A maior parte da água utilizada pelas plantas retorna ao meio ambiente por meio da evapotranspiração (pela evaporação da água do solo e pela transpiração das plantas). E o número mencionado é resultado de uma média mundial entre países que bem e mal ou que muito e pouco utilizam a água para irrigação. Não mostra a realidade de nossa agricultura irrigada. Para exemplificar, a média entre – 5 e + 5 é zero!
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De acordo com dados atualizados em novembro de 2021 pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), são considerados usos consuntivos da água o abastecimento humano, o abastecimento animal, a indústria, a mineração, a irrigação e a termoeletricidade.
No Brasil, a agricultura irrigada é o maior uso da água. Utiliza 50% do total da água retirada dos corpos hídricos, mas se considerarmos a retirada e a evaporação líquida, o índice é de 34%.
Ainda segundo a ANA, a retirada para irrigação aumentou de 640 para 965 m³/s nas últimas duas décadas. Mas parte do aumento da safra agrícola que vivenciamos ano após ano vem da agricultura irrigada, que tem o dia 15 de junho como o seu dia nacional.
A instrumentação, por meio de sensores e equipamentos, pode auxiliar no uso eficaz e eficiente da água na agricultura irrigada. A eficácia é a tomada de decisão sobre o que executar – determina o momento de irrigar ou não. A eficiência é como executar corretamente o que foi decidido – o quanto de água aplicar.
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O conhecimento sobre o quanto de água há no solo, na planta e na atmosfera, permite a utilização de critérios para que se realize o manejo de irrigação. Isso é essencial para que sejam alcançados níveis desejáveis de eficiência de irrigação (volume de água incorporado ao solo em relação ao volume retirado da fonte de água), de armazenamento (volume de água acumulado na profundidade efetiva das raízes em relação ao volume necessário) e de aplicação (volume de água acumulado na profundidade efetiva das raízes em relação ao volume acumulado no solo).
Eficiência de irrigação conforme a profundidade de umedecimento do solo
Sistemas de irrigação como o gotejamento, microaspersão, aspersão convencional e pivô central, bem manejados com o auxílio da instrumentação, podem alcançar até a satisfatórios índices de 90% de eficiência de irrigação, aplicação e armazenamento.
É um desafio para instituições de pesquisa, universidades e setor agrícola privado mostrar à sociedade como a agricultura brasileira pode ser eficaz e eficiente em relação à utilização da água na produção agrícola.
E é também uma oportunidade para mostrar o conhecimento que temos no Brasil sobre o assunto e que pode ser difundido e transferido para capacitar produtores e profissionais. Já temos bons irrigantes, mas podemos e devemos tê-los em um número maior.
*Luís Henrique Bassoi é pesquisador da Embrapa Instrumentação
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