Abimaq prevê cenário “estável” ou de “leve crescimento” para o setor em 2025

Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul, Brazil, February 27, 2019: Agriculture, positioning of agricultural machinery in the soybean harvest in Brazil, aerial image - Agribusiness

Clarisse Sousa – A seca tem causado um impacto decisivo nos resultados do setor de máquinas agrícolas em 2024, conforme destacou Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA/Abimaq), durante o Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial, realizado nesta sexta-feira (4) na sede da Abimaq, em São Paulo.

O setor vem registrando uma retração expressiva no acumulado do ano. Nos primeiros oito meses de 2024, as vendas totais caíram 25,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo as estimativas da Abimaq, o setor deve encerrar 2024 com uma queda total de 25%. “A seca impactou nossas previsões de forma inesperada. Não estávamos preparados para a intensidade com que ela se manifestou este ano”, destacou Bastos.

Além da seca, outros fatores contribuíram para os resultados negativos do setor, sendo o preço das commodities um dos mais relevantes. “Os preços dos grãos caíram de forma acentuada devido ao excesso de oferta. Com a queda dos preços, a rentabilidade diminui, e os produtores acabam adiando os investimentos”, explicou.

Vendas de máquinas crescem 8,4% em agosto, mas queda persiste no ano

Ele também salientou que, ao contrário dos anos de 2020 a 2023, quando a área plantada aumentou em 15 milhões de hectares, passando de 63 milhões para 78 milhões, este ano não houve expansão. “Ou seja, não tivemos um mercado de expansão, apenas de reposição.”

Com a queda nos preços dos grãos, especialmente milho e soja, a entidade já previa o impacto negativo no setor de máquinas agrícolas. “Quando o preço dos grãos cai, as vendas também são afetadas”, disse Bastos.

Poucas mudanças para 2025

O próximo ano não deve ser muito diferente. O presidente da CSMIA, Pedro Estevão Bastos, prevê um cenário relativamente estável para o setor de máquinas agrícolas em 2025. “A possibilidade de uma diminuição é remota”, acredita.

Os preços das commodities, a área plantada e o clima também devem ser fatores cruciais para o desempenho do setor em 2025. Os preços das commodities não devem sofrer grandes alterações e é improvável um aumento na área plantada. “O mercado de expansão dificilmente ocorrerá, então não devemos esperar um crescimento significativo nesse aspecto.”

Contudo, ele afirma que, se não houver problemas climáticos, como a seca observada em 2024, o próximo ano tende a ser estável ou apresentar um leve crescimento. “A agricultura é muito dinâmica, mas acredito que o mercado não deve cair em 2025. Se crescer, será um aumento modesto.”

Renovação de frota

Com a retração nas vendas de máquinas agrícolas, fica evidente que uma parcela dos produtores estão hesitando em investir em novas tecnologias, resultando em uma frota de máquinas cada vez mais obsoleta.

Bastos observa que muitos agricultores ainda utilizam máquinas defasadas, o que pode comprometer sua eficiência. “Existem agricultores que já estão com suas máquinas atualizadas, pois entre 2020 e 2023 houve um aumento significativo nas vendas. No entanto, ainda há um número considerável de máquinas antigas que estão tecnologicamente defasadas”, aponta.

Os produtores que reconhecem a necessidade de atualizar sua frota tendem a alcançar melhores resultados. “As novas tecnologias oferecem grandes benefícios em termos de produtividade e na forma como as operações são realizadas.”

“Os produtores que investem em novas tecnologias colhem os frutos dessa escolha, pois as inovações trazem muitos benefícios em produtividade e eficiência operacional. Nos últimos 10 anos, a obsolescência das máquinas tem se acelerado devido à evolução da tecnologia embarcada, tornando as máquinas sem tecnologia ainda mais ultrapassadas rapidamente.”

Para exemplificar, Bastos destaca a diferença de desempenho entre um pulverizador convencional e um de última geração. “Enquanto o primeiro pode desperdiçar até 20% de produtos químicos, o segundo reduz esse desperdício a 2%, além de garantir uma cobertura uniforme. Quando os agricultores percebem o impacto positivo que essas tecnologias podem ter na rentabilidade, é certo que eles estarão mais propensos a investir”, conclui.

 

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