Fenômeno climático El Niño acarreta em fortes chuvas para a região Sul e clima seco para o Brasil Central
De acordo com a cientista Emily Becker da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), as chances deste evento se configurar em um super El Niño são de 56% e a estimativa é de que seja um fenômeno curto com maior intensidade até fevereiro do ano que vem.
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Dados da USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontam que países como os EUA deverão ter ainda mais problemas do que o Brasil na safra de soja e milho de 2023/24, o que pode acarretar uma redução de produtividade entre 5 e 10%.
O diferencial entre o El Niño e a La Niña é a mudança da temperatura provocada por esses fenômenos atmosféricos no oceano Pacífico. O Serviço Nacional de Meteorologia norte-americano (NOAA) classifica um episódio de El Niño quando a temperatura média da superfície do mar do Oceano Pacífico aumenta 0,5ºC, na parte equatorial, por três meses consecutivos. Já o La Niña corresponde aos efeitos contrários, há uma diminuição da temperatura das águas oceânicas, ocasionando consequências diversas.
Segundo o professor da Esalq-USP, Fabio Marin, o El Niño comumente acarreta em fortes chuvas para a região Sul e clima seco para o Brasil Central. “Isso pode afetar, sobretudo a implantação das lavouras de soja precoce”, diz o analista de clima e geoprocessamento da DATAGRO, Felipe Soares.
Na avaliação de Lucas Manfrin, coordenador de nutrição e cana-de-açúcar na Brandt, empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação, o Brasil, pela sua dimensão continental, traz grandes variações no clima, com oscilações no Centro-Oeste, chuvas abundantes no Sul do país, altas temperaturas com chuvas intensas no Sudeste e regime de precipitação pluviométrica abaixo da média na região Norte e Nordeste.
“O produtor precisa estar preparado e fazer um planejamento estratégico para que as diversas fases de cultivo da sua lavoura tenham os resultados esperados e não sejam comprometidas”, diz o executivo.
Felipe Gustavo Pilau, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas, da Esalq/USP, lembra que para o produtor rural, em especial, as questões meteorológicas são de suma importância.
“A perspectiva climática irá ajudá-lo no planejamento da sua próxima safra. O agricultor da região sul, ao saber da tendência de chuvas, pode ficar mais seguro, já que teve frustrações nas últimas duas safras. Em contrapartida, é também um alerta aos produtores da região central do País, que devem enfrentar um pouco mais de estiagem e chuvas abaixo da média.”
Fonte: Datagro
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