Máquinas e Inovações Agrícolas

Os mini-forwarders, eficiência na locomoção em superfícies florestais

Uma gestão eficiente e autônoma do desflorestamento de superfícies florestais relativamente limitadas (entre 10 e 200 ha), sem a necessidade de recorrer a empresas especializadas, revelou a necessidade de se produzir máquinas ágeis e bem menores do que os modelos tradicionais de 15 toneladas. Diferentes fabricantes escandinavos (Vimek, Woodtiger, LogLander, Malwa e Alstor) e a tcheca Novotny já ofertam os chamados mini-forwarders. Trata- se de máquinas com dimensões e massas contidas, caracterizadas pela grande agilidade de manobra em espaços reduzidos, com um impacto ambiental quase nulo. O seu custo é comparável aos tratores agrícolas, porém o fato de serem projetados para o desflorestamento executa melhor aquilo que os tratores não conseguem fazer. Entre as vantagens da utilização dos mini-forwarders em propriedades privadas que possuem superfícies muito abaixo dos 10 ha e, às vezes, até inferiores a 1 ha é a facilidade em realizar intervenções leves (ou seja, baixas quantidades de corte por unidade de superfície). De acordo com os fabricantes, esse tipo de máquina atua até mesmo em terrenos acidentados e em zonas aonde as máquinas grandes não chegam. Além disso, os mini-forwarders não prejudica a primeira camada do solo e oferecem baixo consumo de combustível, tornando-se economicamente convenientes nas utilizações que, por conta do alto custo, não seriam viáveis.

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Um mini-forwarders em detalhe. A fabricante Alstor oferece o mini-forwarder na versão 8×8 com motor a diesel. O modelo, que já operou em difíceis condições ambientais nas florestas escandinavas, é constituído por dois chassis, ligados por uma robusta articulação central: a parte dianteira suporta o motor, os componentes principais da transmissão e o assento do motorista, enquanto aquela traseira é, na prática, o plano de carga da madeira. É o menor e o mais leve entre os mini-forwarders atualmente disponíveis. Possui largura total de 1,48 m, tração integral nas 8 rodas (distribuídas em 4 eixos agrupados em pares) e a articulação central servo-assistida hidraulicamente o torna um meio de extrema manobrabilidade.

Além disso, para uma máquina dessas dimensões, a capacidade de carga é digna de respeito: pode transportar 2 toneladas de madeira (isto é, bem mais de 2 m³) com um comprimento máximo dos troncos de 4,36 ou 4,56 m (conforme as versões), seja como lenha ou como toras para serrar. E, embora não seja uma máquina para desflorestar madeira para a indústria, se necessário também pode executar tal incumbência. Os motores podem ser movidos a diesel ou a gasolina, e fornecem potência de 16 cv, com consumos bem reduzidos, de 1,2 litros/hora. O equipamento chega dotado de um câmbio de 4 velocidades com variador que permite chegar a 25 km/h.

Está disponível a versão com cabine, montada no mesmo chassi da máquina base, que, apesar das dimensões contidas, é suficientemente confortável. Para usos tradicionais, o plano de carga pode vir sem separadores para os troncos, mas, em compensação, é basculante. Vem com muitos acessórios, caso eles sejam necessários, como: guinchos, lagartas, correntes (para aplicar nos pneus, aumentando a aderência) e um braço hidráulico articulado com pinça florestal para troncos.

Para o carregamento dos troncos, o mini- -forwarder está equipado com um guindaste florestal Farma C3,5D, um guindaste leve, de 300 kg de massa exclusa a pinça, munido com um braço com cremalheira de rotação a 360°. A capacidade de levantamento é de 300 kg em completa extensão (inclusos pinça e rotor) com alcance de 3,5 m. A engrenagem de rotação, de apenas 3 kNm, parece subdimensionada em relação às necessidades de uma máquina que também precisa trabalhar em situações de forte inclinação.

No braço, está montado um guincho opcional, com capacidade de alcance de aproximadamente 6 kN, que é certamente um valor baixo, mas suficiente para aproximar os troncos da pinça quando as condições do terreno não deixam alcançá-los diretamente com o mini-forwarder. O banco reversível confere um vantajoso uso do guindaste, assegurando uma melhor visibilidade. A massa a vácuo, de 1.300 kg, é realmente limitada; na configuração de trabalho, aumenta para 1.500- -1.600 kg, um valor de qualquer modo contido, que proporciona a transitabilidade desse meio também em estradas de pavimentação não perfeitamente compacta e estável.

As desvantagens. Diferencial: Sua falta requer uma atenção especial no percurso das curvas (o jogo traseiro empurra muito no jogo dianteiro).

Freios: Se fossem de tipo hidráulico, a frenagem seria mais modulável e provavelmente mais eficiente.

Guindaste florestal: No levantamento, cumpre completamente seu dever; a engrenagem em rotação, pelo contrário, é realmente baixa, e se a máquina não trabalha no plano, surgem significativas dificuldades no deslocamento dos troncos.

As vantagens. O mini-forwarder consegue operar em espaços bem estreitos. A transmissão do tipo mecânico conta com uma eficiência excelente e o meio não sofre com a potência relativamente baixa do motor, podendo operar terrenos com fortes inclinações.

Repartição dos pesos e tração: Com carga cheia, o peso é repartido de modo ideal nos dois pares de eixos, um próximo ao outro, do tipo bogie (oscilante), garantindo a máxima aderência em todas as oito rodas motrizes, para proporcionar, em qualquer condição, um ótimo agarramento ao solo.

Em relação à primeira camada do solo: Oito pneus são muitos para uma máquina de massa contida e otimamente distribuída, e reduzem ao mínimo o impacto na superfície de percurso, tornando o meio particularmente indicado para o uso em áreas sensíveis, como parques e reservas.

Banco reversível: Proporciona um cômodo uso do guindaste para o carregamento de troncos, exatamente como nos forwarders maiores.

Custos de manutenção: A simplicidade da máquina, especialmente em relação à eletrônica, depõe a favor de uma gestão “econômica” do meio, também em termos de transporte na estrada.

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