Máquinas e Inovações Agrícolas

Tomra 3C: nova máquina de triagem para processadores de amendoim

A produção de amendoim tem merecido destaque em território nacional por sua crescente participação nas exportações de grãos e do óleo de amendoim

Uma máquina de triagem óptica validada em testes de campo no ano passado que alcança eficiência e rendimento de produção. Essas são as promessas da Tomra 3C, lançada pela Tomra Food Brasil. A empresa explica que, enquanto os classificadores mecânicos são adequados para tarefas de classificação mais simples, os classificadores ópticos oferecem níveis ainda mais altos de precisão, otimizando os rendimentos, reduzindo as rejeições falsas e permitindo a classificação precisa, para que alguns produtos que seriam rejeitados possam ser recuperados para uso. Por esses motivos, aponta, a maioria dos processadores de grande volume usa classificadores mecânicos e ópticos, e agora os processadores de menor volume também estão adotando tecnologias ópticas.

O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de amendoim da América Latina, com produção anual de mais de 500 mil toneladas, perdendo somente para a Argentina, que tem produção anual de cerca de 1 milhão de toneladas. Em 2019 a exportação brasileira de amendoim em grão foi de 196 mil toneladas, de acordo com dados do IEA – Instituto de Economia Agrícola. Segundo os dados mais recentes, com novas tecnologias no campo e sistemas modernos de secagem e seleção, a safra brasileira triplicou nos últimos 15 anos. Hoje, a receita das fazendas com a produção de amendoim chega a R$1,2 bilhões por ano.

A realidade nacional revela que muitos processos de produção ainda utilizam serviço manual e máquinas com tecnologias desfasadas. Dessa forma, “o caminho de automatização pode trazer aos produtores de amendoins mais vantagens como aceleração de processos, aumento da qualidade do produto para níveis muito altos, além de poupar recursos e reduzir custos a médio e longo prazo”, explica João Medeiros, Gerente Comercial da Tomra. “A Tomra 3C chega ao mercado brasileiro para mudar o jogo para os processadores de amendoins, castanha de caju e macadâmia”, acrescenta o responsável.

Apesar dos números serem positivos, a empresa entende que ainda existem obstáculos que necessitam ser superados. Recentemente, a companhia publicou um eBook em inglês, justamente para ajudar os processadores de amendoins a enfrentar os desafios operacionais subjacentes, que se intensificaram devido à pandemia do COVID-19.

Tecnologias combinadas

Combinação de tecnologias permite a detecção de imperfeições e contaminantes do produto

João Medeiros explica ainda que “a Tomra 3C não depende apenas de câmeras RGB traseira e dianteira, mesmo que estas (combinadas com iluminação LED de alta intensidade) sejam eficazes. A diferença crucial aqui é que as câmeras podem ser complementadas pela tecnologia de detecção a laser ou infravermelho próximo (NIR), para inspecionar  o produto de acordo com defeitos estruturais e biológicos, além de cor”.

Essa combinação de tecnologias, explica o executivo, permite a detecção de imperfeições e contaminantes do produto, mesmo quando as cores dos defeitos são idênticas às dos bons produtos. “Para dar apenas um exemplo disso, a diferença de cor entre avelãs marrons boas e ruins é tão pequena que as câmeras por si só não conseguem detectá-la, o que significa que, cascas marrons e pedras marrons podem ser rejeitadas”, aponta.

Os processos mecânicos do sistema de classificação da Tomra 3C, conforme o fabricante, são bem simples. Depois que o produto cai da tremonha para uma mesa vibratória, ele é espalhado uniformemente na calha de alimentação. A empresa aponta que, alguns milissegundos depois que o produto é inspecionado pelos dois lados por sensores ópticos, o sistema de ejeção inteligente desvia os defeitos, através de um tiro de ar, para um canal de rejeição e o bom produto segue o fluxo através da rampa de aceitação.

A Tomra 3C pode ser especificada com duas, três ou quatro calhas de 500 mm de largura. Embora quatro saídas possam ser executadas em paralelo para executar a mesma tarefa (uma máquina de 2000 mm pode lidar com 20 toneladas de amêndoas em casca por hora), as saídas também podem operar independentemente uma da outra, o que significa que os processadores também podem escolher, por exemplo, para dedicar uma ou duas saídas à pista de recuperação ou para reverter a classificação. Isso significa, conforme explica o fabricante, que a máquina pode ser instalada em diferentes pontos nas linhas de processamento para executar tarefas diferentes.

Desafios no processamento

Tal como explica o eBook da Tomra, alguns desafios no processamento de amendoins são duradouros, mas outros são novos e sem precedentes. Além disso, as tendências do mercado e as mudanças climáticas ameaçam abalar o setor. A publicação explica por que a demanda global por amendoins está crescendo e como isso está colocando os processadores sob pressão para obter maiores rendimentos e capacidade de produção. O eBook também analisa como se espera que os processadores, em aparente contradição à sua necessidade de velocidade, aumentem a qualidade do produto devido às expectativas elevadas dos consumidores e varejistas.

Essa mudança em direção a especificações de qualidade mais alta, avalia o fabricante, está no centro de outro conflito de objetivos: espera-se que os processadores simultaneamente contenham custos, principalmente agora que as economias globais são afetadas pela pandemia. E em mais um conflito, trabalho, água e energia estão se tornando mais caros e cada vez mais escassos. “À medida que os trabalhadores nos países em desenvolvimento se encontram com mais opções, muitos optam por não trabalhar em trabalho manual. E, a medida que as mudanças climáticas alteram os padrões de precipitação e a disponibilidade de água, as estações de crescimento e colheita são interrompidas de maneira a exigir que os processadores operem com mais agilidade”, destaca.

Um outro desafio são os padrões de segurança alimentar, conforme a publicação, uma vez que os consumidores estão cada vez mais conscientes de alérgenos, patógenos e aflatoxinas  e de seu poder, através das plataformas de mídia social, para transmitir qualquer insatisfação com os padrões do produto.

Como o eBook observa em sua seção final, as tecnologias de classificação  agora podem fazer mais do que detectar e remover materiais indesejados das linhas de processamento. As máquinas de classificação também reduzem a dependência de mão-de-obra, reduzem o uso de água, minimizam o desperdício de alimentos para maximizar a produtividade, permitem a rastreabilidade e ajudam os processadores a otimizar a produtividade e os lucros.

Fonte: Tomra

 

 

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