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Somente 10% da área plantada no Brasil tem seguro, segundo CNSeg

Estimativas do setor de seguros apontam para um prejuízo total de R$ 80 bilhões na agropecuária relacionado a eventos climáticos no ano passado

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, afirmou, nesta segunda-feira (4), que a transição climática vem ocorrendo muito antes do que se esperava, o que pode ser constatado pelos números do setor segurador. Por isso, a implementação do Seguro Social contra Catástrofe daria uma rápida resposta às pessoas impactadas pelos eventos climáticos.

Dyogo participou do painel “Adaptação e Perdas e Danos”, promovido pelo Ministério das Cidades, no Espaço Brasil da COP28, em Dubai.

O agronegócio evidencia parte dessa realidade, afirmou Dyogo, quando constatado que, apenas em 2022, o Seguro Rural pagou R$ 10 bilhões em indenizações aos produtores brasileiros, sendo que apenas 10% da área plantada é segurada. As estimativas do setor de seguros apontam para um prejuízo total de R$ 80 bilhões na agropecuária relacionado a eventos climáticos no ano passado.

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Só neste ano, segundo Dyogo, 1.700 municípios já foram impactados por eventos climáticos, colocando em risco parte dos oito milhões de brasileiros que vivem em áreas de riscos, sendo necessário “empreender ações para nos adaptarmos a essa nova realidade. Um dos instrumentos mais habilitados a essa necessidade é o seguro, que é uma maneira de compartilhar os custos relacionados a determinados riscos.”

O presidente da CNseg também citou algumas iniciativas recentes do setor segurador para enfrentamento à transição climática, como a assinatura do convênio com o ICLEI, associação mundial de governos locais e subnacionais dedicada ao desenvolvimento sustentável, que irá criar seguros para garantir rápida recuperação dos danos às infraestruturas das cidades. Outros temas abordados foram a ampliação do Seguro Rural no Brasil e a iniciativa do Seguro Social de Catástrofes, proposto pela CNseg.

“O setor de seguros tem uma importante função de proteção para os mais diferentes riscos, sendo uma indústria com vultuosas reservas técnicas, que poderiam, com adequada alteração da regulação, ajudar a financiar projetos de sustentabilidade”.

Encerrando sua participação no painel, Dyogo afirmou que “há toda uma proposta do setor de seguros que merece ser considerada dentro da agenda de sustentabilidade e fico muito feliz em constatar, aqui na COP, que esse setor começa a aparecer como parte da solução para os problemas que ainda enfrentaremos em virtude das mudanças climáticas.”

 

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