A exportação brasileira de café totalizou 3,7 milhões de sacas de 60 kg em agosto, gerando US$ 955,6 milhões ao país. Na comparação com o oitavo mês de 2023, o desempenho apresenta crescimentos de 0,7% em volume e de 31% em receita cambial. Além disso, esses números são recorde para qualquer mês de agosto na história. Os dados da exportações de café fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
No acumulado dos dois primeiros meses do ano safra 2024/2025, as remessas ao exterior alcançaram 7,5 milhões de sacas, o que implica alta de 11,8% em relação aos 6,7 milhões embarcados em julho e agosto de 2023. Em receita, o incremento é de 39,1% no mesmo intervalo comparativo, com o ingresso de divisas saltando de US$ 1,36 bilhão para os atuais US$ 1,89 bilhão.
Acumulado do ano
De janeiro a agosto de 2024, o Brasil exportou o recorde de 31,8 milhões de sacas de café, o que representa um avanço de 39,2% em relação aos 22,9 milhões de sacas embarcados no acumulado dos primeiros oito meses do ano passado. Essas exportações renderam ao país uma receita cambial também recorde de US$ 7,2 bilhões, ou 47,2% a mais do que os US$ 4,9 bilhões registrados nos primeiros oito meses de 2023.
De acordo com o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o destaque das exportações permanece com a espécie canéfora, que vem quebrando sucessivos recordes e impulsionando os embarques nacionais.
“Nossos cafés conilon e robusta seguem em ‘velocidade de cruzeiro’ e já somam mais de 6 milhões de sacas enviadas ao exterior entre janeiro e agosto, o que é o maior volume da história para esses oito primeiros meses e representa uma expressiva alta de mais de 200% ante 2023. O Brasil vem ocupando espaços deixados por menores ofertas de países concorrentes, como Vietnã e Indonésia, que seguem, inclusive, importando cafés brasileiros”, salienta.
Ele completa que a performance positiva das exportações também reflete o compromisso dos exportadores do país com os clientes internacionais e com seus fornecedores da matéria-prima, em meio a um cenário crítico de infraestrutura e logística, principalmente nos portos brasileiros.
Fabricantes equilibram leis e demandas do mercado na produção de motores
“O cenário de falta de estrutura física para recebimento das cargas nos portos e de atrasos e alterações de escalas de navios para exportar café continua muito preocupante e isso tem feito com que nossos exportadores tenham que arcar com custos imprevistos e elevadíssimos de pré-stackings, armazenagens adicionais, detentions e gates antecipados”, aponta.
Ainda conforme Ferreira, para manter o comprometimento com a balança comercial do país e com a entrega dos cafés dos produtores em todo o mundo, as empresas exportadoras vêm abrindo mão de suas margens e mantendo o market share do Brasil no mercado global ao pagarem esses custos extras. “A questão é saber até quando irão aguentar, uma vez que o cenário vem deteriorando mês a mês”, conclui.
Em agosto, de acordo com dados preliminares do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX em parceria com o Cecafé, 69% dos navios, ou 197 de um total de 287 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil.
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