Clarisse Sousa – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta quarta-feira (26) a reforma de seus armazéns graneleiros localizados no Paraná e em Mato Grosso do Sul. A modernização dessas unidades contará com um investimento de R$ 55,4 milhões da Itaipu Binacional. O acordo foi assinado entre Itaipu, Conab e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops).
Os recursos serão aplicados na realização de diagnósticos situacionais e elaboração de projetos executivos de engenharia dos armazéns da Companhia de Rolândia, Cambé e Ponta Grossa, no Paraná, e de Maracajú, em Mato Grosso do Sul. No caso da unidade armazenadora de Ponta Grossa, também será realizada o desenvolvimento dos projetos executivos e a reforma do armazém.
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“A reforma desses armazéns vai repercutir na vida das pessoas com a redução do preço dos alimentos e queda da inflação”, avalia o diretor-geral da Itaipu Binacional, Enio Verri. “Também é um investimento muito importante para o agronegócio e, principalmente, para a agricultura familiar, que não tem lugar para guardar a sua produção, porque nem sempre dispõem de armazém.”
A reforma permitirá, por exemplo, que o armazém em Ponta Grossa, o maior da Conab, volte a operar em seu potencial máximo, armazenando até 420 mil toneladas de grãos. Hoje, esta capacidade está em 300 mil toneladas.
“Ao longo dos últimos anos faltou cuidado com os armazéns e a estrutura da Conab, ao ponto que nós diminuímos em mais de 30% a capacidade de armazenamento da Companhia. O preço dos alimentos tem a ver, sim, com a capacidade que o Brasil perdeu de fazer estoques de alimentos. Quando o preço cai para o produtor abaixo do preço mínimo, a Conab pode comprar, e nós estamos comprando. Quando o preço sobe para o consumidor, tendo produto no estoque, a gente coloca no mercado e faz o equilíbrio dos preços para os consumidores”, destaca o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto. “Com esse investimento, vamos modernizar todo o maquinário com tecnologia de ponta e melhorar as estruturas de abastecimento”, completa.
Ele comenta que, no passado, a unidade de Ponta Grossa armazenava trigo, mas, há 11 anos, não é possível guardar esse grão. “Depois de 46 anos da construção dessa estrutura, recebemos um investimento tão grande para tornar sua modernização possível”, conclui.
A modernização da unidade também facilitará o escoamento da produção de grãos, notadamente trigo e soja, do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, uma vez que está estrategicamente localizada a 200km do Porto de Paranaguá.
O UNOPS, escritório da ONU especializado em infraestrutura, ficará responsável pela execução do projeto. “Vamos trabalhar como braço operativo, para que sejam entregues os resultados de todos os projetos no prazo, com administração de risco e com a maior qualidade possível”, resumiu o diretor da Unops no Brasil, Fernando Cotrim Barbieri.
A primeira etapa, prevista para começar ainda este ano, inclui o diagnóstico sobre a atual infraestrutura dos armazéns, a elaboração e revisão dos projetos executivos e o início da licitação para contratação da empresa responsável pela obra. A expectativa é que a reforma tenha início em abril de 2026, com conclusão estimada em dois anos.
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