21,77 milhões de toneladas, frente às 24,33 milhões de toneladas do ciclo anterior (-10,54%).

Na segunda quinzena de agosto, 2,25 bilhões de litros (-1,23%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,30 bilhão de litros (-1,52%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 947,29 milhões de litros (-0,83%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 17,94 bilhões de litros (-4,29%), dos quais 10,97 bilhões consistem em etanol hidratado (-5,28%) e 6,97 bilhões em anidro (-2,71%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de agosto registrou 197,44 milhões de litros, contra 178,43 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 10,70%. No acumulado desde o início da safra, a produção atingiu 1,69 bilhão de litros – avanço de 26,32% na comparação com igual período do ano passado.

Rodrigues destaca que “o deslocamento do mix de produção para o açúcar em quase 2 pontos percentuais em relação à safra passada pode causar uma falsa impressão de mudança no comportamento das unidades produtoras. Na verdade, esse incremento se deve à menor participação das usinas autônomas na moagem, que passou de 16,04%, no ciclo passado, para 14,74% na safra 2022/2023. Não se observa uma mudança significativa do mix de produção das unidades com fabricação de açúcar. Porém, é devido ao efeito assimétrico de recuperação da moagem entre as empresas e, como consequência, da menor representatividade daquelas que produzem exclusivamente o etanol, que se registra uma redução no mix dessa magnitude”.

Vendas de etanol

No mês de agosto, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,69 bilhões de litros de etanol, o que representa um avanço de 7,51% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,38 bilhão de litros, o que significa uma queda de 6,22% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, seguem em direção oposta, totalizando 1,08 bilhão de litros no mês, registrando crescimento de 20,50%. No acumulado da safra, foram comercializados 6,89 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,72%) e 4,43 bilhões de litros de etanol anidro (+5,68%).

O executivo da Unica explica que “as saídas fortes no mês de agosto se concretizam graças a uma maior demanda do etanol utilizado como aditivo na gasolina. Além do consumo do produto nos estados da região Centro-Sul, as operações de cabotagem para a região Nordeste, que há pouco iniciou sua moagem, contribuíram para o aumento das vendas das unidades produtoras. Esse movimento deve ser dirimido na medida em que o processamento de cana-de-açúcar na região se intensificar, nas próximas quinzenas”.

Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 12,20 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 0,87% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 7,21 bilhões de litros (-7,89%); já as de anidro, 4,99 bilhões de litros (+11,39%).

Mercado de CBios

Dados da B3 mostram que, até o dia 09 de setembro, 20,81 milhões de CBios foram emitidos em 2022. A respeito do volume negociado e posse de créditos, até a data supramencionada, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu cerca de 26 milhões de créditos de descarbonização. Esse volume representa 71% da meta de aquisição total para o ano corrente.

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