Máquinas e Inovações Agrícolas

Velocidade e precisão em modernos irrigadores diminuem desperdícios

O irrigador a carretel com mangueira ou de barra é um equipamento versátil e que pode ser preparado em pouco tempo para qualquer tipo de plantação. Seu uso comporta inúmeras vantagens. A estrutura é conceitualmente simples: em um carrinho de perfilados metálicos pintados ou zincados, suportado por 2-4 pneus de largas seções (para assegurar estabilidade e conter a compactação do terreno), está instalado um carretel gigante que enrola ou desenrola a mangueira de polietileno que conduz a água a um jato ou a uma barra irrigadora.

O carretel é colocado em uma pequena torre equipada, na maioria dos casos, com uma cremalheira na parte de baixo que, graças ao movimento impresso por um pinhão acionado por um motor hidráulico, gera uma rotação de 360° no eixo vertical, para poder irrigar lotes adjacentes sem ter que deslocar a máquina.

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O movimento de enrolamento e desenrolamento da mangueira é feito mediante a cremalheira lateral ao carretel, graças à pressão da água de irrigação que, captada em by-pass no fluxo principal, por meio de uma turbina hidráulica e uma adequada transmissão, imprime um movimento rotatório ao carretel, que enrola novamente a mangueira e puxa o carrinho no qual está colocado o irrigador ou a barra irrigadora. Alternativamente, pode ser instalado um motor hidráulico com uma bomba acionada por motor endotérmico. Alguns irrigadores vêm montados com uma correia dupla nas laterais do carretel acionada por motores hidráulicos.

Para aumentar a estabilidade da máquina, também podem ser instalados 2-4 cilindros hidráulicos que providenciam o levantamento das rodas, deixando que a pequena torre se apoie no solo graças a adequados pés ou seja ancorada por piquetes ou estacas.

Um grupo de bomba a motor (ou uma bomba centrífuga acionada pela tdp do trator) providencia a imissão em pressão (de até 10 bar) da água nas mangueiras. Um compressor, que pode ser acionado pela tdp do trator, realiza o esvaziamento da mangueira.

A característica principal do irrigador a carretel é a mobilidade, tanto em relação ao transporte de um local ao outro – graças ao carrinho rebocado pelo trator –, quanto à rotação do carretel. Na prática, o carro base que sustenta o carretel é colocado na borda do campo, enquanto o irrigador ou a barra irrigadora montados em um carrinho de duas ou quatro rodas dispostas paralelamente são rebocados com um trator na extremidade oposta, desenrolando, assim, a mangueira. Durante a irrigação, ela é enrolada novamente no carretel, e o carrinho no qual está fixado o jato (ou a barra irrigadora) é arrastado para irrigar o lote.

Desenvolvimentos tecnológicos. Normalmente, a velocidade de enrolamento da mangueira (entre 20-150 m/h) é definida por um painel eletrônico, que regula a velocidade. Além disso, o painel gerencia a programação e controla a irrigação. Em certos casos, por telefone celular e conexão à internet é possível gerenciar à distância o seu funcionamento.

O material de fabricação da mangueira tem grande importância na tração que deve suportar. Comumente, as mangueiras são de polietileno, com diâmetro externo variável entre 120 e 160 mm e comprimentos entre 450 e 700 m. Para manter mais ou menos constante o esforço de re-enrolamento da mangueira, ao se aumentar os diâmetros diminuem os comprimentos admissíveis. Os carretéis podem ser usados também para fertilização e a distribuição de estrumes e da fração líquida do material digerido.

Para o reboque e o acionamento, os modelos profissionais de irrigadores a carretel requerem acoplamento a tratores de pelo menos 80 CV (59 kW) munidos de tdp de 540 rotações/ min. No caso daqueles equipados com bomba a motor autônoma, possuem motores a diesel de pelo menos 150 CV (110 kW).

Produtos no mercado. A gama LL da italiana Casella é constituída por 5 modelos que contam com motor a diesel para a recuperação da mangueira e para os movimentos hidráulicos. O mecanismo hidráulico supervisiona o cilindro de suporte do timão, o levantamento/abaixamento das rodas do carro e a ancoragem no solo das estacas. Graças a um motor hidráulico, a pequena torre pode girar 360°. Os modelos da gama LL podem ser implementados com painéis eletrônicos que regulam os parâmetros de funcionamento, especialmente a velocidade de re-enrolamento do carretel. Podem ser equipados com irrigador a jato de controle eletrônico para a inversão automática e telecomando a infravermelhos de grande capacidade. O painel, com tela touch screen, é abastecido por painéis solares.

A linha GHC Ferborain do fabricante Ferbo, também italiano, difere-se pelos irrigadores a carretel com mangueira de polietileno entre 125 e 150 mm de diâmetro e até 650 m de comprimento. O re-enrolamento do carretel é feito por uma turbina montada em eixo único com a transmissão de quatro marchas, enquanto o painel eletrônico, abastecido por painéis solares, comanda a velocidade de re-enrolamento. Já o circuito hidráulico responde pelo levantamento do pé de suporte posicionado no timão de reboque e das rodas, a rotação completa da pequena torre porta- -carretel, o acionamento das estacas de ancoragem no solo e o levantamento do carrinho onde está o irrigador. O esvaziamento da mangueira é feito por um compressor acionado pela tdp a 540 rotações/min. do trator. Para conferir mais resistência a corrosão, a estrutura do carro e do carrinho porta-irrigador e as partes internas de passagem da água são de perfilados metálicos zincados.

A gama Magnum, modelo de ponta da RM Irrigation, é caracterizada por uma estrutura de 4 rodas, munida de balanceiro amortecedor que confere estabilidade maior à máquina durante o transporte em estradas irregulares. As mangueiras são de polietileno, em combinações a partir de 120 mm de diâmetro e comprimento de 800 m, até Ø 150 mm e comprimento de 600 m. Para garantir mais resistência às flexões laterais durante o re-enrolamento da mangueira, as bobinas do carretel são de chapa de aço. Em particular, o modelo Magnum Xjm possui grupo de bomba a motor, eixo duplo a balanceiro, transmissão dupla com correia no diâmetro externo do carretel e esvaziamento mediante compressor acionado pela tdp a 540 rotações/min. do trator. O levantamento do pé de suporte do timão, das rodas e a ancoragem no solo mediante as estacas posteriores, assim como a rotação completa da pequena torre, são feitos hidraulicamente.

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