Estimativa de setembro do IBGE aponta queda de 6,4% na safra 2024

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (15) pelo IBGE, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 295,1 milhões de toneladas em 2024. Trata-se de um valor 6,4% ou 20,2 milhões de toneladas menor do que a safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas). Na comparação com agosto, a estimativa registrou queda de 0,4%, com decréscimo de 1,2 milhão de toneladas.

A área a ser colhida este ano deve ser de 78,7 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 1,1% (817,3 mil hectares a mais) em relação à área colhida em 2023. Frente ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma expansão de 101,3 mil hectares (0,1%).

“Em comparação ao que vimos no ano passado, a safra de 2024 tem mostrado grandes perdas na safra de verão e na segunda safra. Os períodos de seca prolongaram-se e afetaram fortemente a produção em diversos estados, principalmente em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Paraná. Além disso, no Rio Grande do Sul a colheita não aconteceu do jeito que se esperava, pois as enchentes que atingiram o estado em abril e maio deste ano prejudicaram a safra”, destaca o gerente do LSPA, Carlos Barradas. Ele lembra que, mesmo assim, a produção gaúcha apresenta crescimento em relação a 2023.

Os principais destaques negativos da safra 2024 em relação a 2023 são as estimativas da produção de milho e soja. O milho, a soja e o arroz representam 92,1% da estimativa da produção e são responsáveis por 87,2% da área colhida.

Na comparação com 2023, houve aumentos na produção estimada do algodão herbáceo em caroço (14,2%), do arroz (2,4%), do feijão (5,5%) e do trigo (9,0%). Por outro lado, soja (-4,9%), milho (-11,0%, sendo -17,4% no milho de 1ª safra e -9,3% no milho de 2ª safra) e sorgo (-8,7%) recuaram.

Ainda frente a 2023, mas no que se refere à área a ser colhida, ocorreu crescimento de 15,6% na do algodão herbáceo (em caroço), de 5,4% na do arroz em casca, de 6,6% na do feijão e de 3,3% na da soja. As áreas de milho (-3,3%, sendo -9,3% no milho 1ª safra e -1,4% no milho 2ª safra), de trigo (-11,9%) e de sorgo (-2,2%) apresentaram quedas.

Confira também a primeira estimativa da CONAB para a safra 2024/25

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de setembro mostrou variação anual positiva somente para a Região Norte (12,5%). Sul (-0,7%), Centro-Oeste (-9,9%), Sudeste (-15,8%) e Nordeste (-3,8%) registraram índices negativos. Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos o Norte (0,4%), o Nordeste (0,3%) e o Centro-Oeste (0,4%). Sudeste (-4,6%) e Sul (-0,9%) tiveram reduções.

Em relação a agosto, os principais aumentos nas estimativas de produção ficaram por conta da batata 2ª safra (11,3% ou 152 109 t), do sorgo (2,9% ou 111 874 t), do algodão herbáceo – em caroço (2,7% ou 230 351 t), da batata 3ª safra (2,6% ou 29 944 t), do feijão 3ª safra (1,0% ou 8 047 t), do feijão 2ª safra (0,9% ou 13 102 t), do milho 2ª safra (0,1% ou 96 150 t) e da batata 1ª safra (0,0% ou 68 t).

No sentido oposto, houve quedas nas estimativas da produção da laranja (-13,0% ou -1 963 109 t), da cevada (-8,1% ou -37 814 t), do trigo (-6,1% ou -553 632 t), do café canephora (-4,7% ou -49 953 t), da cana-de-açúcar (-2,1% ou -15 004 711 t), da aveia (-1,7% ou -21 229 t), do tomate (-1,6% ou -70 662 t), da uva (-1,4% ou -20 122 t), do feijão 1ª safra (-1,3% ou -12 448 t), da soja (-0,5% ou -777 186 t), do milho 1ª safra (-0,4% ou -84 346 t) e do café arábica (-0,2% ou -5 358 t).

“A produção de algodão herbáceo (em caroço) estabeleceu novo recorde histórico em setembro, com uma estimativa de 8,8 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 2,7% na comparação com os dados de agosto”, acrescenta Carlos.

 

ASSINE MÁQUINAS E INOVAÇÕES AGRÍCOLAS – A PARTIR DE R$ 6,90

➜ Siga a Máquinas & Inovações Agrícolas no Instagram e no Linkedin!

Related posts

Quadtrac 715 da Case IH recebe o prêmio de Trator do Ano de 2025

LS Tractor amplia a rede de concessionários para o norte e nordeste do Brasil

Conab prevê aumento de 8,2% na safra de grãos 2024/2025