Máquinas e Inovações Agrícolas

Equipamentos para nivelamento e terraplanagem

Hoje, o nivelamento de terrenos com terraplanagem é uma atividade muito difundida em vários âmbitos da produção agrícola, e não mais relegada apenas a culturas como a do arroz. Além disso, é raro que o nivelamento seja realizado por uma empresa especializada; geralmente ele é feito diretamente pela empresa agrícola e, apenas eventualmente, mediante prestação de serviços terceirizados.

No geral, equipam-se máquinas com niveladoras de controle a laser, com as quais é possível efetuar operações de alta qualidade. No caso dos modernos emissores a laser de inclinação dupla, pode-se trabalhar com eficácia também em declives.

Porém, o principal problema dessas niveladoras continua sendo a limitada eficácia em caso de longos deslocamentos do material, considerando que se faz a terra “rolar” diante da lâmina e parte dela pode se perder devido ao escorrimento por baixo e pela lateral da própria lâmina. Por isso, se a quantidade de material a movimentar é grande e, sobretudo, se os deslocamentos são longos, convém intervir com equipamentos diferentes e mais adequados ao propósito, como os scrapers.

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Mais conhecidas no âmbito dos arrozais, tratam-se de máquinas ligadas ao gancho de reboque do trator, constituídas por um robusto caixote de chapa de aço antidesgastante (Hardox) e munidas de uma lâmina dianteira intercambiável. Tudo está fixado a fortes feixes, soldados entre eles e montados em um eixo dotado de pneus de grande porte. Para a carga e descarga da terra, o tanque é móvel, graças a dois grandes pinos inseridos em outros tantos rolamentos e com a intervenção ativa de um ou mais cilindros hidráulicos. A capacidade do caixote varia, geralmente, entre 1,5 e 8 m³, mas não faltam modelos que ultrapassam os 15 m³. Os pneus montados no eixo de suporte do equipamento podem ser de dimensão menor, como os usados em reboques comuns, mas também de medidas consideráveis, como os de coberturas de 800/65 R32, instalados em scrapers maiores.

A parte dianteira do caixote possui um portão de fechamento, que pode ser fixo ou móvel mediante dois cilindros hidráulicos e serve para evitar o vazamento da terra quando o tanque é levantado. A conexão ao gancho do trator conta com um visor de mais articulações – munido de presilhas e lubrificadores –, adequadamente dimensionado para aguentar as altas forças lineares e de torção. Tratam-se, entretanto, de visores que comumente não são certificados para o uso na estrada; para a circulação em via pública, no geral, eles vêm com um gancho de reboque intercambiável.

Modalidades operacionais. Em teoria, o uso do scraper é simples, mas requer uma grande sensibilidade do operador. Na prática, fazendo o trator avançar, mediante um distribuidor hidráulico ou um comando elétrico (se o scraper possui equipamento hidráulico autônomo), lentamente e progressivamente se abaixa o caixote que assim se apoia na superfície do terreno e, pelo próprio peso, faz com que a lâmina dianteira corte uma fatia mais ou menos consistente de terra que, consequentemente, é carregada no caixote. Quando o tanque está cheio, é levantado, e fecha-se o portão que retém o material no local.

Na fase de trabalho, o principal inconveniente é o excessivo afundamento da lâmina, que pode causar o bloqueio do avanço do trator ou, ao contrário, manter a lâmina muito superficial, removendo uma quantidade insuficiente de terra. Para reduzir tal incerteza, alguns modelos vêm com dispositivos de controle a laser, análogos àqueles montados nas niveladoras: o transmissor emite um raio que, detectado pelo sensor montado no scraper, age no atuador que comanda a altura da lâmina. De qualquer maneira, é útil poder limitar com antecedência a profundidade atingível, para otimizar o trabalho em relação à capacidade de tração do trator e, principalmente, às características físicas do terreno (textura, umidade, grau de compactação etc.).

Se o trator tem potência adequada, é possível ligar dois scrapers em série, um atrás do outro. Em todo caso, os dois caixotes enchem individualmente; o dianteiro é sempre o primeiro, para poder descarregar uma parte do peso no trator, comportando, por sua vez, um aumento do peso aderente, favorecendo a capacidade de tração.

Quando equipado com controle a laser, o scraper pode não produzir nivelamentos perfeitos. Na fase de descarga, mesmo quando bem cuidadosa, criam-se pilhas de terra, que depois devem ser distribuídas com as niveladoras.

No mercado. Na Europa, especialmente na Itália, os fabricantes de scrapers são em número limitado. Só não faltam pequenos artesãos que trabalham principalmente com arrozais, onde estes equipamentos são bem conhecidos desde os tempos dos tratores hothead.

A italiana Fontana Srl propõe os SCR, uma ampla gama de scrapers com capacidades entre 5 e 17 m³ (até 20 m³ cheio). Dimensionados generosamente, os diversos modelos contam exclusivamente com um cilindro de grandes proporções para o abaixamento do tanque na fase de carregamento, enquanto outros dois cilindros traseiros providenciam o esvaziamento, revertendo o caixote para a frente. Sob encomenda, o portão dianteiro pode ser de comando hidráulico. É possível instalar um mecanismo a laser, acoplado nas partes hidráulicas do trator ou mesmo em um equipamento autônomo com eletroválvulas de controle. O carrinho posterior padrão é de duas rodas, exceto o modelo 280E de 10 m³, que tem quatro. Alguns modelos são certificados para transitar na estrada e estão equipados com sistema de freio pneumático ou hidráulico e sistema de iluminação regulamentar (que, além disso, é de série também nos modelos não certificados).

A Montefiori Snc, também da Itália, oferece scrapers de 1,5 a 17 m³, com uma massa a vácuo do modelo mais espaçoso, o DF320, de cerca de 12.000 kg, caracterizado por uma frente de trabalho de 3,2 m, para acoplar a tratores de 350-600 CV de potência. A série apresenta especialmente um mecanismo de descarga inovador, que estabiliza a espessura da camada de terra descarregada: na prática, um cilindro hidráulico dianteiro regula a altura da terra do caixote também na fase de carregamento, enquanto outro cilindro traseiro, caracterizado por um notável alongamento da haste, empurra o tanque para a frente, descarregando, assim, a terra gradualmente. Se no trator não estão disponíveis os três distribuidores hidráulicos necessários (é preciso, de fato, providenciar também o comando do portão dianteiro) é possível montar uma válvula de desvio sequencial, que faz com que se acione o cilindro traseiro apenas quando o portão dianteiro está completamente aberto.

O fabricante Mara Laser é titular da marca Novak, e seu catálogo é composto por scrapers de 6 a 13 m³ de capacidade. A estrutura possui uma junção central, controlada por uma engrenagem de cilindros hidráulicos, para regular a profundidade de carga. Ao mesmo tempo, o sistema permite levantar o caixote, facilitando o esvaziamento da parte dos cilindros traseiros. O modelo 4-LSPI (aprovado para a circulação na estrada pública) de 3 m de largura de trabalho e 3,5 m de tamanho total é o top da linha; o caixote é de 11 m³ (13 m³ no topo). A massa total a vácuo é de 5.200 kg. Há disponibilidade de controle a laser da profundidade. Tal modelo é acoplado paralelamente.

Leia também: Os pós e contras dos nivelamentos >>

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