A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou, nesta terça-feira (10/9), a safra de grãos 2018/2019 em 242,138 milhões de toneladas, um novo recorde, de acordo com os dados oficiais. Os números estão no 12º Levantamento de Safra referente ao período. O número é superior ao de agosto, de 241,335 milhões de toneladas e supera em 6,4% a safra anterior, estimada em 227,679 milhões.
Na avaliação dos técnicos, uma das razões desse resultado foi o crescimento na produção de algodão, de 35,9% na safra 2018/2019 em comparação com a anterior. A Conab estima uma colheita de 4,087 milhões de toneladas de algodão em caroço e 2,725 milhões de toneladas de pluma. Na safra 2017/2018, foram 3,007 milhões e 2,005 milhões de toneladas, respectivamente.
“Entre os motivos estão a taxa de câmbio, a evolução dos preços e outros fatores, que levaram os produtores a expandir a área plantada, principalmente nos estados da Bahia e Mato Grosso”, analisa a Conab, estimando uma exportação de 1,5 milhão de toneladas da pluma, 50% a mais que no ano anterior.
Outra razão da safra recorde foi o aumento na produção de milho, estimada em 99,984 milhões de toneladas somando dois ciclos anuais. O número é 23,9% superior ao do ciclo 2017/2018, quando a colheita foi 80,709 milhões. O ciclo de verão 2018/2019 totalizou 26,188 milhões de toneladas, de acordo com o relatório deste terça-feira. A segunda safra é estimada em 73,795 milhões de toneladas.
A estimativa para a produção de soja recebeu um leve ajuste para baixo. O número atualizado é de 115,030 milhões de toneladas. No relatório de agosto, estava em 115,072 milhões. O volume representa uma queda de 3,6% em comparação com a temporada 2017/2018, estimada em 119,282 milhões de toneladas. Mesmo assim, é a segunda maior produção na série histórica da Companhia.
Já a produção de arroz foi levemente revisada para cima. O volume para a safra 2018/2019 passou de 10,428 milhões para 10,449 milhões de toneladas, considerando as lavouras irrigadas e de sequeiro. Ainda assim, uma queda de 13,5% quando comparada com o ciclo anterior, estimada em 12,064 milhões de toneladas.
Para o feijão, somando os três ciclos anuais nas variedades cores, caupi e preto, os técnicos da Conab estimam 3,022 milhões de toneladas. No relatório anterior, a estimativa era de 3,039 milhões. Para a primeira safra, o número é de 986 mil toneladas; para a segunda, de 1,292 milhão; e para a terceira, de 743,8 mil toneladas.
“O feijão apresentou bons resultados apenas na segunda e terceira safras, com aumento de 6,3% e 21,2% respectivamente. Mas não foi suficiente para garantir aumento no número total, que fechou 3% abaixo do ano anterior”, diz a Conab.
Culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, a Conab revisou para baixo a estimativa para a colheita deste ano, de 6,857 milhões para 6,818 milhões de toneladas. Mesmo assim, é um aumento de 2% em relação ao ano passado, quando foram colhidos 6,686 milhões de toneladas de grãos como trigo, aveia, centeio e cevada.
Na principal das lavouras de inverno do país, a de trigo, a estimativa de produção foi revisada de 5,423 milhões para 5,399 milhões de toneladas para este ano. O número representa uma queda de 0,5% em relação ao ano passado.
Ao todo, os agricultores brasileiros semearam uma área de 63,217 milhões de hectares, 2,4% a mais que na safra 2017/2018, quando os grãos foram semeados em 61,721 milhões de hectares.