Características do novo acessório da Plantadora de Cana Picada – PCP 6000 Automatizada foram apresentadas em palestra do engenheiro agrônomo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, durante o 20º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar. O evento aconteceu nos dias 21 e 22 de março, em Ribeirão Preto (SP), onde foram mostrados os benefícios para o preparo do solo na linha de cana pelo sulcador com dispositivo destorroador.
Esse novo recurso da máquina automatizada da DMB, que terá lançamento comercial na Agrishow 2018, vai possibilitar a eliminação de ondulações no terreno e torrões, criando condições adequadas para a melhoria da brotação, redução de falhas no canavial e diminuição da quantidade de mudas utilizadas no plantio. O aprimoramento do preparo do solo para o plantio, com o desenvolvimento do novo implemento, se tornou viável após muito trabalho da área de Engenharia da DMB – revela o gerente de marketing. O sulcador com dispositivo destorroador está inclusive sendo testado com sucesso em usinas de São Paulo.
A maneira de operar e as características do sulcador serão detalhadas por Auro Pardinho na palestra “Plantio mecanizado: um projeto de engenharia e qualidade”, que faz parte do painel “Novas tecnologias de máquinas e equipamentos canavieiros”.
Segundo ele, o seminário de mecanização do Grupo IDEA é um ambiente muito propicio para a apresentação de novas tecnologias, porque os participantes são produtores de cana, profissionais de usinas, incluindo gestores, que estão em busca de informações úteis e práticas voltadas às atividades diárias.
O seminário tem acompanhado há duas décadas a evolução da mecanização no processo de produção canavieira. O próprio Pardinho já relatou, por exemplo, em palestras realizadas no evento, as mudanças que ocorreram no plantio até o lançamento da Plantadora de Cana Picada – PCP 6000 Automatizada, que aconteceu em 2014, e o desenvolvimento do sulcador com dispositivo destorroador, que está sendo disponibilizado para o mercado em 2018.
“Há vinte anos a DMB tinha, em seu portfólio, plantadoras de cana inteira e a PCP 4000 (para cana picada), que era uma máquina pequena. O interesse pelo plantio mecanizado, na época, era muito pequeno. O mercado tinha disponibilidade de mão de obra e não existiam normas regulamentadoras que proibiam o trabalho em cima de caminhões”, relembra.
Com o avanço da mecanização no plantio e na colheita, as mudanças passaram a ocorrer nos equipamentos de maneira significativa. “Em 2006, houve o lançamento da PCP 6000, uma plantadora maior, com maior autonomia, com cabine climatizada para o operador”, detalha.
Em relação aos adubadores, a evolução foi também bastante significativa neste período. “Quando começou o seminário de mecanização, para a cana soca predominava o cultivador São Francisco que fazia a escarificação no meio da linha e aplicava o adubo. A maioria das usinas e produtores tinha cana queimada. Depois, surgiram os adubadores de disco, que já representaram um avanço, pois aplicavam o adubo de forma mais adequada”, conta.
Em seguida, houve o lançamento de implementos nessa área – destaca – que permitem maior versatilidade. “Agora, temos adubadores que enterram o fertilizante ou distribuem um nutriente em profundidade e jogam outro em superfície. Há também os adubadores que possibilitam a distribuição de calcário na mesma operação”, diz.
Em vinte anos, a mecanização mexeu com diversas questões que envolvem o processo de produção de cana, como desenvolvimento e alocação de variedades, incidência e manejo de plantas daninhas, modificações em colhedoras – exemplifica.
“Com o corte mecanizado de cana crua, surgiram novas pragas nos canaviais. Em decorrência disto, houve necessidade de aplicadores de inseticida em soqueira e voltou a ser utilizado em larga escala o eliminador de soqueira para o controle de pragas na época de reforma, principalmente, do Sphenophorus”, diz.
O desenleirador também passou a ser usado para afastar a palha da linha da cana, com o objetivo de minimizar o ataque da cigarrinha das raízes – constata.
De acordo com Pardinho, além de retratar essas e outras mudanças ocorridas no processo de produção por meio de palestras, o evento do Grupo IDEA passou a demonstrar, nos últimos anos, as novidades tecnológicas em uma feira de equipamentos, que faz parte da programação do seminário.