Evento da Embrapa aborda o manejo do milho orgânico

Especialista da Embrapa Cocais vai ministrar palestra sobre preparação dos insumos no manejo do milho orgânico e os diferentes tratamentos dos resíduos que vêm sendo estudados

O “Dia de Campo – Manejo do milho orgânico” vai destacar uma pesquisa sobre o uso do resíduo da agroindústria de açaí como fonte de matéria orgânica para o solo no cultivo do milho. O evento é organizado pela Embrapa Cocais, em parceria com a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp), e ocorre nesta terça-feira, 16, das 9h30 à 12h, na Fazenda Escola da UEMA.

Ciência avança na produção de biomassa de origem não madeireira

O pesquisador Carlos Freitas, da Embrapa Cocais, vai realizar palestra sobre preparação dos insumos orgânicos e os diferentes tratamentos dos resíduos que vêm sendo estudados: resíduo do açaí com esterco bovino, resíduo do açaí com torta de mamona e o resíduo sem mistura e uso do Biomaphoss, primeiro inoculante nacional para solubilização de fósforo para melhorar a eficiência das plantas na absorção do fósforo. O inoculante é aplicado na semente do milho. O especialista também falará sobre a cinza vegetal, fonte de matéria orgânica e nutrientes feita com o caroço do açaí.

“O objetivo da pesquisa é melhorar os atributos físicos e químicos do solo em sistema de cultivo orgânico da cultura do milho verde, especialmente na agricultura familiar, garantindo agregação de valor ao produto. E, ainda, dar destinação sustentável para os resíduos da agroindústria do açaí na capital maranhense”, diz Freitas.

Segundo o pesquisador, na extração da polpa de açaí, os caroços correspondem a 73% da biomassa dos frutos. Em São Luís, capital do estado, atualmente são gerados cerca de 5 mil toneladas de resíduos de caroços na safra nas agroindústrias locais.

Da Agerp, Ronald Alvarez vai palestrar sobre o preparo do solo sem uso do fogo em que é feita a trituração da capoeira como opção sustentável de cobertura do solo. Na ocasião, também haverá intercâmbio de conhecimentos, sobre manejo de sistemas agroflorestais e plantas alimentares não convencionais, com Altamiro Ferraz (UEMA\SAF-MAPA) e Josilda Junqueira Ayres Gomes (UEMA), respectivamente.

Como tudo começou

Segundo Carlos Freitas, coordenador do projeto, a ideia surgiu da constatação do aumento da demanda por alimentos saudáveis, mais sofisticados com qualidade nutricional, livre de contaminação e agrotóxicos, orgânicos, e também da importância em contribuir com a destinação útil e ecológica dos resíduos da crescente agroindústria do açaí.

Além do aproveitamento dos resíduos da agroindústria de açaí, a pesquisa pretende ajustar o manejo cultural do sistema orgânico de produção de milho verde, incluindo as práticas de adubação orgânica, adubação verde e inoculação de sementes. O estudo iniciou no campo agrícola da Escola Casa Familiar Rural, o povoado Quebra Pote, localizada no município de São Luís-MA, e agora está sendo realizada na UEMA.

A pesquisa, que também tem a parceria da Embrapa Agrobiologia, é financiada pela FAPEMA e atende ao desafio de inovação – reduzir a carência de tecnologias para manejo e conservação de solos em áreas com sistemas de produção de base ecológica – estabelecido no Portfólio de projetos da Embrapa com a denominação “Sistemas de Produção de Base Ecológica da Embrapa”.

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