Máquinas e Inovações Agrícolas

Safra de cana deve crescer 3,2% entre 2015/2016, segundo levantamento da Conab

O Brasil deverá colher 655,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2015/2016. É o que indica recente levantamento da produção de cana-de-açúcar, divulgado em agosto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um aumento de 3,2% em relação ao ciclo anterior, de 634,8 milhões de toneladas.

Durante o anúncio da estimativa, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar, destacou que o setor sucroalcooleiro conta com recursos de R$ 3,5 bilhões para duas linhas de crédito anunciadas no Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016. São financiamentos para renovação do canavial (Prorenova) e para a estocagem do etanol.

De acordo com o coordenador-geral de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Mapa, Cid Caldas, foram produzidas até o momento 280 milhões de cana, o que representa cerca de 45% das estimativas da Conab. “Isso significa uma produção de 12 bilhões de litros de etanol e mais de 13 milhões de toneladas de açúcar.” Ele acrescenta que em dois estados, São Paulo e Minas Gerais, o etanol ficou bastante competitivo, com preços atrativos para o consumidor. “O consumo desse combustível pode ser ampliado em até 1,5 milhão de litros adicionais ao total nesses estados”, ressaltou Caldas.

O maior volume da cana colhida vai ser destinado à fabricação de etanol, que representa 55,9% da produção. Para a produção de açúcar está previsto um aumento de 4,8%, devendo passar de 35,56 milhões de toneladas para 37,28 milhões, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais.

Importância estratégica

No final de julho, durante a inauguração de uma usina da Raízen em Piracicaba, interior de São Paulo, destinada à produção de etanol de segunda geração, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o setor sucroenergético continuará em expansão e terá mais espaço na matriz energética brasileira, merecendo apoio do governo (leia quadro).

“O setor sucroenergético nos últimos anos enfrentou desafios e sempre houve a consciência de que era necessário, entre outras medidas, aumentar a produtividade com novas variedades de cana, com as pesquisas do etanol de segunda geração, com a busca permanente da inovação tecnológica. Hoje nós estamos vendo uma resposta firme a todos esses questionamentos e desafios”, disse Braga.

Segundo Braga, os produtos da cana já representam 15,7% da Oferta Interna de Energia brasileira (contando etanol e uso do bagaço na geração de eletricidade) e a demanda por esses combustíveis crescerá, exigindo ainda mais empenho de toda a cadeia do setor. O Brasil assumiu o compromisso de que até 2030 entre 28% e 33% da matriz energética brasileira seja composta por fontes renováveis além da hidrelétrica.

“Mas não há tempo para acomodação. A demanda por combustíveis está crescendo estruturalmente, e já existe uma lacuna entre a demanda a ser atendida e a capacidade hoje instalada de produção de gasolina e etanol”, afirmou Braga. Ele também destacou que a capacidade instalada de energia elétrica a partir da cana de açúcar já é a terceira maior fonte na matriz brasileira e equivale à da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, ficando atrás apenas da hidroeletricidade e do gás natural.

Apoio governamental

Entre as ações adotadas para apoiar a indústria sucroenergética,

O ministro de Minas e Energia Eduardo Braga afirmou que “o governo agiu e continuará agindo para apoiar o setor sucroalcooleiro”. Em discurso no final de julho, no interior de São Paulo, ele mencionou as principais medidas tomadas até o momento:

[Com informações  da Conab e do MME]

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