Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte também se destacam na comercialização dos produtos.
Os estados brasileiros do Nordeste lideram a exportação de frutas brasileiras para o exterior. É o que aponta o levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), que mostra Pernambuco, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte como os estados que mais enviaram frutas para o exterior. Foram 780 milhões de dólares em exportações do segmento frutícola, em 2021.
De acordo com o ranking analisado em reportagem produzida para a Agência Tatu, Pernambuco se consolidou como o principal estado na exportação de frutas do País, principalmente por conta da cidade de Petrolina, que é referência nacional em fruticultura. A cidade, que fica na região conhecida como Vale do São Francisco, é uma grande produtora de uvas, goiabas e mangas. Somente no ano passado, foi registrada uma receita de US$ 244 milhões na exportação de frutas no estado.
A Bahia é a segunda maior produtora e exportadora do Brasil e, em 2021, foram arrecadados US$ 191 milhões nas vendas de frutas para o comércio exterior. O estado é um polo agrícola nacional no cultivo e envio de mangas, principalmente, para a Europa e os Estados Unidos.
Já o Ceará teve um crescimento nas vendas externas, saindo da quinta colocação em 2020, para a terceira em 2021, quando obteve um faturamento de US$ 178 milhões com a venda de melões, mangas, melancias, entre outras frutas para destinos como Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Reino Unido.
A quarta posição fica com o Rio Grande do Norte, que arrecadou US$ 167 milhões em exportações no ano de 2021, com destaque para o melão, já que o estado é o maior produtor e exportador nacional da fruta.
Para o engenheiro agrônomo José Eduardo Brandão, os estados estão cada vez mais buscando vender os seus produtos para fora do país. “Merece destaque o desenvolvimento da fruticultura na região, especialmente em estados como a Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte que, mesmo com as dificuldades climáticas enfrentadas ano após ano, os produtores têm investido com foco no mercado externo.”
Recentemente, em fevereiro deste ano, o Brasil abriu ainda mais o mercado externo, com o primeiro envio de melão para a China. Segundo o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), cerca de 3,5 toneladas da fruta desembarcaram no Aeroporto de Xangai. Brasil cresce lentamente no mercado exterior.
De acordo com o levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2020, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ficando atrás somente da China e da Índia. Por ano, o país chega a ter cerca de 4,5% do total da produção mundial, o que representa cerca de 39 milhões de toneladas.
No entanto, se a produção brasileira de frutas é destaque no cenário mundial, quando se trata de exportação, o país ocupa a 26ª posição no ranking. Essa divergência nos números se deve a diversos fatores, entre eles as barreiras fitossanitárias estabelecidas por outros países.
“Frutas são produtos in natura caracterizados como alto risco fitossanitário, ou seja, têm grande potencial de levar novas pragas para os países que os recebem. Por isso, os países colocam cada vez mais requisitos para padronizar a qualidade do produto”, explicou Edilene Cambraia, que trabalha no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com negociação dos requisitos fitossanitários.