Filtro tem a função de capturar toda a poeira e impurezas que prejudicam o funcionamento do maquinário
Por Gustavo Paes
A manutenção preventiva de máquinas agrícolas é uma ação indispensável e pode dobrar a vida útil do equipamento e diminuir despesas futuras. O descaso com um simples filtro de ar pode causar consequências sérias ao maquinário, como fazer o motor fundir. As máquinas agrícolas, como colheitadeiras e tratores, trabalham em condições severas, com excesso de poeira e partículas no ar que podem causar sérios danos aos motor. O filtro de ar é uma peça integrante do motor, cuja finalidade principal está em reter partículas nocivas ao sistema que podem ser trazidas pelo ar, óleo e combustível. A retenção ocorre por meio de um processo físico ou mecânico, intermediado por um meio filtrante de tela, algodão, lã, poliéster, feltro, fibras e papel, por exemplo.
A manutenção do sistema de filtragem do ar é essencial para obter a quantidade e a qualidade de ar suficiente, aumentando o desempenho e a vida útil do motor. Os cuidados com o filtro de ar exigem atenção redobrada dos operadores. É preciso que essas peças estejam sempre em um bom estado de conservação. A principal recomendação é respeitar o período de troca, conforme determinação do fabricante da peça. Outro cuidado é trocar os componentes em uma oficina adequada.
É importante que o produto seja original. Ao comparar o valor da troca dos filtros desse maquinário com o custo dos dias que o equipamento fica para- do por falta de manutenção, a diferença é infinitamente menor, já que uma má- quina parada gera prejuízos ao produtor.
A troca da peça, no momento certo, evita ainda o consumo excessivo de combustível, o aquecimento do motor, a perda de potência e o aumento de gases poluentes pelo escapamento. “O filtro de ar é importantíssimo, pois ele é responsável por evitar que toda a contaminação de pó, poeira, terra e umidade presente na atmosfera, contamine o óleo do sistema hidráulico”, destaca o gerente-geral da Argo-Hytos, Waldir Vianna Junior.
Perkins Motores
A Perkins fabrica filtros para máquinas agrícolas, inclusive os de ar, segundo o gerente de Vendas de Peças da empresa, Rodolfo Santiago. Ele destaca que o produtor deve utilizar esses equipamentos porque têm a função de proteger os motores e os equipa- mentos do ambiente severo.
O filtro de ar ganha ainda mais importância com o uso de máquinas equipadas com motores turbos. “O turbocompressor, que é caríssimo, sofre desgaste prematuro com o ar contaminado com pó e palhada. É muito importante que se faça uma adequada manutenção preventiva com a troca de filtros”, recomenda. Santiago ressalta a importância do uso de produtos no- vos para garantir que o agricultor não seja surpreendido por uma parada de máquina. “Uma colheitadeira de cana parada gera um prejuízo de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil por dia”, alerta.
Manutenção preventiva ou troca de filtro postergada além do que o recomendado pelo fabricante, ou uso de filtros não genuínos, pode gerar um desgaste prematuro do equipamento.
Santiago indica o uso de filtros genuínos. “A diferença de preço entre um filtro genuíno e um genérico é peque- na quando se compara com os prejuízos que o produtor pode ter com o desgaste anormal de um componente do motor”, assegura. O gerente de Vendas não recomenda que se faça manutenção ou procedimento de limpeza para o filtro de ar. “Ele deve ser trocado sempre que o indicador de restrição de ar; instalado na carcaça do filtro, mostre que o elemento filtrante já está saturado”, finaliza.
Mann-Filter
O engenheiro técnico da Mann-Filter, André Gonçalves, afirma que o uso de filtros de ar novos garante o aumento da vida útil do equipamento, reduz custos com manutenções por falta da substituição dos filtros e preserva a potência da máquina. Os sistemas, diz ele, funcionam por meio de dispositivos com elementos filtrantes, produzidos com fibras de celulose ou sintéticas, que filtram o óleo, ar ou combustível e impedem a passagem de partículas para dentro do motor.
Quando os filtros estão saturados, eles fazem com que o motor perca a potência, chegando até a parar. “O filtro de ar tem como função reter as partículas contidas no ar aspirado pe- lo motor e cuidar para que somente ar limpo entre na câmara de combustão, evitando desgaste excessivo nas partes móveis do motor como pistão, anéis, camisa etc”, ressalta.
O engenheiro reforça que o produtor respeite o manual do fabricante na manutenção dos filtros, uma vez que visualmente não é possível identificar a necessidade. E jamais limpe o ele- mento filtrante do ar com ar comprimido. “Isso destrói as fibras do meio filtrante. Além da alta pressão do ar do compressor, geralmente há água, óleo e impurezas que serão pulverizadas dentro do filtro, agravando ainda mais a estrutura do meio filtrante. Não se deve limpar o filtro do ar e, sim, substituí-lo”, afirma Gonçalves. Outra recomendação é que a troca seja realizada em uma oficina adequa- da. “Claro que pelas restrições de mobilidade das máquinas agrícolas, muitas vezes a troca é executada no campo. Neste caso, deve ser realizada sempre por profissionais treinados, para não causar nenhum tipo de dano ao equipamento”, completa.
Newtec
A Newtec está no mercado desde 2004, produzindo filtros hidráulicos para aplicações em máquinas agrícolas, tanto na reposição como em participação no desenvolvimento do equipamento. A empresa dispõe de um portfólio diversificado, com produtos na linha de filtragem de retorno, pressão, sucção e filtros de ar, além de desenvolver elementos filtrantes conforme a necessidade dos clientes.
Os filtros de ar da Newtec, produzidos com meio filtrante de celulose ou fibra de vidro, são indicados para reservatório hidráulico e têm como função proteger a entrada do ar do contaminante em suspensão, evitando a contaminação do óleo. O executivo destaca que o local onde a máquina está trabalhando é determinante para uma boa troca dos filtros. “Quanto mais contaminantes em suspensão, maior se torna a necessidade de substituição do filtro”, recomenda. Ele salienta que a substituição dos filtros em tempo pré-determina- do ajuda a evitar paradas inoportunas dos equipamentos por quebra em campo, prejudicando o processo do plantio. “A manutenção preventiva evitará desgastes no sistema hidráulico, podendo melhorar o custo em uma manutenção não prevista”, diz.
O produtor deve respeitar os prazos de troca determinados pelos fabricantes. “Esses parâmetros estão embasa- dos em testes ou horas. O ideal é que se respeite o que foi determinado em manual”, assinala. Os filtros devem ser substituídos quando há a parada ao final da safra, quando o equipamento segue para a manutenção preventiva, ou quando é percebida a dificuldade da bomba na sucção. “Se estes filtros não forem substituídos poderão vir a ocasionar perda de produtividade”, completa.
Mahle
A Supervisora de Vendas da Mahle Metal Leve, Laine Cracco, lembra que todo motor requer cuidado especial, ainda mais quando se trata de um equipamento de alto valor agregado. “Um bom conjunto de filtros proporciona proteção ao motor, menor gasto com manutenção e por consequência, economia com manutenções corretivas”, afirma.
Laine sublinha que, além do filtro de ar (primário e secundário), em alguns casos utiliza-se um pré-filtro na captação do ar. “O pré-filtro faz a separação de fuligens mais grossas, evitando, assim, a saturação prematura dos filtros do ar”, afirma.
A executiva frisa que o produtor precisa utilizar filtros novos. “Realizar a troca dos filtros de acordo com o que se pede no manual do equipamento, garante menor custo com manutenção corretiva”, argumenta. A reutilização dos filtros não é recomendada, já que qualquer tipo de sistema de limpeza ou reuso das peças pode ocasionar danos às fibras do meio filtrante, que podem causar danos irreversíveis ao motor.
A supervisora é taxativa quanto ao uso de peças de qualidade. “A Mahle orienta que se utilize filtros que atendam às especificações do motor, in- dependentemente de marca ou fabricante da peça”, declara. “O produtor deve sempre optar por produtos de qualidade, visto que os filtros são barreiras que impedem a entrada de par- tículas que podem ocasionar danos ir- reversíveis aos motores”, finaliza.
MWM
A MWM, fabricante independente de motores diesel e geradores de energia, possui uma linha completa de filtros. A empresa, que está há 66 anos no Brasil, possui um portfólio com mais de 16 mil itens. O diretor de Marketing, Thomas Püschel, lembra que as máquinas agrícolas trabalham em condições geralmente severas, expostas a ambientes com muita poeira, terra, barro e sujeitas a intempéries. E estão suscetíveis à contaminação do ar e a degradação dos fluidos.
A utilização de filtros é necessária e indispensável, pois eles são parte integrante dos sistemas que compõem as máquinas agrícolas, como o motor e o sistema hidráulico. “Os filtros retêm partículas contaminantes do ar e dos fluidos, tendo papel fundamental na proteção dos mesmos. Eles previ- nem contaminação, desgaste e falhas, e garantem uma maior vida útil da má- quina, evitando quebras e minimizando gastos com reparações”, observa.
O produtor deve investir sempre em marcas de qualidade comprovada, o que garantirá o perfeito funcionamento da máquina, segurança na sua operação e evitará prejuízos com reparações. Estes filtros são produzidos conforme os requisitos de projeto especificados pela engenharia, com elemento filtrante especial, tratado quimicamente, plissa- do, resinado, com micragem controlada, tendo a maior eficiência de filtragem com a menor restrição ao fluxo de ar e demais fluidos. “Já os filtros genéricos não atendem a estes requisitos de qualidade, apresentam desempenho ruim na filtragem, o que acarreta no mau funcionamento da máquina, além de trazer riscos à operação e prejuízos ao produtor”, pondera.
O diretor de Marketing diz que é preciso usar filtros novos. As peças devem ser substituídas periodicamente para que não ocorra a saturação. “Não se deve lavá-los, limpá-los com ar comprimido ou reaproveitá-los”, orienta. E épreciso respeitar os prazos de troca. “É de extrema importância que o produtor siga os prazos de troca, de acordo com a tabela de manutenção periódica especificada pelo fabricante da máquina”, alerta. “Caso contrário, ocorrerá a saturação dos filtros, comprometendo a proteção dos componentes e seu per- feito funcionamento”, acrescenta
Cummins
O gerente de Marketing da divisão de filtros da Cummins, Leandro Figueiredo Perez, destaca que o uso de filtros no- vos é a garantia de que a peça está em perfeito estado e que atenderá a performance exigida. “O produtor pode ter manutenções não planejadas, ou seja, antes do tempo previsto, em função de uma filtragem deficiente”, declara.
Perez diz que o produtor deve fazer a troca respeitando o prazo de vida útil determinado pelo fabricante. Ele alerta que a troca não é visual e tem que ser feita conforme o indicador de restrição do filtro de ar, localizado no painel do maquinário. O indicador tem a função de apontar quando deve ser feita a limpeza ou a troca do elemento filtrante primário. Funciona por meio do vácuo gerado no condutor de ad- missão, quando o elemento primário está muito sujo, ocorrendo uma restrição à passagem do ar.
O executivo recomenda que o produtor não faça a limpeza do elemento filtrante principal usando jatos de ar comprimido ou soprando. “A sopradinha pode danificar o filtro e permitir a entrada de sujeira no motor, que pode até provocar uma falha catastrófica”, avisa. O gerente de Marketing recomenda ainda uma avaliação completa do sistema de tomada de ar. “Sempre que se trocar o filtro de ar é preciso fazer uma inspeção completa no sistema de tomada de ar, desde a tomada até a entrada do motor”, ensina.
Argo-Hytos
Os equipamentos da Argho-Hytos possuem meio filtrante inorgânico, normalmente em fibra de vidro, estruturado em uma carcaça de poliamida injetada. “São muito leves e com sistema antivandalismo, que não permite a abertura sem uma chave de segurança. Os filtros ainda contam com sistema antirrespingo, que previne o derramamento de óleo com o movimento das máquinas, e com sistemas de retenção de carga, que garante pressão positiva no tanque hidráulico, evitando a entrada de contaminantes, e desecantes”, descreve o gerente-geral da Argo-Hytos, Waldir Vianna Junior.
O executivo lembra que, devido ao baixo custo, os filtros de ar não possuem indicadores de saturação. Ele salienta que, para uma avaliação mais criteriosa, seria preciso a medição da pressão e depressão interna do tanque durante o movimento dos cilindros. Essa não é uma tarefa simples para O usuário final. “Como a contaminação do filtro de ar depende essencialmente do tempo de utilização da máquina versus taxa de ingresso de contaminante, e esta última pode ser muito distinta em diferentes regiões, máquinas, aplicação ou mesmo época do ano, sugiro seguir as recomendações do fabricante”, orienta.
Parker
O filtro de ar é o guardião do motor. Ele garante que só ar limpo chegue aos sistemas do motor e à câmara de combustão, o que reduz o desgaste prematuro nas partes móveis do motor e prolonga sua vida útil. “Além disso, trocar o filtro de ar quando precisa evita o aquecimento do motor, a per- da de potência do veículo, o consumo exagerado de combustível e o aumento de emissão de gases na atmosfera”, afirma o gerente de Desenvolvimento de Mercado da Parker, Roberto Silva.
Para fazer a manutenção do componente, o produtor deve abrir a carcaça, retirar o filtro contaminado e efetuar a limpeza interna da carcaça com pano seco e livre de resíduos, que podem ser as- pirados para dentro do motor. Ele precisa observar também se no modelo com junta frontal a peça não se soltou do filtro e ficou alojada no fundo da carcaça, o que na inserção do novo filtro ocasiona sobreposição das juntas e provável entrada de ar contaminado para dentro do motor. “O produtor tem que revisar os componentes que fazem parte da carcaça, assim como juntas, abraçadeiras e mangueiras, para garantir que todo o ar passe pelo elemento filtrante”, ensina Silva.