Moagem de cana no Centro-Sul cresce 6,65% no acumulado da safra 2024/25

No mês de julho, as vendas de etanol totalizaram 2,96 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 16,6% em relação ao mesmo período da safra 2023/24

Moagem de cana no Centro-Sul atinge 332,8 milhões de t no acumulado da safra 2024/25

Clarisse Sousa – As usinas de cana-de-açúcar da região Centro-Sul processaram 51,31 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, uma redução de 3,35% em comparação com as 53,09 milhões de toneladas da safra 2023/24. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13) pela Associação Brasileira da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

No acumulado desde o início da safra 2024/25 até 1º de agosto, a moagem de cana atingiu 332,88 milhões de toneladas, representando um aumento de 6,65% em relação às 312,12 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ciclo 2023/2024.

Dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que avaliou 102 unidades produtoras, indicam um rendimento agrícola médio de 87,5 toneladas por hectare colhido nas lavouras do Centro-Sul. Esse valor representa uma redução de 10,5% em comparação com o índice registrado no mesmo período da safra 2023/24. No acumulado de abril a julho, o índice apresenta uma queda próxima de 5%.

Safra de grãos 2023/24 deve ter redução de 21,2 milhões de toneladas

O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, afirma que “essas informações preliminares de julho já começam a retratar a condição observada no campo para a cana-de-açúcar que ainda será colhida. Na média do estado de São Paulo, os dados apurados indicam retração de produtividade superior a 15% em julho, chegando a atingir 20% em regiões como Araçatuba, Assis e São José do Rio Preto”.

Segundo a Unica, ao término da segunda metade de julho, 257 unidades estavam em operação no Centro-Sul, sendo 238 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e dez usinas flex.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda quinzena de julho totalizou 3,61 milhões de toneladas, registrando queda de 2,16% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (3,69 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 1º de agosto, a fabricação do adoçante totalizou 20,75 milhões de toneladas, contra 19,22 milhões de toneladas do ciclo anterior (+7,98%).

Rodrigues explica que a proporção de cana-de-açúcar destinada à fabricação do adoçante atingiu 50,28% na segunda quinzena de julho, ficando abaixo dos 50,63% registrado no último ano. “A proporção de cana direcionada à fabricação de açúcar continua sendo prejudicada pela qualidade da matéria-prima”, acrescenta o executivo.

“Apesar de ter sido registrado 3kg a mais de ATR por tonelada de cana processada na segunda quinzena de julho, o teor de sacarose por tonelada é, praticamente, o mesmo observado em mesmo período do último ciclo, visto que a pureza do caldo caiu dois pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2023”, complementa Rodrigues.

Na segunda metade de julho, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,55 bilhões de litros, sendo 1,60 bilhão de litros (+8,25%) de etanol hidratado e 947,14 milhões de litros (-3,73%) de etanol anidro. No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de agosto, a fabricação do biocombustível totalizou 15,69 bilhões de litros (+8,66%), sendo 9,95 bilhões de etanol hidratado (+19,41%) e 5,74 bilhões de anidro (-6,00%).

Do total de etanol obtido na segunda quinzena de julho, 14% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 349,63 milhões de litros neste ano, contra 248,266 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 40,83%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,46 bilhões de litros – avanço de 26,28% na comparação com igual período do ano passado.

Vendas de etanol

No mês de julho, as vendas de etanol totalizaram 2,96 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 16,60% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. Trajetórias distintas foram registradas entre o hidratado e anidro: o primeiro, registrou crescimento de 42,08% (1,88 bilhão de litros); já o segundo, queda de 11,22% no volume comercializado (1,08 bilhão de litros).

No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,80 bilhão de litros em julho deste ano, o que representa um aumento de 48,21% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda mensal de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 1,00 bilhão de litros, retração de 2,38%.

“As vendas de hidratado em julho mantiveram a mesma tendência de crescimento observada em praticamente todos os meses deste ano, refletindo a competitividade do biocombustível na maior parte do mercado consumidor”, explica Rodrigues.

No acumulado desde o início da safra até 1º de agosto, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 11,62 bilhões de litros, registrando crescimento de 20,74%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 7,55 bilhões de litros (+42,89%), enquanto o de anidro alcançou 4,06 bilhões de litros (-6,29%).

 

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