Máquinas e Inovações Agrícolas

Técnica para enfardar o feno garante aumento de produtividade e qualidade do produto

O cultivo do feno tradicional tem como primeira atividade o corte da forragem, que pode ser realizada com ceifadeiras normais (a disco, tambor ou com barra de corte) ou equipamentos que, além de cortar, providenciam o condicionamento do feno. Contudo, a secagem continua sendo sempre natural e realizada ao ar livre, com periódicos viramentos da forragem para melhorar sua exposição ao sol. Em alguns campos é comum arar o feno à noite, para formar uma fileira regular e reduzir a exposição à umidade noturna. Uma vez que o feno atinge o grau correto de umidade, passa-se com os ancinhos e sucessivamente a fileira é enfardada. No entanto, tudo isso prevê uma longa permanência em campo da forragem, que continua sujeita a eventos meteorológicos que podem reduzir sua qualidade, aumentando o tempo de secagem e levando, em casos extremos, à perda da produção. Enfardar o feno em dois tempos é uma técnica já difundida, particularmente na Europa, por razões climáticas, que já se propaga em todo o mundo. Sucessivamente ao corte, realizado com ceifadeiras normais ou acondicionadas, o produto é imediatamente preparado em fileiras com ancinhos e rapidamente é enfardado.

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É necessário utilizar enfardadeiras bem robustas, porque a forragem verde é pesada e difícil de prensar. As velocidades operacionais devem ser menores em relação àquelas com a forragem seca, e os pesos dos fardos são maiores. A principal vantagem desses sistemas é a possibilidade de proteger o feno das intempéries, reduzindo os riscos de perder a colheita ou diminuir sua qualidade. Os fardos de forragem produzidos dessa maneira devem, nesse ponto, perder umidade até atingir o correto valor de conservação. Se estocados úmidos, é possível que produzam fermentações indesejadas que, além de reduzir o valor nutritivo ou formar produtos tóxicos, podem aumentar a temperatura até gerar pontos de autocombustão. Para eliminar tal umidade, são utilizadas instalações fixas que, com vários sistemas, sopram ar quente para dentro do fardo de feno: esse ar atravessa de modo axial o fardo, absorvendo umidade do feno e mandando-a para fora.

As instalações atualmente conhecidas são de três tipos: a plateia, de recirculação e de canalização dupla.

Os sistemas a plateia são formados por módulos de cimento, geralmente pré-fabricados e de dimensões adequadas ao tamanho dos fardos. Cada módulo apresenta uma abertura fechada por uma grade, em cima da qual está apoiado o fardo. No topo dos módulos um ventilador acoplado a um incinerador (abastecido com biomassa, gás ou diesel) garante a recirculação correta do ar.

As instalações de recirculação são estruturalmente muito parecidas: a diferença é que em cima das estações dos fardos existem sistemas de recuperação do ar quente na saída do secador. Esse ar pode ser reconduzido ao aquecimento e reutilizado ou mais corretamente usado para um pré-aquecimento do ar limpo na entrada. A estrutura de interceptação é normalmente metálica e apresenta um sistema de levantamento que facilita as operações de carga e descarga dos fardos.

O último tipo, de canalização dupla, é estruturalmente muito parecido com a instalação de recirculação, mas normalmente é todo construído em chapas. A diferença é que sopra ar para ambos os lados do fardo, reduzindo assim os riscos de haver diferença de umidade entre as duas paredes. Também nesse caso a estrutura superior conta com um sistema de levantamento que facilita as operações de carga e descarga.

Além da vantagem acima tornar o agricultor independente das condições meteorológicas, o uso da secagem artificial comporta outros benefícios, principalmente em relação à qualidade geral e organoléptica da forragem. A pouca permanência em campo e o reduzido tempo de secagem realmente diminuem a presença de fermentação e mofos indesejados, aumentando o valor nutritivo da forragem.

A diminuição dos viramentos em campo reduz a perda de produto, especialmente das folhas que têm o maior conteúdo proteico. Dessa forma, a técnica é ideal para forragens delicadas, como a alfafa, que facilmente perdem as folhas, reduzindo a essência proteica. Também a perda de substância seca é muito mais reduzida: se para a fenação tradicional considera-se aceitável uma perda de 30% a 40%, utilizando a secagem artificial essa perda cai para algo entre 15% e 20%, praticamente a metade.

Leia também: Densidade adequada do fardo para eficiência na secagem >>

Opções disponíveis no mercado. A Agritech é uma empresa especializada na fabricação de secadores para fardos de feno. A particularidade da sua produção é a modularidade: na verdade, os secadores baseiam-se totalmente na repetição de um módulo-padrão de dois lugares, que pode ser apoiado ou sobreposto a outros módulos. Cada unidade básica mede 3,9 m de comprimento, 1,9 m de largura e 2 m de altura. A conexão à unidade ventilante, composta por um ventilador elétrico e por um incinerador, ocorre mediante mangueiras flexíveis antiestáticas. Cada módulo possui sistemas hidráulicos que erguem uma parte dele para facilitar a carga e a descarga. As potências requeridas são menores: por exemplo, para um módulo de 20 fardos pede-se uma capacidade de ar de aproximadamente 45 mil m3/h (uns 2.250 m3/h por fardo), com potência térmica instalada de cerca de 300 mil kcal/h.

Na concorrente Losi Alberto, que produz desde os anos 1990 secadores para forragens, há uma gama desse tipo de equipamento com capacidade de 4 a 48 fardos. Vale destacar a possibilidade de aproveitar as biomassas para a produção de energia térmica, recuperando consequentemente eventuais descartes da empresa.

O fabricante italiano pode, de fato, equipar seus secadores com incineradores especiais, indicados para as biomassas. Nesse caso, convém adotar uma ventilação indireta, isto é, mediante trocador de calor: isso garante que a forragem em processo de secagem não seja poluída pelas fumaças de combustão. O modelo mais interessante é a versão capaz de secar contemporaneamente 48 fardos quadrados gigantes: o volume de ar movido é de 100 mil m3/h, com uma potência instalada no ventilador de 122 kW. Já a potência térmica pedida é de 1,4 milhão kcal/h; nesse caso, todavia, vistas as altas potências em jogo, a empresa propõe apenas o incinerador a gás.

Sem enfardar! Apesar de pouco utilizada, há outra técnica de secagem artificial: a do feno solto. Como sempre, começa pelas ceifadeiras normais que cortam e automaticamente carregam o produto na parte dianteira do equipamento, em um caixote. Sucessivamente à ceifa e ao eventual processo de enfileiramento, a forragem é colhida em veículos autocarregadores: trata-se de carros que estão equipados com um sistema de pick-up que carrega a forragem para dentro do caixote. A forragem, consequentemente, é levada para essas instalações e descarregada no seu interior; é igualmente distribuída e seca sempre mediante ar quente distribuído através de furos de pequenas dimensões. No entanto, também nesse caso é conveniente realizar viramentos da forragem, reduzindo, portanto, algumas vantagens supramencionadas. Além disso, o alto volume de feno não enfardado aumenta os custos de transporte e conservação.

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