Financiamento para a Copasul será utilizado na construção de unidade industrial de processamento de soja no Mato Grosso do Sul
As duas ações representam novos investimentos de cerca de R$ 1,6 bilhão que contribuem para ampliar a capacidade de armazenagem de grãos no país, dos quais quase R$ 1 bilhão financiados pelo BNDES.
A nova unidade industrial da Copasul, que representa investimento total de R$ 1,4 bilhão, terá capacidade de processar até 988 mil toneladas de soja ao ano, contemplando também a implantação de um complexo para recebimento, armazenagem e expedição de grãos. O projeto permite que a cooperativa agregue valor a sua produção por meio do esmagamento da soja, já que cada tonelada processada tem valor entre 30% e 35% superior à tonelada do grão in natura. Apenas em 2023, a Copasul movimentou mais de 1,2 milhão de toneladas de soja, com forte impacto econômico no estado do Mato Grosso do Sul.
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Na avaliação do diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, “o apoio à cooperativa está alinhado à estratégia de ampliar os investimentos em armazenagem nas diversas regiões do país, além de contribuir para fortalecer a competitividade do complexo agroindustrial brasileiro”. Ele lembra que o déficit na capacidade estática de armazenagem do Brasil é de cerca de 126,9 milhões de toneladas, o que reforça a importância desse tipo de investimento, especialmente em regiões onde há maior defasagem.
O financiamento é o primeiro contratado pelo BNDES diretamente com a Copasul e foi viabilizado com uma combinação de diferentes instrumentos. A maior parte do valor é financiado com recursos do próprio Banco, pela linha BNDES Finem, sendo o restante complementado por programas agrícolas do Plano Safra – neste caso, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).
Já o FIDC lançado em parceria com a AGI tem perspectiva de financiar até R$ 250 milhões, ao longo de dois anos, para a compra de equipamentos de manuseio e armazenagem de grãos, atendendo principalmente ao segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Desse total, R$ 175 milhões serão viabilizados com o apoio do BNDES, por meio da subscrição de cotas do fundo.
A diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias, explica que “o FIDC busca fortalecer as operações da AGI no Brasil, disponibilizando crédito com condições atrativas para que seus clientes, principalmente produtores rurais, cooperativas agroindustriais e cerealistas de pequeno e médio porte, possam realizar investimentos em projetos de armazenagem agrícola”.
O FIDC oferecerá condições mais vantajosas para regiões em que há maior déficit de armazenagem, podendo chegar a taxa equivalente a CDI mais 1,51% ao ano. O fundo prevê também que pelo menos 60% do valor investido em direitos creditórios seja associado ao segmento de MPMEs.
Em 2023, o BNDES mais que triplicou o número de operações para financiar novas estruturas de armazenagem de grãos no país. Ao longo do ano, o Banco aprovou 13 financiamentos para diferentes cooperativas e empresas do agronegócio, totalizando R$ 241,5 milhões. Já por meio de suas operações indiretas, realizadas pela rede de agentes financeiros credenciados, o BNDES emprestou cerca de R$ 1,7 bilhão no âmbito do Plano Safra 2023/2024 em programas com foco em armazenagem, como o PCA. O Banco respondeu por cerca de 30% dos recursos repassados pelo PCA na atual safra.
Fonte: Datagro
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