O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor total de R$ 37,6 milhões para a Geo bio gas&carbon ampliar a produção de biometano e de biogás na unidade de Tamboara, no Paraná. Ao todo, o projeto tem valor de R$ 41 milhões.
O financiamento aprovado conta com R$ 33,6 milhões do Fundo Clima e R$ 3,9 milhões do Finem Padrão B (destinado à aquisição de máquinas e equipamentos importados novos, sem similar nacional). O objetivo é ampliar a capacidade de produção de biometano de 70 Nm³/h para até 1.500 Nm³/h. E de biogás, de 1.750 Nm³/h para até 3.500 Nm³/h.
Inaugurada em 2012, a unidade de Tamboara foi a primeira planta de produção comercial de biogás em larga escala no Brasil a processar resíduos da produção sucroenergética: torta de filtro, vinhaça e palha. A quase totalidade do biogás produzido era utilizada, historicamente, para a geração de energia elétrica.
Após a conclusão do projeto, o biogás deverá ser utilizado, em sua maior parte, para a produção de biometano. É quando o biogás passa por um processo de upgrade, que consiste na remoção de outros gases (principalmente CO2) de forma a aumentar a concentração do metano (CH4) na molécula, atingindo o padrão de biometano definido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Boas práticas na lubrificação aumentam vida útil de máquinas e evitam dores de cabeça
Um diferencial da unidade é a produção constante de biometano ao longo do ano, independente de safra e entressafra. A planta utiliza uma tecnologia de biodigestão anaeróbica capaz de processar torta de filtro e outros resíduos sólidos, possíveis de serem estocados sem perda de matéria orgânica, fornecendo gás de forma constante.
“O incentivo à produção de biometano é uma diretriz importante do governo do presidente Lula porque tem grande impacto ambiental. O projeto aprovado pelo BNDES, após concluído, deverá resultar na produção de até 9,4 milhões de Nm³ de biometano por ano, um combustível renovável, que pode substituir cerca de 8,5 milhões de litros de diesel ou aproximadamente 7,4 milhões de quilos de GLP, combustíveis de origem fóssil, evitando a emissão de quase 340 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, a nova política industrial do governo federal e o Novo Fundo Clima têm como objetivo apoiar e estimular projetos que contribuam para a descarbonização e para uma indústria mais verde.
“Por isso, o Banco apoia a implantação e a ampliação de empreendimentos, além da aquisição de máquinas e equipamentos mais eficientes, para que o país aumente a produtividade, utilizando fontes de energia limpa.”
Alessandro Gardemann, CEO da Geo, destacou o apoio do BNDES à Tamboara desde o seu início, em 2010, por meio de uma linha de financiamento à inovação, e os impactos desse novo empréstimo na trajetória da empresa.
“O apoio do BNDES foi determinante para essa usina ser implementada, assim como está sendo este novo financiamento, que permite à Geo dar um grande passo na ampliação de sua carteira de projetos para produção de biometano. E, principalmente, contribui na transição energética e na implementação das metas de descarbonização determinadas pela Lei do Combustível do Futuro. O aumento da oferta de biometano também vai permitir interiorizar a oferta de gás, de origem renovável, no país”, afirma.
Fornecedora de plataforma de tecnologia, a Geo concentra-se no desenvolvimento da produção de hidrocarbonetos verdes. A companhia desenvolveu um processo proprietário único e inovador para produção de biogás a partir do reaproveitamento de resíduos sólidos e líquidos do agronegócio. Hoje, com quatro plantas operando nos estados do Paraná e São Paulo, a Geo já investiu mais de R$ 450 milhões na criação e instalação de projetos para produção de biogás.
A unidade de Tamboara (PR) produz biogás os 12 meses do ano. A partir dessa produção, que atinge cerca de 16 milhões de Nm3/ano, podem ser gerados aproximadamente 21.000 MWh/ano de energia elétrica, 53.000 toneladas de biofertilizantes sólidos e 1 milhão de m3 de biofertilizantes líquidos. O biogás e a energia elétrica são vendidos no mercado. Os biofertilizantes são doados como forma de contrapartida para a Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana Ltda (Coopcana), parceira da qual a Geo utiliza dejetos (vinhaça e torta de filtro) para a produção de biogás.
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