Setor recuou 3,0% em relação a igual período do ano anterior
Clarisse Sousa – O Produto Interno Bruto (PIB) do país teve alta de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 frente ao último trimestre de 2023. No período, a agropecuária cresceu 11,3%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (4).
O PIB nacional somou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre do ano, enquanto o PIB da agropecuária totalizou R$ 192,2 bilhões no mesmo período.
No acumulado de quatro trimestres terminados em março de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, o setor também registrou crescimento, uma alta de 6,4%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, houve queda de 3%.
Tratores pequenos e médios ganham mais espaço no mercado brasileiro
Apesar de uma contribuição positiva da pecuária, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), alguns produtos agrícolas, cujas safras são significativas no primeiro trimestre, apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade: soja (-2,4%), milho (-11,7%), fumo (-9,6%), e mandioca (-2,2%).
Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, a “agropecuária não está com um desempenho favorável como em anos anteriores afetando as exportações de 2024. Nesse trimestre tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”, avalia. “Estamos com estimativa de queda na produção de soja, por exemplo, que é a nossa principal cultura”, completa.
De maneira geral, a analista do IBGE explica que “houve uma mudança na contribuição do setor externo para o crescimento da economia. Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre essa contribuição virou negativa. Estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o Real se valorizou”.
“Isso apesar de a gente continuar exportando mineral, petróleo e minério de ferro. Ou seja, o crescimento da economia brasileira, neste momento, está muito calcado na demanda interna”, conclui.