Investimento na colhedora CH950, da John Deere, rendeu à usina Bioenergética Aroeira redução no volume de combustível usado, além de favorecer o aumento da produção
Trator novo ou usado? Veja as melhores dicas para não errar na escolha
Grande parte dos investimentos na produção desse tipo de equipamento, só se intensificou com a implantação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975, que impactou diretamente a produção de cana em todo País. O programa foi uma iniciativa do governo brasileiro de incentivo à produção de álcool combustível (etanol) para substituir o uso da gasolina, em resposta à crise mundial do petróleo, durante a década de 1970.
Soma-se a esse cenário, a aprovação do protocolo ambiental do Estado de São Paulo, em 2007, em defesa do meio ambiente, que deu passagem para que o governo firmasse com o setor sucroenergético um protocolo de boas práticas agroambientais, condenando as queimadas. Além disso, os visíveis resultados obtidos com a mecanização, como aumento de produção, redução na mão de obra e de custos com combustíveis, por exemplo, explicam o percentual alto no uso do equipamento em todas as etapas, incluindo a colheita.
Atenta aos resultados
A Bioenergética Aroeira é uma das usinas que consegue contabilizar na ponta do lápis os ganhos com a mecanização na colheita da cana. O grupo, formado por empresas instaladas no município de Tupaciguara, a 50 km de Uberlândia (MG) tem como principal atividade a exploração e o cultivo de cana-de-açúcar. Há dois anos, ampliou sua frota de equipamentos, com a aquisição de duas colhedoras CH950, da John Deere, uma em 2021, e outra no ano seguinte.
“A primeira máquina chegou na empresa em meados da safra 21/22, em julho de 2021, por meio de um trabalho, em conjunto com a Concessionária Maqnelson e a fábrica da John Deere, que envolveu desde apresentação, conhecimento até o acompanhamento de performance do novo projeto. No ano seguinte, na safra 22/23, adquirimos outra colhedora e formamos uma frente de trabalho com dois equipamentos”, afirma Henrique Soares Naufel, gerente de Motomecanização há quatro anos e que hoje está à frente de todas operações mecanizadas e da oficina automotiva agrícola da empresa.
O executivo explica que a aquisição das colhedoras da marca John Deere não se deu para corrigir algum tipo de falha ou problema no processo de produção da empresa mas, sim, como uma estratégia de negócio. “Enxergamos uma oportunidade de melhoria no processo de colheita. Estávamos em busca de melhorar a performance em produção e o consumo de combustível e reduzir o custo operacional do processo”, assinala.
Ele conta que, como o equipamento já está em trabalho por uma safra e meia, foi possível aprender muito nesse período, mas que a companhia segue em uma ascendente de conhecimento e adaptação com a operação e manutenção do equipamento. “Para isso, contamos com o apoio da concessionária e da fábrica, durante todo esse tempo, que nos ajudou a extrair melhores resultados possíveis”, destaca.
RAIO-X DO SETOR
De acordo com Naufel, a produção está sendo 80% acima e o consumo de combustível 20% abaixo do equipamento convencional de uma linha. “Nossa expectativa e objetivo é manter esses resultados com o aumento da vida do equipamento”, afirma. Para a safra 2024/25 o objetivo é de expandir a frota de colhedoras modelo CH950.
“Neste um ano e meio, os equipamentos entregaram o que esperávamos em produção e redução de consumo de combustível, consequentemente redução do custo operacional. Mas acredito que temos oportunidades e desafios nas próximas safras para que o equipamento mantenha estável e viável na nossa operação”, projeta.
A Bioenergética Aroeira é uma empresa relativamente nova, com 14 anos, que tem se destacado pela ascendente expansão. Para a safra de 2023/24, a expectativa, conforme o executivo, é de que sejam processados 3,2 milhões de toneladas de cana. Hoje a usina tem 1,2 mil funcionários e 185 equipamento motores.
Inovação na colhedora CH950
De acordo com a John Deere, a colhedora CH950 é um projeto pioneiro para colheita de duas linhas simultâneas nos canaviais de espaçamentos simples de 1,4m ou 1,5m.
Principais características da CH950
• Tecnologia RowAdapt
ajusta automaticamente os dois conjuntos de corte e alimentação; • Duas linhas de corte simultâneo e independentes para espaçamentos de 1,4 e 1,5m;
• Redução da compactação, do pisoteio e danos a soqueiras, trazendo mais longevidade e produtividade;
• Redução significativa de perdas de cana.
A colhedora CH950 trabalha com a mesma velocidade das máquinas de uma linha, o que gera impacto direto na redução da mão de obra e no consumo de combustível. “Os ganhos em eficiência e economia de combustível são notórios. O equipamento proporciona uma redução de consumo de combustível em torno de 30%, o que permite maior economia e sustentabilidade”, afirma Rodrigo Junqueira, gerente da divisão de Negócios da John Deere.
A colhedora CH950, conforme divulga a fabricante, traz eficiência e números significativos, como quase o dobro da produtividade, 28% menos necessidade de tratores transbordos, 50% de redução de perdas por estilhaço (aproximadamente 3 toneladas por hectare), e 60% a menos em área compactada. Agronomicamente, a diminuição da compactação do solo já mostra benefícios na brotação e no desenvolvimento das soqueiras.
Para a melhor performance, explica o executivo, é preciso se atentar a dois pontos principais: sistematização e colheitabilidade. “É importante evitar “matações” nas linhas de sulcação do canavial e tiros longos sem carreadores de acesso que facilitem a logística. A máquina deve colher posicionada nas linhas gêmeas, ou seja, onde foi o rastro do trator de plantio, para evitar que haja variação de distância entre as linhas que estão sendo colhidas”, assinala o executivo.
Outro diferencial da colhedora CH950 são os Centros de Soluções Conectadas (CSC), lançados em 2020 pela John Deere. Trata-se de um serviço de suporte remoto às operações agrícolas de clientes e parceiros que usa uma base de dados – colhidos pelas próprias máquinas durante as operações – para identificar oportunidades de redução de custos e otimização de equipamentos.
O executivo destaca ainda que a inovação tem sido uma das prioridades da marca. Globalmente, a companhia investe US$ 6,7 milhões todos os dias em Pesquisa e Desenvolvimento.
“A colhedora CH950, é um projeto sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto financeiro, pensada para os agricultores. Desenvolvida para oferecer uma maior longevidade e produtividade do canavial, possui tecnologia e evolução desde os cortes de base, que copiam o solo de forma independente, até o sistema de limpeza, que proporciona uma limpeza mais eficiente com 50% de redução de perdas por estilhaços. Sermos parte desse desenvolvimento do campo é muito satisfatório, mas é só um dos muitos passos rumo ao avanço sustentável que damos”, finaliza Junqueira.