Automação no plantio é um desafio para o produtor rural

Entre os principais benefícios dessa adesão tecnológica está a eliminação de erros humanos, otimização da segurança dos trabalhadores, agilidade no trabalho e melhor custo-benefício

O mercado atual está cada vez mais competitivo e um dos principais fatores para se diferenciar é justamente a utilização de recursos tecnológicos mais avançados, como a automação. No plantio isso não é diferente, é um processo que facilita o desenvolvimento das operações e melhora o desempenho e resultados de uma propriedade rural. No passado, a indústria era a principal beneficiária da tecnologia mas, atualmente, quase todas as empresas precisam de ferramentas que garantam a produtividade e a agilidade das tarefas e do atendimento ao cliente. Produzir mais a menores custos é um dos grandes desafios de todo empreendedor.

No agronegócio, é fundamental contar com meios que melhorem a produção sem comprometer a qualidade dos produtos. Ou seja, é necessário ter resultados rápidos, mas satisfatórios. Há muito tempo, as máquinas vêm contribuindo para que o produtor rural consiga se manter ativo e com potencial para se sustentar no mercado moderno.

Quando o assunto é plantio, existem diversas vantagens para automatizar o processo. De acordo com Evandro Martins, presidente da FertiSystem e presidente diretor executivo do Parque Tecnológico do agro – Tecnoagro, entre os principais benefícios dessa adesão tecnológica está a eliminação de erros humanos, otimização da segurança dos trabalhadores, agilidade no trabalho e melhor custo-benefício. Além disso, pode-se destacar o máximo aproveitamento da matéria-prima, que impacta positivamente a sustentabilidade do negócio.

Ainda segundo ele, há outras vantagens para o agricultor. “Ele não precisa gastar tanto com mão de obra. Muitas máquinas são fáceis de operar, o que é considerado um grande benefício para muitos trabalhadores. O empreendedor também usufrui de um consumo inteligente dos insumos. Enfim, com a automação, há o aumento da produtividade de acordo com a tecnologia adquirida”, completa.

Ferramentas para a automação no plantio

Atualmente, o mercado disponibiliza diferentes tecnologias para a automação no plantio. O GPS é uma delas. Para muitas pessoas, ele é somente um recurso básico para que outras ferramentas possam funcionar. Entre eles, o piloto automático no sistema de gestão de plantio e até a correção da terra, que pode ser feita em conjunto com as informações fornecidas pelo mapeamento químico do solo. Entretanto, a automação não consiste em uma única ferramenta, mas em um sistema composto por partes mecânicas, sensores, programas de lógica computacional e controladores (telas). Esse conjunto permite que o comando desejado se comunique com a as ações mecânico-físicas das máquinas.

Segundo Martins, existem diferentes controladores no mercado, sendo que alguns são bem simples e outros são mais sofisticados e complexos. Há por exemplo, ferramentas de tecnologia como as da FertiSystem, que oferecem muitas opções aos produtores, como os dosadores de microgranulados e de adubo, sistema de taxa fixa para dosagem elétrica de sementes e adubo por meio do controle via tablet ou smartphone e taxa variável para adubo.

A empresa dispõe ainda de funcionalidades como desligamento de sementes (linha a linha) com compensação em curva e regulagens por meio de controladores. “Somos uma das únicas no mercado que conta com sistema elétrico para adubação e plantio de sementes”, diz Martins.

Cuidados com essa automação

Na implementação da automação no plantio, é preciso considerar o retorno do investimento. Caso o produtor rural perceba que não é viável a implementação integral do processo, ele poderá implantar gradualmente, até conseguir total automação das operações. Isso significa fazer investimentos menores, em vez de realizar um investimento muito alto de uma só vez.

O empreendedor precisa avaliar o que é mais importante fazer, considerando os recursos financeiros que têm disponíveis. Durante a implementação, é preciso entender que a forma de trabalhar mudará muito e que os trabalhadores precisam se acostumar com essa mudança.

“Ou seja, eles precisam ficar aptos a mexer com segurança nas máquinas, compreendendo seu funcionamento. Será necessário treinamento para operar o novo sistema, principalmente os funcionários que ficarão em contato direto com os processos automáticos, e devem conhecer o máximo possível sobre o assunto”, diz o executivo da FertiSystem.

Um dos desafios em relação ao plantio é trabalhar com agilidade e, ao mesmo tempo, garantir a qualidade das plantações. Isso envolve a uniformidade no desenvolvimento da lavoura, a distribuição efetiva de adubo, a plantabilidade e a distância adequada entre as sementes. Quando o produtor rural automatiza o processo, ele obtém um plantio de qualidade, além de conservar seu patrimônio e aplicar a sustentabilidade. A qualidade da lavoura fica assegurada, bem como a agilidade e a produtividade.

No Brasil, a mão de obra qualificada está escassa e custa caro, o que gera altas despesas para o empreendimento, reduzindo os lucros. Com a automação, esse problema é minimizado, pois muitas atividades manuais são substituídas, cabendo ao funcionário gerenciar o controle das máquinas. Dessa forma, seu trabalho se torna mais especializado e até mais valorizado.

Como a aplicação dos insumos impacta diretamente a lucratividade do negócio, é importante saber utilizá-la com sabedoria. Esse é mais um desafio que a tecnologia automatizada permite superar. “É preciso que o empreendedor analise bem suas dificuldades no plantio antes de optar pelas melhores soluções. Apesar dos problemas gerais, cada empreendedor tem seus próprios desafios a superar. Conhecê-los e entender quais as soluções mais adequadas são passos cruciais para o empreendimento”, pontua Martins.

Porteiras abertas à tecnologia

Vale lembrar que o agricultor deve estar aberto às novas formas de plantio, pois quanto mais ele resistir às inovações, menor será seu crescimento. Se os processos não melhoram, a atividade agrícola se torna cada vez mais difícil, interferindo negativamente na sobrevivência do negócio. A tendência moderna é a automação no plantio por meio de sistemas elétricos integrados aos dosadores de adubos e de sementes.

O sistema promove uma precisão elevada, a remoção de partes mecânicas móveis, a regulagem por meio dos controladores (sem a necessidade de trabalhadores para efetuar regulagens manuais), a dosagem independente do traçado do equipamento e a manutenção reduzida.

Qualquer máquina é passível de automação, nova ou antiga. No caso das mais velhas, é preciso considerar se o investimento em sua automação compensa ou se é melhor adquirir um produto novo, já automatizado. Os equipamentos modernos já podem vir de fábrica com a automação que o empreendedor precisa. Mas também é possível automatizar por etapas, distribuindo a disponibilidade dos recursos financeiros ao longo do tempo.

Related posts

Abiove prevê recordes históricos para o complexo da soja em 2025

VBP da agropecuária deve recuar 1,9% em 2024, aponta CNA

Fendt e Valtra inauguram loja satélite em Guarapuava, no Paraná