Máquinas e Inovações Agrícolas

Tecnologia auxilia no controle dos custos de irrigação no agronegócio

Diante da crise hídrica atual, poucos sabem que a água é o principal insumo para geração de alimentos. E é a agropecuária o seu grande consumidor. De acordo com a ONU, em 2050 seremos 9 bilhões de pessoas no mundo. Para alimentar toda essa população, será necessário um aumento da produção de alimentos em 70%. Em tempos de mudanças climáticas, secas severas e crises na distribuição de água, a tecnologia desempenha papel fundamental para otimizar a utilização desses recursos e vencer os desafios da segurança alimentar.

A agricultura irrigada é a atividade econômica que mais consome água no mundo. A cada seis minutos de operação, um pivô central irriga uma plantação que equivale ao consumo médio anual de água de uma pessoa. Mas uma tecnologia desenvolvida pelo C.E.S.A.R, instituto de inovação com sede em Recife, pode economizar o uso desse recurso. Trata-se do Monitor de Irrigação, serviço que possibilita o acompanhamento remoto (web) dos pivôs de irrigação no campo. “A ideia nasceu de um desafio: aumentar a produção de alimentos sem acrescer o consumo dos dois principais recursos do agronegócio: terra e água”, explica Eduardo Peixoto, um dos idealizadores do projeto.

O equipamento, instalado em cada pivô central, realiza a coleta contínua de informações sobre o funcionamento da unidade (velocidade, posicionamento, direção do deslocamento e pressurização). Esses dados são transmitidos por meio de tecnologias sem fio para um data center que disponibiliza a informação em tempo real, e via internet, permitindo o monitoramento do funcionamento dos pivôs a partir de qualquer dispositivo conectado, como um computador, ou um smartphone.

De acordo com Victor Nogales, gerente do projeto, cerca de 98% da base instalada de pivôs centrais no Brasil não tem nenhum acompanhamento automatizado, somente manual. “Com o nosso sistema, o produtor vai acompanhar com precisão o uso da água, monitorando e verificando se o planejamento está sendo cumprido. O objetivo é realizar uma irrigação de forma responsável, planejada e monitorada”, explica Nogales.

Além de tornar mais efetivo o uso da água, o sistema também pode economizar energia. No campo, o preço da energia elétrica varia por faixas de horário. Das 6h às 18h, a energia é tarifada normalmente. Das 18h às 21h, período considerado de pico, o preço aumenta. E das 21h às 6h a tarifa reduz, sendo o melhor horário para a utilização dos pivôs, por exemplo.

O Monitor de Irrigação também oferece um alarme de parada noturna, que avisa o produtor via SMS sobre a parada não planejada do pivô, evitando rondas no período da noite. Esse mecanismo auxilia o agricultor a gerenciar os melhores horários para o funcionamento do seu equipamento.
O C.E.S.A.R oferece o serviço por um modelo de assinatura, onde se paga a adesão e as mensalidades em função da área do pivô central. “A única coisa que o produtor precisa ter para assinar esse serviço é acesso à internet”, detalha Nogales. O Monitor de Irrigação está instalado em fazendas localizadas nos estados do Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia.

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